Zazah: paixão à primeira vista (e amor à primeira dentada)
Na última semana sem os miúdos (que andaram a pulular alegremente entre campo de férias, avó materna e avós paternos) decidimos aproveitar para sair um pouco mais. Nas outras semanas optámos por fazer aquilo de que tínhamos mais saudades: descansar e usufruir da casa em silêncio. Lemos, namorámos, vimos séries, conversámos. Muitas vezes nem o jantar fizemos, porque ter 4 filhos também implica ter muitas vezes de fazer coisas que não nos apetece nada, todos os dias, entre elas justamente o jantar.
Para a última semana, andei a aconselhar-me e surgiu o Zazah como uma das sugestões mais entusiasmantes. Já abriu no ano passado mas a verdade é que à velocidade a que abrem restaurantes em Lisboa não é assim tão estranho ainda não conhecermos (isso e o facto de também não sairmos assim taaaanto como isso). Decidimos experimentar mas não fomos sozinhos, que é sempre bom levar umas cobaias connosco, ainda mais estas, gourmandises a valer (uma delas trabalha diariamente com chefs conceituados e conhece tudo o que de bom existe ao nível da restauração, até me surpreendeu que ainda não conhecesse este).
Bom... e o que dizer do Zazah? Para começar que fica no meu bairro preferido, o Príncipe Real, ali na Rua de São Marçal, o que é logo um ponto a favor porque a seguir (ou antes) há um mar de sítios onde se pode ir beber um copo. Depois... é muito giro. Moderno sem ser pretensioso ou frio, com obras de arte por todo o lado, com um mapa gigante na parede em frente à entrada, do artista João Louro, que traça a descoberta do Brasil pela Companhia das Índias. Sim, porque este é um restaurante de brasileiros que trocaram o Rio de Janeiro por Lisboa (e ainda bem para nós, digo eu).
Noutra parede há uma série de imagens que são projectadas, captando a nossa atenção mas não nos desviando do essencial. E o essencial é que o chef Moisés Franco é um mestre. Comemos tão, mas tão bem. A ponto de dizer, sem grandes hesitações, que foi das melhores descobertas dos últimos tempos. Só pecou por ser tardia!
O conceito do restaurante é "comida para partilhar". E foi isso que fizemos. O ceviche de corvina era perfeito, os croquetes de alheira em formato bolinha uma delícia, os cones de sapateira incríveis, e a fraldinha grelhada simplesmente sublime. E se pensam que exagero nos predicados enganam-se. Era tudo mesmo genial. Os nossos primos saíram de lá rendidos, o João a dizer que era o melhor sítio a que tinha ido nos últimos tempos, a Cristina mais contida mas a dizer muito bem também. A sobremesa que experimentámos (Zazah Capone) não foi consensual. Eu gostei muito. Os outros queixaram-se de ser pouco doce. Mas como não sou propriamente muito fã de açúcar às pazadas para mim estava no ponto.
Enfim. Se não conhecem... dêem corda aos sapatos e vão até lá. Talvez agora em agosto, que a cidade está vazia de autóctones, consigam mesa sem grande stress. E vale a pena. Mesmo. Ainda por cima, em termos de relação qualidade-preço está só totalmente justo (para não dizer em conta, não vão eles esticar a corda). Ah, e não precisam de ir ao jantar! O Zazah está aberto também ao almoço.
Zazah: Rua de São Marçal 111.
+351 21 134 4468 | +351 939 848070
Horário de funcionamento
Almoço: Diariamente, das 12h às 15h
Jantar: Dom. a Qua.: 19h às 0h, Qui. - Sab.: 19h às 02h