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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Tiago

Morreu hoje um dos meus amigos mais antigos. Morámos mais de 20 anos no mesmo prédio, ele no 1º andar, eu no 6º. Brincámos muito. Crescemos e fizemos muitas maluquices juntos, na adolescência. Passámos férias numa praia deserta, ele caçou polvos para o jantar e temos fotos na "Pensão Estrelinha". Foi em casa dele que vivi muitas coisas, algumas delas pela primeira vez. Travámos algumas lutas juntos, nomeadamente a construção de um half-pipe nas traseiras do prédio. 
A vida levou-nos para caminhos diferentes mas seguíamo-nos pelos facebooks da vida e há tempos tivemos um jantar de recordação desses anos dourados. Foi fácil perceber que há pessoas com as quais temos uma história tão forte no passado que nem precisa de presente. Estivemos juntos como se nos tivéssemos visto apenas há dias. 
Quando soube que tinha cancro no pâncreas, juntei-me com duas amigas desses tempos e fomos vê-lo. Estava combativo, com aquela graça e garra dele. "Vou saltar para cima do cavalo e dar luta a este gajo". 
O filho da puta do cancro levou um dos meus amigos mais antigos. Tinha a minha idade. Uma filha pequena. Uma mãe querida que não merecia perder um filho.

Odeio-te cancro miserável. 

Quanto ao Tiago... ele não morre dentro de nós, que tivemos o prazer de o conhecer. 

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