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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Terramoto

Ontem à noite, quando fomos para a cama (deviam ser umas duas da manhã), comecei a sentir uma espécie de pressentimento. Que começou a adensar-se. E, com o pensamento, vieram outros temores, outras ideias. Pensei ficar caladinha. Mas não. Achei que era melhor partilhar aquilo com alguém porque, se por acaso se concretizasse, não era à posteriori que alguém iria acreditar que tinha tido previsto a coisa. Então, comecei assim:
- Se houver um terramoto durante a noite, temos de ter a lucidez de abrir pelo menos um dos estores, enquanto tiramos as crianças da cama.
- Oi?
- Como sabes, a electricidade é a primeira coisa a ir à vida. E os nossos estores são eléctricos. Se por alguma razão não conseguirmos sair de casa pela porta e não abrirmos um dos estores a tempo… ficamos aqui barricados.
- Eeeeeeeeeeeeeeer… porque é que me estás a fazer isto, antes de dormir?
- Eu não te estou a fazer nada. Mas vale mais prevenir que remediar, ou não é?
- Mas… tu achas que vai haver um terramoto, assim próximo?
- Sim. Por acaso acho que vai ser hoje.

Acho que não preciso de vos dizer que o homem demorou a adormecer.
E suspirava muito. Há bocado, o homem lembrou-se da profecia falhada e disse, com ar trocista:
- Afinal, não houve terramoto.
- Pois não. Espero que não seja hoje.

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