Passámos 4 dias maravilhosos em Bilbao, a convite do Holiday Inn. Fomos na quinta e voltámos ontem. Sim, os miúdos faltaram dois dias à escola. Foi a primeira vez que aconteceu porque quando marcamos férias ou escapadinhas fazêmo-lo tendo em atenção o período escolar. Mas desta vez foi um convite e, medindo os prós e os contras, percebemos que os prós eram muito superiores aos contras. Uma viagem é sempre uma oportunidade de aprender muito (o que efectivamente aconteceu). Uma viagem em família junta isso ao estreitamento de laços entre todos os membros da família (o que, mais uma vez, se verificou). Esta semana terão mais que tempo para apanhar o comboio de 2 dias de escola perdidos (mas tão ganhos).
Quando chegámos, fomos muito bem recebidos no check-in, conhecemos a directora, Sílvia, que foi amorosa e disponível, e depois só tivemos tempo de pôr as malas no hotel e fomos logo fazer um passeio de bicicleta organizado pela Tourné e chamado "Pintxos Tour". Eu levei o Mateus numa "caixinha", o Ricardo levou a Madalena numa bicicleta Tandem, os rapazes foram cada um na sua bicla. A Elke foi a nossa guia e ensinou-nos tanta coisa sobre a história de Bilbao, sobre arquitectura, sobre cultura e vida de todos os dias. Gostámos tanto que nos esquecemos de almoçar. Eram 17h quando começámos a sentir fome e foi aí que nos lembrámos: ops!!!!! E o almoço??? O único que tinha comido era o Mateus. Não houve qualquer problema. Interrompemos o passeio para comer pintxos (o nome que se dá às tapas por ali - e que são um bocadinho mais elaboradas do que as tapas propriamente ditas), o que, de resto, estava no programa (ou não se chamasse o passeio justamente "Pintxos Tour").
Uma desgraceira total. Vou andar meses à míngua para abater todas as javardices que ingeri. À míngua e a bater perna, já se sabe.
No passeio, vimos logo boa parte de Bilbao. A começar pela Ponte Zubizuri, de Santiago Calatrava. Linda, sem dúvida, mas super polémica na cidade. Porquê? Porque o chão foi todo feito em vidro que, passado pouco tempo, começou a estalar. Além disso, com o clima chuvoso de Bilbao, o vidro transformou-se em "manteiga" com os consequentes bate-cus. Muuuuita perna partida houve por ali (agora a questão já foi resolvida com um tapete que vai de uma ponta à outra da ponte). Um terceiro problema: a ponte terminava cedo demais, não fazendo a conexão com o passeio das Torres Isozaki Atea. Para remediar a questão, o município local pediu ao arquitecto Isozaki para fazer um prolongamento da ponte, o que deixou Calatrava louco. Estavam a estragar a obra do mestre! Vai daí e processou o Município de Bilbao, por danos morais, e reclamou 3 milhões de euros. Passados dois anos de luta judicial, o tribunal deu razão a Calatrava mas a indemnização foi de 30 mil euros e não 3 milhões. Acabou-se, de vez, o amor entre Calatrava (que também foi o autor do aeroporto da cidade) e Bilbao.
Pedalámos muito, vimos o Guggenheim e ficámos a babar. É tão, tão, tão lindo.
Continuámos, vimos o Palácio Euskalduna (centro de congressos e espectáculos), que tem 90% de taxa de ocupação durante o ano (incrível como a cidade mexe!), passámos na parte da frente do Guggenheim e vimos o Puppy, uma obra de arte de Jeff Koons que me conquistou: é um cão gigante (um West Highland Terrier) todo coberto de plantas e flores, que está "sentado" à porta do museu. As pessoas de Bilbao amam o Puppy, que se transformou na mascote da cidade, e até brincam dizendo que o Guggenheim é apenas a casinha do cão.
No verão, o Puppy fica completamente florido. Agora estava mais para o verde.
Assim era como ele estava
Assim é como ele fica
Fomos ainda ao Mercado da Ribeira e ao belíssimo San Mamés (estádio do Bilbao).
Entretanto despedimo-nos da Elke, entregámos as bicicletas e fomos para o Casco Viejo (parte velha da cidade) passear e comer mais qualquer coisa antes de irmos para o hotel.
Só quando chegámos é que pudemos apreciar os miminhos que nos tinham deixado nos quartos (ficámos em 2 quartos enoooormes comunicantes): Manel, Martim e Madalena num dos quartos, nós e Mateus no outro.
Foi boa ideia termos ido cedo para o hotel porque, em menos de nada, os quatro estavam a dormir profundamente. Bom... e nós também. A cama king size e as almofadas fofas não davam qualquer hipótese à insónia. Zzzzzzzz.