Viagem de manas deste ano: Budapeste
No ano passado a minha irmã ofereceu-me uma viagem e informou-me que, a partir de agora, estava intimada a ir com ela todos os anos a um mercado de Natal. Foi, como imaginam, a melhor intimação que já recebi na vida. Adorei a ideia, adorei a viagem, adorei podermos estar só as duas, sem maridos, sem filhos, sem nada a não ser a companhia uma da outra. O ano passado fomos a Frankfurt e a Heildelberg.
Este ano, em Maio, ela enviou os bilhetes de avião. Destino: Budapeste. E se o ano passado já tinha sido bom, este ano foi absolutamente incrível.
Budapeste, capital da Hungria, é uma cidade dividida em duas. Com o Danúbio pelo meio, de um lado há Buda, do outro há Peste. O que mais me impressionou foi o facto de ser uma cidade onde tradição e modernidade coabitam, porque ela é História densa e presente frenético. Budapeste tem as marcas indeléveis do Império Austro-húngaro, da segunda Guerrra Mundial (e do nazismo), mas também do jugo da União Soviética e dos tempos da cortina de ferro, mas conseguiu reencontrar-se, qual Fénix, e de apresentar uma identidade onde tudo cabe harmoniosamente.
Quando se chega ao aeroporto, o ideal é apanhar o autocarro 100E, que nos deixa mesmo no centro da cidade, demora cerca de meia-hora a chegar e custa menos de 2€ (convertido, porque a moeda não é o euro, é o Florim Húngaro).
Ficámos num hotel muito central (e barato), em Peste, chamado Atrium Fashion Hotel. O facto de ser central e de ter pequeno-almoço, aliado ao bom preço, ditou a escolha. Afinal, a seguir tinha viagem marcada com marido e filhos para Nova Iorque e a massa estava um bocado escassa. Nada a apontar. Nada de luxos mas ficámos lindamente, sobretudo ficámos muito perto daquele que viria a ser o nosso poiso mais frequente, um bar absolutamente imperdível (já lá vamos). Tínhamos levado uma lista de coisas a fazer e sítios a visitar feita pela minha Joana Jorge (produtora de quase todos os programas que tive na Antena 1 e que tem um especial prazer - e jeito - para fazer planeamentos de viagens).
Andámos sempre a pé, tirando o passe de um dia que comprámos para fazer o Hop On Hop Off, porque dá sempre para ficar com uma ideia geral das cidades e descansar um pouco as pernas quando o cansaço começa a ser grande. Talvez não o comprasse agora, se pudesse voltar atrás, porque na verdade acho que não usufruímos assim tanto, excepto quando foi para ir até Buda e até à Citadella (que ficava realmente distante do hotel e do centro).
O mercado de Natal propriamente dito era enorme. Na verdade eram muitos mercados de Natal por toda a cidade, com as habituais vendas de peças artesanais e não só, comida que nunca mais acabava, vinho quente e muitas músicas natalícias. A minha irmã não descansou enquanto não comeu um Kurtos Kalacs, que é um bolo húngaro assado na brasa (ela gostou, eu achei desenxabido), mas também provámos goulash, lángos (uma espécie de pizza frita onde colocam queijo mas também podem meter um ensopado por cima, como se o lángos fosse o prato)
Diz que ver o nascer o sol na Citadella é muito bonito mas não sabemos porque quando lá chegámos o sol já tinha nascido há umas horinhas. A vista merece a subida (que nós fizemos de Hop On Hop Off).