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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Será mesmo só cansaço?

No pequeno-almoço promovido pelo AWGP (Anemia Working Group Portugal), com o apoio da OM Pharma, fiquei a saber muitas coisas que desconhecia. O palestrante foi o Dr. António Robalo Nunes, presidente do AWGP e imunohemoterapeuta do Centro Hospitalar Lisboa Norte, que fez questão de enfatizar a gravidade do facto de 1 em cada 5 portugueses terem anemia. Para ele trata-se de um problema "endémico", ou seja, está ao nível de uma qualquer epidemia, uma vez que falamos de 20% da população portuguesa.

E o pior é que as pessoas tendem a desvalorizar. Não só os sintomas como, depois do diagnóstico feito, também o próprio diagnóstico. A começar pelos sintomas. Quem é que nunca se sentiu frequentemente cansado? Com dores de cabeça? Deprimido? Com unhas quebradiças e queda de cabelo? Bom, o mais certo é muitos de nós responderem: euuuu! A questão é que pode ser mais do que "só" cansaço. Pode bem ser anemia.

E depois do diagnóstico feito, como é? O pior é que as pessoas tendem a continuar a assobiar para o ar, muitas vezes os próprios médicos, que dizem qualquer coisa como "olhe, está um bocadito anémica, está explicado por que se sentia cansada". Ah, está bom, então.

O que é a anemia, afinal, e porque é que é um assunto para levar a sério?

A anemia é uma diminuição dos glóbulos vermelhos no sangue. Ora, os glóbulos vermelhos são os responsáveis pelo transporte de oxigénio para o organismo. E o oxigénio é, como todos sabem, o combustível sem o qual não há vida. O que significa que, se uma pessoa está anémica, está a afectar todo o sistema. E pode bem vir a desenvolver problemas cardíacos, respiratórios, gastrointestinais, reprodutivos. 

E porque é que isto acontece?

Pode ter várias causas. Pode ser indicadora de uma doença por detrás, ou pode ser causada por insuficiência de vários nutrientes como o zinco, a vitamina B12 ou proteínas, mas a mais comum (>90%) é causada por deficiência de ferro e é denominada por Anemia Ferropénica. As mulheres, para não variar, são as que mais sofre de anemia. Como disse, com graça, o Dr. António Robalo Nunes, "vê-se bem que o Criador era homem...". Factores como a menstruação ou a gravidez tornam a mulher particularmente susceptível a anemia, sobretudo a ferropénica.

 

Segundo o AWGP, é essencial chamar a atenção para este problema. As pessoas têm de fazer rastreios, têm de pedir ao seu médico para fazer análises e perceber como está a hemoglobina e a ferritina (reserva de ferros). 

Por isso, ali mesmo no pequeno-almoço, houve rastreios para quem quis fazer. Eu fui, claro (hipocondríaca que é hipocrondríaca quer sempre saber se padece de alguma coisinha). Bastou uma picadinha no dedo e fiquei a saber que, apesar de estar com uma hemoglobina absurdamente alta (17,8), tinha deficiência de ferro. Lá está. Não estou anémica (estou até superémica - acabei de inventar a palavra), mas as reservas de ferro estavam baixinho.

Muitas das meninas que foram ao pequeno-almoço descobriram anemias ou níveis baixos de reservas de ferro. 

Como é que se trata? Com medicamentos por forma a fazer-se a suplementação de ferro necessária. Mas, para isso, nada como falar com o médico.

Por isso, meus amigos e minhas amigas: estejam atentos, façam rastreios, não desvalorizem. Porque... pode não ser só cansaço. 

picadinha.jpg18843325_2WZyt.jpgDr. António Robalo Nunes com as embaixadoras deste estudo da AWGP

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