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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

PT do estilo

Tenho uma profunda admiração por aquelas mães que encontro no colégio dos miúdos, quando me calha a mim levá-los, e que se apresentam sempre todas kitadas, leia-se super bem vestidas, sempre de saltos altos, com colares e chapéus e tachas e dourados e pulseiras e hiper pintadas e tudo e tudo e tudo. São 9 da manhã e eu sinto-me, na maioria das vezes, um trapo do chão. A essa hora, já ajudei 3 crianças a vestirem-se, a despacharem-se, já tratei dos pequenos-almoços, dos lanches de meio da manhã, já andei de rabo para o ar a apertar sapatos, já praguejei 252 vezes por não encontrar o fato de treino, os sapatos, a mochila, já maldisse a minha vida porque a camisa que queria não tem um botão, porque a camisola dos putos tem uma nódoa impossível, porque o mais velho voltou a esquecer-se do casaco na escola. Quando chego ao colégio, estou geralmente desgrenhada e com má cara, olhos inchados de sono e uma mala que não tem nada que ver com nada. Também é verdade que a maior parte daquelas mães vai, de seguida, para o escritório, seja lá o escritório onde for. Eu vou trabalhar, claro está, mas em casa. E se é certo que dificilmente me apanham todo o dia de pijama, também não tenho necessidade de estar em altos preparos que, além do mais, me deixam mais desconfortável. Vejamos, eu gosto de me arranjar. E quanto mais magra estou (e melhor me sinto) mais natural será verem-me jeitosinha. Mas... todos os dias? Todos os dias não tenho paciência. Não consigo. Não tenho disposição. Nem sequer tenho roupa que chegue para isso. Mas tenho inveja de quem tem. Tenho genuína inveja de quem tem. Aquelas mães todos os dias impecáveis, todos os dias cheias de pinta, todos os dias prontas para irem a um cocktail que apareça assim de repente. Precisava de ter, aqui em casa, uma espécie de personal trainer do estilo. Ele (ou ela, não é preciso começarem já a fazer filmes esquisitos) acordava-me mais cedo (com sério risco para a sua integridade física) e tinha já a roupinha preparada, pintava-me, escolhia o que eu ia calçar e depois empurrava-me pelas escadas, com os miúdos já devidamente despachadinhos. Isso é que era. Um PT a viver cá em casa, sempre pronto a pôr-me impecável. Até que isso aconteça (ou seja nunca) vou estar gira só de vez em quando. É pena. Mas é a vida.
(e agora vou ver se me arranjo, mesmo sem PT, que hoje é o único dia da semana em que não há crianças a almoçar connosco e vou almoçar - a dois - com o meu homem)

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