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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Peso na consciência

Eu sei, eu sei... sou ridícula. Riam-se, ahahaah, que patética que é a cocó. Eu sei que têm razão. Mas, o que querem, eu e o meu carro estamos juntos desde 2004. Ainda o meu filho Martim não tinha nascido, quanto mais a Madalena! Já passámos por muitas coisas juntos. E hoje, quando me aproximava dele para mais uma viagem, engoli em seco. Dentro de dias vamo-nos separar. E, de repente, tive pena dele, coitadinho. Apeteceu-me dar-lhe um abraço. Já sei que os carros não têm cérebro, não têm sentimentos, já sei que ele está-se nas tintas para o facto de ser assim trocado, de forma tão vil, escusam de repetir que eu posso ser ridícula mas não sou burra. Mas nada a fazer, dá-se-me um nó na goela. Eu acho que isto tem a ver com o meu medo de envelhecer. Tipo, isto com os carros é a metáfora para o que acontece com as pessoas, um carro fica velho e é trocado por um novo, uma pessoa fica velha e é trocada por uma pessoa nova, ai que medo, ai que dor, ai que crueldade. Não sei. O que sei é que hoje apeteceu-me abraçar o meu velho boguinhas, e só não o fiz porque tive medo que alguém me enfiasse um colete de forças pela cabeça abaixo.

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