Paciência para 2013
Ontem não tive paciência. Não tive, pronto. Estava com dores no corpo, moída, aflita porque tinha uma pontada do lado direito que começou em plena corrida e teimava em não me largar, cheia de tonturas a ponto de não conseguir andar em frente. E, assim neste estado, não fui nada boa mãe. Resmunguei, rosnei, ralhei, respondi com brusquidão e sem paciência. E dormi mal, claro está, molestada pela culpa de pensar que eles, coitados, não tinham culpa nenhuma. E que isto de ser mãe é uma obra em permanente construção, sem fim, uma verdadeira obra de Santa Engrácia. Uns dias achamos que fomos o melhor dos construtores, outros dias sentimos que não avançámos nada, pelo contrário, andámos a remover tijolos da obra e a parti-los em bocados. Assim sendo, e uma vez que se aproxima a passos largos um ano novinho em folha para sonhar com perfeições, o meu maior desejo para 2013 é que a paciência me inunde os dias, me invada as veias, me tome a alma. E que a minha obra conheça mais avanços que recuos, mais tijolos firmemente colocados do que removidos, mais amor feito cimento do que falta de paciência feita embargo.