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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Osga falante

Aqui no terraço do apartamento, onde jantamos a maior parte das noites, temos por companhia duas osgas que aparecem sempre. Já no ano passado apareciam e a Madalena ficava encantada a olhar para elas. Um dia, depois de um longo monólogo, suspirou: «Elas não falam...»
Este ano, o tio N. resolveu mudar as coisas e pô-las a falar. Grava o que quer que elas digam no iphone e depois distorce a voz. Conclusão: na primeira noite em que as osgas falaram pequena Mada não cabia em si de excitação. As conversas entre elas têm sido verdadeiramente delirantes e poriam a rir a mais sisuda das criaturas.
Há dois dias, havia salada russa para o jantar e a Mada estava a torcer o nariz às ervilhas e às cenouras. O tio N. decidiu resolver o assunto em duas penadas: pôs a osga a dizer que ou a Madalena comia ou ela recusar-se-ia a falar com ela nessa noite. A pobre criança respirou fundo e encheu a boca de ervilhas e cenouras. Assim continuou por mais umas garfadas, com esforço e enfado. Às tantas, olhou para a parede contrária e vislumbrou a outra osga do costume. Foi como se uma lâmpada assomasse por cima da sua cabeça. Os olhos arregalaram-se, a boquinha arredondou-se em «O» e exclamou, muito depressa:
- Olha, hoje falo só com aquela!

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