Obras
A sala já está pintada, ainda falta uma demão numa das paredes porque a tinta custou mais a secar.
Os livros já estão na estante, ordenados por clássicos, literatura portuguesa mais antiga, literatura portuguesa contemporânea, literatura estrangeira, biografia, poesia, culinária, livros de entrevistas, livros técnicos, livros de História, livros de Arte, colecções.
Ainda falta arrumar os CDs e há cenas dentro de sacos que não sei onde vou arrumar. Talvez na arrecadação, que é o sítio para onde vai tudo o que não queremos deitar fora mas não sabemos onde enfiar, espécie de terra-de-ninguém onde às vezes é bom entrar para descobrir tesourinhos que julgávamos perdidos.
A banheira ficou temporariamente livre de livros. Agora está cheia, de novo, desta vez dos livros infantis e jogos que estavam nas estantes do corredor. De cada vez que os homens avançam para uma nova assoalhada, há estantes e cómodas que são despejadas, e é o caos novamente.
Há pó por todo o lado e a Madalena tossiu a noite inteira, sem parar. Eram 4 da manhã e estávamos com ela embrulhada num edredão, no terraço, a ver se o ar fresco lhe acalmava os pulmões. Sem efeito. Tossiu sem parar e não dormiu - nem ela nem nós - até que, por volta das 6h, deve ter-se calado porque eram 6.45 quando o despertador tocou e estávamos todos a dormir profundamente. O Mateus também está com uma tosse cavernosa, de maneira que isto é capaz de ainda piorar.
Confesso que já me arrependi várias vezes por ter tido esta ideia mas quando vejo tudo pintadinho de branco sinto que foi a decisão certa. Apesar de tudo.