O renovado Olivier
Andava a adiar esta visita ao renovado Olivier Avenida (que agora se chama apenas Olivier) porque às vezes as renovações me custam. Há sítios de que gosto tanto que quando os mudam fico danada. Por exemplo, durante anos fiquei furiosa com o Olivier por ter mudado o seu primeiro restaurante de sítio, eu que adorava o Olivier na Rua do Alecrim (onde agora mora o Pito do Bairro, também dele). Já me passou, acostumei-me à mudança para a Rua Júlio César Machado, ali atrás da Avenida da Liberdade, e por isso quando recebi o convite para ir conhecer o "renovado Olivier" pensei: pronto, já me tramaram outra vez. Tanto assim foi que o convite veio em Maio e só agora ganhei fôlego para lá ir. E ainda bem. A mudança não foi suficientemente grande para me trocar as voltas, gosto das andorinhas que chegaram para o embelezar, fiquei feliz por não terem tirado os sofás nem os candeeiros, repito, há lugares onde nos sentimos bem e quando lhes mudam os traços dão cabo de bons hábitos que temos.
A comida não está assim tão diferente, também. Há novos pratos, para partilhar, mas a picanha e o linguini com molho parmesão e trufa preta ralada mantêm a minha felicidade intacta. Nas sobremesas, coração aberto para o cheesecake de goiaba e hortelã e para a bomba branca (gelado de chocolate branco merengado e frutos vermelhos), mas a constatação aliviada de que o petit gateau se mantém.
Enfim, parabéns Olivier pela mudança (é certo que é bom dar uma renovada de quando em vez) mas obrigada por não teres mudado assim tanto. Afinal, todos precisamos de poisos onde nos sintamos em casa. E isso, felizmente, não mudou.