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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Ninguém chumba? Não? Vai uma apostinha?

Desde o primeiro dia que nos dizem o mesmo: Aqui, nesta escola, nunca ninguém chumbou. Nunca! Esta escola tem sempre as melhores notas, nunca é menos que 17, 18, 19. Para aqui costumam vir os examinadores mais exigentes, fartos dos chumbos e das notinhas medíocres das outras escolas. Vêm para aqui, fazem os exames mais difíceis e, tufas!, os alunos surpreendem sempre. Nunca chumbam, nunca-nunca-nunca.
Vê-se que o comandante diz isto com orgulho, com vaidade, com satisfação. Tem razões para isso, claro, com certeza, porreiro pá. Mas a mim dá-me pavor. E o pavor cresce à medida que o tempo que falta para o exame se esgota. Eu estou em pânico, alminhas! EM PÂNICO! PAREM DE ME ESPETAR COM A EXCELÊNCIA DOS OUTROS! PAREM DE ME DIZER QUE NUNCA NINGUÉM CHUMBOU! Sobretudo numa aula em que há perguntas assim:

"A altura da baixa-mar é de 0,75 metros. A amplitude da maré é de 3,15 metros. O calado do navio é de 2,7 metros. A sonda reduzida (Sr) é de 14 metros. Qual a altura de água que terá debaixo da quilha na preia-mar?"

Eu leio isto e, automaticamente, milhares de células morrem no meu cérebro. Desfalecem e volatilizam-se. E fico obtusa a uma velocidade ainda maior que a da subida do preço dos combustíveis. E vejo-me, com 8 anos, na escola primária, de boca aberta em frente a um problema do tipo: O João tinha 9 laranjas...
Eu tenho um defeito cerebral. E tudo o que sejam problemas e números (e pior ainda se estiverem os dois juntos) dizimam-me células importantes na cabeça. Por isso, POR FAVOR! PAREM DE DIZER QUE NINGUÉM CHUMBA! SEMPRE QUE O FAZEM ESTÃO A PRATICAR VÁRIOS HOMICÍDIOS DENTRO DA MINHA MONA. Não tarda nem vou saber dizer o meu nome.

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