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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Lisboa: uma casa desarrumada

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Lisboa está viva. Sente-se o bulício da cidade em toda a parte. Restaurantes e hotéis cheios. Turistas aos magotes nas ruas, deslumbrados com os telhados e as janelas e a roupa estendida, very typical (enquanto houver, que com o boom turístico veio também a gentrificação, que nunca há nada que seja 100% bom). Há tuk tuks como na Índia, há gente a pedalar por todo o lado, o que não deixa de ser curioso para a cidade das 7 colinas, antes considerada impraticável de bicicleta. E agora há também trotinetas. Trotinetas por toda a parte, lado a lado com o carros, nos passeios, nas ciclovias. Mas, sobretudo, espalhadas, largadas ao acaso, aqui, ali, acolá, como se fossem legos em casa de crianças. Subitamente Lisboa é uma casa desarrumada e eu acho que gosto. Digo "acho que" porque não tenho bem a certeza. Porque se por um lado é feio ver 4 ou 5 trotinetas amontoadas no meio do passeio, por outro lado faz-me rir porque me lembra a minha própria casa nos dias piores, em que a malta resolve deixar tudo no meio do caminho. Em casa oscilo entre não achar graça, e aí grito, zango-me, mando arrumar tudo JÁ, outras vezes deixo estar para não me enervar, e há ainda os dias em que acho bonito, um caos que significa gente, miúdos, brincadeiras, caos, vida. Em Lisboa acontece-me o mesmo. Há dias em que me irrita - "olha que disparate! Então deixa-se isto aqui, assim? Nem se dão ao trabalho de encostar a um canto?" -, há dias em que me faz sorrir, com a benevolência de quem olha para um disparate infantil.

Certo é que Lisboa já não é uma cidade a preto e branco. É a cores. É caótica, frenética, viva. E disso eu gosto.

 

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