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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Laquear ou não laquear, eis a questão

Na última consulta com o médico, lá veio a temida questão:
- Já sabe que tenho de perguntar, ao fim de 4 cesarianas: laqueamos as trompas ou não laqueamos?
Da última vez, em pleno nascimento da Madalena, o segundo obstetra que esteve no bloco insistiu na laqueação. O meu querido médico, por outro lado, não só soube que não o queria como me costurou laboriosamente durante umas duas horas, de modo a reforçar o útero, por ter percebido que ainda éramos meninos para ir ao 4º filho.
- Já sabe que pode haver alguma pressão nesse sentido… se bem que eu já tenho feito 5 cesarianas e até 6.

A questão vai ainda mais fundo que isso. Não é que esteja a pensar ter mais um filho. Não estou, sinceramente. Quando penso que vou ter quatro já tenho alguns ataques de ansiedade e sinto que se me carregam as olheiras, quanto mais cinco! Não tenho vida para cinco filhos, não tenho casa para cinco filhos, não tenho capacidade para isso. É pelo menos o que sinto neste momento. Mais: estou na recta final da gravidez, pesada como um contentor, e só de pensar em meter-me noutra é coisinha para me fazer gritar. Mas… daí até pensar em laquear as trompas vai uma certa distância. Não sei explicar isto melhor: cortar bocados de mim é coisa que me faz espécie. Alterar a natureza do meu corpo, de modo a impedi-lo de agir naturalmente (passe a redundância), incomoda-me. Entregar a decisão definitiva de não tornar a ser mãe a um "defeito" provocado no meu corpo angustia-me. Prefiro que seja uma decisão da minha cabeça e não de um organismo que foi alterado propositadamente.
Fiquei de pensar e de responder na próxima vez que nos virmos. Mas acho que a decisão está tomada. Se é algo que mexe assim tanto comigo, se calhar mais vale não mexer.

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