Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

KicoNico 💔

As minhas amigas já me gozaram mas eu não tomo jeito e vou partilhar a história aqui, para o achincalhamento ser global (já que é para ser, que seja em grande!).

No regresso das férias, apanhámos um avião de Salvador até Belo Horizonte, onde ficámos 5 horas à espera do voo que nos iria trazer a Portugal. Com a confusão das malas, das mochilas, dos sacos, das tralhas, houve algo que ficou para trás. O KicoNico do Mateus. Só nos demos conta quando, horas depois, ainda no aeroporto, ele o pediu. E aí começou tudo de rabo para o ar, abre mochila, vasculha saco, inspecciona mala, e nada de KicoNico. O drama. O horror. O Mateus a chorar, eu a chorar, e todos a relembrarmos os passos, para tentarmos localizá-lo. O Ricardo foi falar ao balcão da companhia de aviação Azul, onde tínhamos vindo, mas eles garantiram que não tinha ficado no avião, caso contrário já ali estaria. Mas só pode ter ficado no avião, porque nenhum de nós se lembra de ver o Mateus sair com ele (e no avião estavam juntos). De resto, fiz o Ricardo atravessar um aeroporto inteiro para ir até ao balcão dos Perdidos e Achados, a ver se o rato teria dado à costa. Nada.

Ora, aquele bicho estava com o Mateus desde que ele nasceu. Ok, não foi assim há tanto tempo, mas para mim aquele boneco tinha um valor sentimental. Pior (e é aqui que vou soar ridícula, mas que se lixe): eu só imaginava o KicoNico sozinho e abandonado no avião, deixado para trás pela família onde vivia e era feliz. Quão idiota pode isto ser? A culpa é do Toy Story, que nos mostra os bonecos com vida e com sentimentos, e que já tive de gramar um sem número de vezes. 

Conclusão: a criança já nem sequer pensava no seu boneco e eu continuava lavada em lágrimas. Os miúdos tentavam consolar-me mas estavam (que eu bem vi!) a rebentar de riso. "Mãe, compramos outro quando chegarmos, pronto, paciência". E eu, a atingir níveis supremos de ridicularia, soluçava: "Compramos outro??? Compramos outro??? Eu não quero outro!!! Eu quero aquele!!!! Aquele é que é o amiguinho do Mateus. Buáaaaaaaaa". 

É o que temos, lamento.

Enfim, o KicoNico não apareceu e eu espero que seja bem tratado por quem quer que tenha ficado com ele. Os dias da chegada foram corridos, os bonecos cá de casa serviram de aconchego nocturno ao Mati, mas ontem armou-se um pequeno berreiro quando se lembrou do seu amigo. O pai, que até costuma ser uma pessoa sensível, respondeu: "O Kico ficou no avião, toma a zebra!" Oi??? Que tipo de pessoa diz isto ao filho em pranto? Foi uma sorte não me ter posto a chorar também. 

Posto isto, vou agora sair para comprar outro KicoNico e fazer de conta que é o de sempre.

E, sim, podem rir à vontade. Eu compreendo que é risível, apesar de continuar sem achar graça nenhuma.

kiconico.jpg

 

36 comentários

Comentar post

Pág. 1/3