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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Jantar de levanta-ânimos

Mamãe anda tristonha. A sua cadela foi operada duas vezes em pouco tempo, a primeira porque tinha um tumor grande, a segunda porque a análise ao tumor detectou células cancerígenas de grau I e considerou-se prudente limpar mais a fundo a área envolvente (sendo que já no ano passado tinha sido operada a um cancro na mama que, depois, implicou a remoção de toda a cadeia mamária). A sua bicha acordou da última cirurgia com um olhar que suplicava perdão, afinal só podia ter feito algum mal para estar a sofrer daquela maneira, e a minha mãe queria explicar-lhe que tudo aquilo era para o seu bem, que estava a cuidar dela e não a maltratá-la, mas os bichos não percebem tudo e isso angustiou-a um bocado.
Além disso, uma das suas amigas estava a morrer. De cancro. E aquela degradação humana estava a dar cabo dela. Preferia de longe não ter de ver, mas os amigos não podem fugir quando mais são precisos e, por isso, ela tinha de lá estar. Entretanto, o sofrimento chegou ao fim e foi o velório e o funeral e a tristeza do marido, que também custa muito a engolir. Isto tudo, aliado a uma fase interminável de muito trabalho, foi deixando as suas mossas, dia após dia. 
Ontem levei-a a jantar, para ver se arribava um bocadinho. Como costuma deitar-se com as galinhas, optei por um restaurante aqui perto de casa e marquei mesa para cedinho. Fomos ao Entra, na Rua do Açúcar (entre a Fábrica do Braço de Prata e o Convento do Beato). Um restaurante despretensioso e onde se come muito bem. Era uma taberna que foi remodelada e se transformou numa espécie de taberna moderna. Gosto muito.

Adoro a originalidade da carta de vinhos (impressa no rótulo de uma garrafa)

Para entrada tivemos um rolinho de beringela e presunto recheado com queijo creme aromatizado de cebolinho e coentros e um crocante de cogumelos e bacon com manjericão e massa filo com chutney de abacaxi.
Seguiu-se uma açorda de camarão tradicional e, depois, um medalhão da vazia de novilho com feijão verde e batatinha frita às rodelas, regado com molho pimenta e mostarda. Terminámos com um creme brulee e uma delícia de ameixa e toffe.
Jantámos muito bem, como sempre. O chef Luís Magalhães e o chef Pedro Marques estão a fazer um excelente trabalho e este é um daqueles restaurantes que nunca desilude, onde se pode estar à vontade, e para o qual não é preciso empenhar o bordão de ouro herdado pela avó para pagar a conta.
Uma boa conversa a uma boa mesa faz milagres. Sábado temos um almoço caseiro em família e acho que, assim, os ânimos vão levantando, devagarinho.

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