Filho grande
Vai mudar de escola, este ano. Começa na segunda-feira. Estou ansiosa. Espero que corra tudo bem. Que se integre rapidamente. Que ganhe novos amigos. Que goste dos professores. Que possa correr, jogar à bola, ser livre. Que seja feliz. Foi muito feliz na outra escola, também há-de ser nesta. Mas mãe é assim. Rala-se. Aflige-se. Inquieta-se. Que isto de viver com o coração fora do corpo não é fácil.
Amanhã vêm alguns amigos, da escola antiga, passar a tarde com ele. E hão-de vir outros, noutro dia. E poderão vir as vezes que ele pedir, porque são amigos de muitos anos as amizades não têm de se perder só porque a vida conhece alterações geográficas. Enfim, é o que provavelmente acontecerá, com o tempo. Mas ele não tem de saber. Ninguém deve saber, antes de tempo, que há muito poucas coisas que são para sempre.
Amanhã vêm alguns amigos, da escola antiga, passar a tarde com ele. E hão-de vir outros, noutro dia. E poderão vir as vezes que ele pedir, porque são amigos de muitos anos as amizades não têm de se perder só porque a vida conhece alterações geográficas. Enfim, é o que provavelmente acontecerá, com o tempo. Mas ele não tem de saber. Ninguém deve saber, antes de tempo, que há muito poucas coisas que são para sempre.