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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

É verdade. Também eu tenho um podcast. Chama-se "Eu sou... "

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Quando aqui há uns valentes anos fui convidada a ir botar discurso ao Parlamento Europeu, com mais uns quantos criadores de conteúdos digitais de vários países da Europa, conheci uma alemã (ela vive na Áustria mas acho que é alemã) que me disse que devia criar um podcast. A coisa estava a rebentar em Viena e ela dizia que eu devia ser pioneira, já quem em Portugal ainda mal se falava no assunto.

Não me apeteceu. Sou-vos franca. Isto de nos termos sempre de reinventar é muito giro, muito interessante, obriga-nos a não parar, a estar em constante evolução, mas caraças. A vida digital é muito exigente. Primeiro foi o blogue, depois tinha de ter Facebook. A seguir veio o Instagram e era óbvio que tinha de ter uma conta. E a seguir ainda insistiram com o Twitter, e com o Youtube, e depois no Instagram vieram os Directos e mais recentemente os Reels, e depois o Tik Tok, e mais o Podcast, e a páginas tantas pareço uma perfeita anormal, a tentar estar em todas as plataformas ao mesmo tempo, sem verdadeiramente me dedicar com esmero a uma só.

Tenho tentado escolher, tenho tentado ir fazendo, ir-me descobrindo no meio do tanto que se vai inventando, e tentar nunca me perder no meio do turbilhão. Já me perdi, já me encontrei, já deixei este blogue adormecido, praticamente em coma, depois sinto-lhe a falta, regresso, mas lá surge qualquer coisa que pede a minha atenção noutras bandas e lá sigo eu, feita marioneta dos tempos modernos.

Vi então nascer podcasts como uma desova. Uns sobre política, outros sobre humor, amor, sexo, lifestyle, entrevistas a famosos. Fui acompanhando aqui e além. E cada vez menos encontrava vontade de fazer, até porque tudo parecia já feito. Mas o meu marido foi dizendo que eu devia, que era pena, que eu até tinha gostado tanto de fazer rádio, quando fiz, tantos anos seguidos. E aquilo ficou aqui a fermentar, como a massa mãe num alguidar, tapada por um pano. Um dia, pensei nas vozes de muitos que conheci, quando fazia reportagens pelo país adentro. E decidi experimentar. Deixa cá ver se isto daria alguma coisa. A minha irmã deu-me o contacto da D. Ester e eu fui conhecê-la. Mal ela disse o nome e atirou aquela gargalhada contagiante eu soube que tinha nascido o meu podcast. 

Chama-se, então, "Eu sou"  e é sobre as pessoas que raramente chegam a ter voz no espaço público (as minhas preferidas, by the way). São assim aqueles peões do tabuleiro que parecem não contar para o jogo - engano puro, como sabemos (ficou célebre a frase de um dos génios do xadrez e o melhor jogador da sua época, François-André Philidor: “Os peões são a alma do xadrez”). E são esses que vão ter voz, neste podcast, chamado “Eu sou….”. Não precisam ser reis, rainhas, bispos. Basta que sejam pessoas, com histórias para contar.

A ideia foi remover ao máximo a minha voz para que a pessoa tenha o palco inteiro, como se fosse o seu monólogo, o momento em que o foco está todo em si. Nem sempre é possível, porque o trabalho de edição é tramado e, na passagem de um tema para o outro, às vezes é preciso uma pergunta audível para colar a conversa.
Fui eu que entrevistei e editei, com os meus conhecimentos precários (muito precários) de edição. Os puristas sentirão imperfeições, mas tentei que ficasse o melhor possível.
Apresento-vos, para começar, a D.Ester Claro. Espero que se comovam e enterneçam com ela como eu me comovi e enterneci.
O podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. E agora aqui também.

Espero que gostem. 

(Se tudo tiver corrido bem, é só clicar na imagem em baixo para ouvir)

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