Devemos voltar (sempre) aos sítios onde fomos felizes
Já o disse mas repito-o porque sempre que o volto a sentir tenho vontade de o repetir: não há outro lugar onde me sinta mais em casa do que na Praça das Flores. Morei lá cinco anos. Morei 27 ao pé do Califa, em Benfica, moro há quase 14 anos no Parque das Nações. Mas o lugar onde me sinto mais em casa, entre todos os lugares, é ali, naquela pracinha querida do Príncipe Real. O Pão de Canela era como uma segunda casa, nesses tempos. E ainda hoje, quando lá vamos, há um sem número de pessoas que ali vivem desde sempre e que nos vem cumprimentar e saber como estão "os meninos". Ainda no sábado voltou a acontecer. Estava eu com o Mateus ao colo, sentada na esplanada, quando chegou uma senhora e perguntou:
- A senhora não costumava viver aqui com uma série de bebés?
Ri-me. Na verdade, na altura não era "uma série de bebés", eram só dois. Mas como de vez em quando lá volto e a família continuou a crescer, as pessoas ganharam assim a ideia de que sou aquela dos muitos filhos (são só 4, mas pronto). Lá lhe expliquei que sim, que lá tinha vivido e ela:
- Este seu filho é igual ao primeiro!
E é. Estar com o Mateus (fomos só com ele) na Praça das Flores é como que replicar a história. É como se fosse o Manel, é como se nós fôssemos aqueles dois miúdos felicíssimos por vivermos ali, é como se o tempo voltasse atrás. Para agravar mais ainda o momento nostálgico, o Ricardo pediu um queque de maçã, que era assim uma das coisinhas que mais pedíamos quando ali vivíamos. Aaaaaaaah, caraças. Gostava muito de voltar para ali. Mas para isso tinha de assaltar um banco e não tenho os skills necessários.
A cara de felicidade da pessoa, neste lugar lindo de Lisboa