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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Corridas

Pronto, confesso. O meu bichinho da corrida, aquele que eu achava que tinha, deve ter falecido. Quando comecei a correr, em 2010, por influência da Ana, uma amiga que corre a sério, ainda não havia esta febre da corrida. Já havia muita gente a correr mas ainda não era esta moda doida. E há 3 anos tomei-lhe o gosto e dei-lhe com alma e quase não falhava e fui às corridas e tudo e tudo. A Ana estava orgulhosa de mim, conseguia percebê-lo. Eu era a discípula mais aplicada. Mas depois... epá, depois canso-me. Vem uma chuva e não vou, chega o frio e acobardo-me, vem a noite mais cedo e eu ah e tal, se calhar fico mas é por aqui. De maneira que não, tenho de assumir que não tenho o tal bichinho da corrida, aquele que dizem que chega para ficar, que entra por nós adentro e nunca mais nos larga, ele é uma sede de papar quilómetros que até chega a dar formigueiro nos pés e blablablabla. Não. Eu corro porque tenho de correr. Porque o rabo me pesa. Porque a lei da gravidade é proporcional aos anos que passam. Porque sei que me faz bem. Ao corpo e à mona. Venho de lá com mais ânimo. Com uma sensação de dever cumprido. De conquista. Mas para sair de casa é quase ao pontapé. E mesmo durante o percurso tenho de estar permanentemente a repetir vai, mulher tu vai, anda, mexe-te, queres ficar um bisonte é?, anda, mais um bocadinho, és uma mulher ou és um rato? Sendo que, por vezes, respondo a mim própria que sim, sou um rato, um sacana de um rato pequenino e calão e mando-me a mim própria barda coiso, caminhando em vez de correr durante mais tempo do que gostaria.
De maneira que lá fui hoje, outra vez, praticamente esbofeteada por mim própria. Corri 8 km, por vezes bastante convicta de que ia chegar aos 10 km ou mais, muito feliz e empenhada, outras vezes num estado de profunda infelicidade. E por isso, sim, o meu bichinho da corrida se não faleceu há-de estar num coma profundo, do qual eu o tento resgatar com pouco sucesso. O melhor de tudo nisto das corridas, até ver, é mesmo regressar a casa, encarnada como um pimentão, tomar um duche e tornar a sentar-me.
Não, esta não sou eu, embora não me importasse de ser

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