Começar bem o ano, olé!
10h. A campainha toca. Faço um esgar de horror. Corro para abrir. Fico do lado de fora, encosto a porta e explico ao carteiro, espantado com o meu dedo nos lábios e voz baixa, que tenho as crianças a dormir (pelo meu ar tresloucado dir-se-ia que tinha três monstros a dormir e muito medo de os acordar). É uma carta registada. Suspiro. Cartas registadas, geralmente, não são coisa boa. Assino o que tenho a assinar, despeço-me em surdina, fecho a porta devagar. Abro a carta pelo picotado, com a pressa de quem quer despachar más notícias, e levo o olhar para o canto inferior direito, onde está o valor a pagar (tinha de ser para pagar, claro). 120 euros. Multa, pois. Excesso de velocidade, algures em Portalegre. Feliz ano novo, Sónia Morais Santos! Ainda estava a digerir a notícia quando vejo a Madalena sair do quarto, de urso panda na mão e mão a esfregar os olhos. Sussurrei um palavrão. Pronto. Tanto tempo a andar em bicos de pés para não a acordar e veio a multa acabar-me com a possibilidade de trabalhar esta manhã. Feitas as contas, acho que me custou mais o sono interrompido da minha filha mais nova do que os 120 euros pela janela fora.
(sou só eu que estou a achar estas férias intermináveis????)
(sou só eu que estou a achar estas férias intermináveis????)