Anda… Atira lá outra vez!!!
Tem sido uma paródia. Atiro-lhe a bola para longe e ele corre que se desunha. Cansa-se. Estafa-se. Três vezes ao dia, pelo menos, brincamos até ele se deitar de língua de fora a implorar por tréguas. Quando chega a casa está demasiado cansado para tropelias. Dorme. E até a bexiga aguenta mais tempo, que enquanto dorme não se lembra cá de aflições.
Isto vai lá. Dá trabalho, já chorei muito, acordo todos os dias às 6.45 para o primeiro de muuuuuuitos passeios. Mas acho que também aqui passo um exemplo muito importante aos meus filhos: nada se faz sem esforço. Às vezes, um esforço que parece não ser compensado por qualquer alegria. É preciso tempo. Paciência. Trabalho. Persistência. Até algum sofrimento (em alguns dias muito sofrimento, juro). Mas as coisas acabam por começar a mudar. Devagarinho. Com retrocessos. Com aprendizagens, quando nos dispomos a aprender.
Algumas pessoas, até muito próximas, vendo o meu desespero, sugeriram que desistisse. Que entregasse os pontos. Que desse o cão a alguém. Nunca o faria até esgotar todas as possibilidades. Porque isso seria o mesmo que dizer aos meus filhos: "Quando algo nos dá muita chatice, muito trabalho e sofrimento, o melhor é desistir." E isso é o contrário daquilo que lhes quero incutir.


sonia.morais.santos@gmail.com