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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Alô, alô, nostalgia

Lembro-me quando o Manel era bebé e chorava muito.
Não pensem que exagero.
O Manel chorava tanto, tanto, tanto que todos achavam que era doença.
O menino não estava bem. O menino tinha dores. O menino devia ter alguma coisa. Credo, o menino devia ir a Fátima.
O pediatra não sabia o que tinha o menino. As avós não atinavam com o que tinha o menino. Veio uma revista entrevistar-me porque a fama do menino que chorava sem parar galgou as fronteiras da casa, da rua, do bairro.
Foram meses difíceis.
Cheguei a adormecer num banco de jardim, com ele no marsúpio, porque só na rua e na posição vertical é que se calava.
Não dormi muitas noites.
Enfureci-me muitas vezes.
Juro que não sei como não fiquei pior - talvez já aí se revelasse alguma certa vocação para a maternidade, que me permitiu não o atirar contra uma parede ou ficar com uma depressão pós-parto.

Serve isto para dizer que…
Tenho imensas saudades do tempo em que o Manel chorava como um possuído.
A adolescência está apenas a começar e, a mim, já me dói o corpo.



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