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A morte de uma bombeira de 24 anos, cercada pelo fogo, é uma notícia que me desvaira. Sobretudo por saber que na grande maioria dos casos é gente que ateia os fogos. Gente que atenta contra o país, contra os habitantes das populações afectadas, pessoas que matam alegremente outras pessoas. A minha querida dona Emília estava, no outro dia, aqui em casa a chorar em frente ao televisor, enquanto passavam as notícias do violento incêndio em Góis, onde tem os pais. Ligava insistentemente e ninguém a atendia. Escutava os relatos de que a população da aldeia dos pais tinha sido evacuada e só pensava na mãe, praticamente sem mobilidade. Ontem a dona Emília não veio porque foi à terra, ter com os seus que, por acaso (e graças ao trabalho árduo dos bombeiros), estão a salvo. E eu fico numa raiva muda contra esta gente capaz de queimar a vida dos outros como se fosse um espectáculo digno de se ver. Ontem morreu uma bombeira, hoje sabe-se lá quem mais morrerá às mãos de gente que nem sequer merecia ter nascido.