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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Mateus, o retratista (falhado)

O Mateus tem, como é normal, uma educadora e uma auxiliar: a Guida e a Patrícia. Este ano, a Guida vai-se embora da escola e os pais juntaram-se para lhe organizar um piquenique surpresa (que foi hoje) e para lhe oferecer um caderno com desenhos feitos pelos seus últimos meninos daquela escola. Pedi ao Mateus para desenhar a Guida e dizer o que pensa sobre ela. Ele desenhou e disse: "A Guida é fofa, querida e gosta de mim. E eu gosto dela." Foi o que escrevi na folha.

Quando terminou o desenho, olhei para aquela espécie de círculo (cabeça e corpo) com outras duas espécies de círculos a fazerem de olhos, um risco a fazer de boca, dois pauzinhos a fazerem de braços, dois pauzinhos a fazerem de pernas, e sorri:

- Está tão bem! Muito gira, a Guida!

Ele olhou para o desenho com tristeza e exclamou, por fim, desalentado:

- Oh... Parece a Patrícia!

(atendendo a que não parece, sequer, um ser humano, estive meia hora a rir)

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A Dory? Quem é a Dory? Ah sou eu! Eu quem? A Dory! Quem é a Dory?

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Ontem, quando fui buscar o Mateus, uma das educadoras disse, a rir, que não lhe mandei calças ou calções para vestir depois da praia. Só cuecas. E também esqueci o fato do judo. E quando fui escrever, no placard afixado na escola, o que tenciono levar para a festa de fim de ano, escrevi "Martim Branco" à frente dos pasteis de bacalhau, em vez de escrever "Mateus Branco" (alerta filho errado!). Hoje já enviei uma mensagem a uma mãe a pedir desculpa por não ter respondido ao convite para a festa da filha (que era na quinta-feira passada) porque o convite ficou esquecido dentro da mochila. 

Tenho fases em que esqueço pouca coisa (mais raras), tenho outras em que pareço entrar em espiral Dory. A verdade é que é muita coisa para me lembrar... esta semana então está demais: o exame do Manel, as aulas extra de piano da Mada, o exame de piano da Mada, um piquenique surpresa de um deles, a matrícula da Mada (que tem de ser esta semana), a festa de aniversário da Mada (que vai ser sexta-feira cá em casa, todo o dia), o jantar de aniversário da Mada (cá em casa), a festa e fim de ano do Mateus, a partida para o campo de férias do Martim e da Mada. Sinto a cabeça em modo esferovite. Se não perder nenhum filho pelo caminho já é uma sorte.

Lentes de contacto: é muito mais fácil do que parece

Às vezes, quando alguém me vê pôr ou tirar as lentes (ou simplesmente quando sabe que tenho lentes de contacto), diz com uma expressão de horror que seria incapaz de usar. Sempre que isto acontece lembro-me de como também eu dizia o mesmo, como me impressionava tanto ver as pessoas a enfiarem aquela coisa redonda no olho, tanto que nem conseguia ver até ao fim, virava a cara como se tivesse acabado de assistir a um acidente, como se quem estivesse a colocar a lente tivesse acabado de vazar uma vista mesmo ali à minha frente.

Um dia - lembro-me perfeitamente - uma amiga disse-me tais maravilhas do uso das lentes de contacto que decidi dar-lhes uma oportunidade. Na verdade, até então imaginava que fossem peças rígidas (e creio que começaram por ser) e a ideia de espetar um vidro no olho era-me insuportável. Foi nessa conversa que ela me disse que não, que eram moles, maleáveis, finas, tão finas que nem se sentia quando entravam em contacto com o olho. Foi em 2002. Sei porque casei, em 2000, sem ver o noivo no altar (não tinha ainda descoberto as lentes e não quis casar de óculos porque nunca consegui sentir-me 100% eu com eles postos). E sei porque o Manel nasceu, em 2001, e eu também fiz questão de não o receber com os óculos (mas como o puseram junto a mim já não houve problemas em vê-lo, que o meu mal é enxergar ao longe).

Em 2002 fui a uma MultiOpticas (podia estar aqui a inventar porque tenho uma parceria com a marca e ficava mesmo bem dizer isto, mas não; lembro-me perfeitamente de ir a uma MultiOpticas) e a funcionária teve uma paciência de Job porque eu suava e sentia-me desmaiar e o diabo a sete, tudo porque imaginava a lente a entrar no olho e tudo aquilo me inquietava. Estranhamente coloquei as lentes de contacto com relativa facilidade e fiquei muito supreendida por não sentir nada depois de ter as lentes postas. Achei que ia sentir um peso, uma espécie de grão de areia, um incómodo mas... não! Nada. Era como se não tivesse nada nos olhos. "Espera lá! É isto??? Andei anos a protelar esta decisão e é só isto???"  

Também pensei que tirá-las fosse ser o cabo dos trabalhos, que ainda sacava um olho (além da lente), ou que ainda dava uma unhada e ficava vesga... enfim, toda a sorte de pensamentos tenebrosos me cruzou o cérebro. Mas não. Depois de uma tentativa ou duas, tirei-as na boa. 

As lentes de contacto foram uma espécie de Revolução Industrial na minha vida. Mudaram tudo. Nunca me tinha dado bem com os óculos. Não me sentia eu, não gostava da sensação de ver a vida dentro de dois rectângulos (ou qualquer que fosse a figura geométrica que me circunscrevesse a visão do mundo), não gostava de abrir o forno e ficar temporariamente um nevoeiro doido, ou fazer desporto e sentir o bafo embaciar-me as lentes. Tudo isso tinha terminado, com duas coisinhas tão pequenas. E de forma tão simples. Até mesmo para uma mariquinha com olhos como eu!

Quando o Manel precisou de óculos, ainda lá fomos para comprar lentes mas foi-nos dito que, naquela idade, era melhor esperar mais um pouco.  Porque os miúdos não têm os mesmos cuidados de higiene que os adultos, não lavam as mãos antes de pôr ou tirar as lentes, esquecem-se de as tirar, ficam horas infindas com elas até se esquecerem que as têm, e que seria mais prudente esperar. Esperámos e creio que em breve vamos voltar a tentar. Se for tão fácil como foi comigo, o Manel vai deixar de se franzir todo para ver não sei o quê que está a dar na televisão (porque só usa os óculos para ir ao futebol e para as aulas e pouco mais). 

Certo é que sabemos que na MultiOpticas há sempre um optometrista disponível para tirar qualquer dúvida sobre as lentes de contacto. Basta marcar uma consulta GRÁTIS de contactologia. Esta consulta pode ser marcada online ou por telefone. Além da consulta gratuita, o 1º par de lentes de contacto é oferecido, para que possam testar livremente. 

Não deixem de experimentar, a sério. Cada vez que oiço alguém a garantir que seria incapaz de usar lentes tenho mesmo vontade de lhe meter uma à socapa num olho, só para perceber como é simples e como pode ser mesmo libertador. Porque se há quem se acostume aos óculos na maior, e até goste de os usar, há quem nunca se acostume inteiramente a eles, sentindo quase uma mudança de personalidade quando os põe (eu quando uso óculos tendo a não falar quase nada, por exemplo, o que é óptimo quando o meu marido precisa de silêncio). 

Descubram as vantagens dos óculos e das lentes de contacto.

Se vão comprar o primeiro par de lentes de contacto descubram mais informações no site da MultiOpticas.

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Club de Leitura do Porto e próximos encontros

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Na véspera da minha viagem para as Maldivas fui de carro até ao Porto, para mais um encontro do clube de leitura. Foi um bocado maluco porque, sabendo que na sexta ia fazer mais de 600km de carro até Madrid (e depois mais 12 ou 13 horas de avião), na quinta fui de carro a conduzir até ao Porto e, depois de terminado o clube (já passava das 22h) meti-me de novo à estrada para voltar para casa. Foram basicamente 1200km de carro em dois dias. Mas valeu cada quilómetro, cada metro, cada hora!

O livro em análise era o Caim, de José Saramago, e se já tinha havido em Lisboa quem tivesse sentido dificuldade em lê-lo por razões de convicção religiosa, estava muito curiosa para saber o que pensavam os participantes do Porto. Geralmente, o norte é tradicionalmente mais católico do que o sul (ou, pelo menos, mais praticante, mais fervoroso) e, por isso, queria muito ouvir o que tinham para dizer. Uma das leitoras até me mandou uma mensagem, uns dias antes do encontro, a pedir para convencer o padre Paulo Duarte a ir ao encontro (ele tinha ido ao anterior) porque queria muito que alguém "do outro lado" conseguisse rebater as ideias do livro.

De um modo geral, muitos foram os que, apesar de muito católicos, conseguiram perceber a perspectiva de Saramago e achar graça à paródia que ele faz a certas passagens do Antigo Testamento. A Verónica, que é católica praticante e trabalha num colégio católico, disse: "Nunca concordei com aquela ideia de que não se brinca com coisas sérias, para mim é precisamente com essas que se brinca. E, na verdade, o Deus do Antigo Testamento era um Deus cruel, vingativo, terrível... não precisamos de Saramago para sabermos isso."

Ainda me ri com a Ana, que afirmou "eu estava a ler o livro e a benzer-me". E depois, com imensa graça, continuou: "A minha madrinha de casamento ofereceu-me uma Bíblia e vou ter de a ler já a seguir!" Para a Ana houve como que uma espécie de alereta para uma forma de ver as coisas como nunca tinha feito: "Uma pessoa tem ideias preconcebidas e ele manda uma laracha e a pessoa pensa: ai!"

Comecei a escrever o que cada participante achou do livro (com base nos meus apontamentos) mas depois há um ou outro que não tirei assim tantas notas e não quero que fique muito desequilibrado, com grandes dissertações para uns, e quase nada para outros. 

De todo o modo, o livro deu pano para mangas. Para falar sobre a relação de cada um com Deus, com a fé, com o Antigo e o Novo Testamento. Deu para falar de Saramago e do seu ateísmo zangado (para alguns um ateísmo culpado, de quem gostaria de não ser ateu). Deu para analisar a fronteira entre aquilo que se pode ou não pode (?) escrever, as fronteiras da ofensa, o rir de nós mesmos e das nossas crenças. Foi, como sempre é, muito bom.

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Próximos encontros:

LISBOA - ESTA QUINTA-FEIRA, DIA 27 DE JUNHO (excepcionalmente não é na sexta-feira porque a Mada faz anos). ÀS 19.30 NO BROWN'S HOTEL, EM LISBOA (RUA DA ASSUÇÃO, 75)

PORTO - DIA 5 DE JULHO (SEXTA-FEIRA), ÀS 19H NO VILA GALÉ PORTO

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O "irmão" mais novo

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Esta semana o Mateus tem praia com a escola. Está com azar com o tempo. Ontem, primeiro dia de praia, era ver os pequeninos todos a entrar na camioneta de casacos e alguns com o apoio de guarda-chuvas dos pais. Só lhes faltavam as galochas para ser mesmo um retrato inusitado de todo. Hoje, a mesmíssima coisa. Esperei por ele cá fora, enquanto lá dentro lhe punham uma pulseira de identificação da escola e os agrupavam em fila indiana. Ter-me-ia ido embora mas havia já uma quantidade razoável de pais para os "adeus" costumeiros. Levo 17 anos disto. Ainda me lembro tão bem de ficar a acenar à janela da carrinha onde o Manel ia para a praia, e depois o Martim, e depois a Mada, e agora este. Reconheço que já há muitas coisas que faço sem o enlevamento de outros tempos. Ficar a acenar a uma criança que mal vislumbro porque as janelas fazem reflexo tem pouco encanto (e demora tempo que nunca mais acaba). Mas é sempre giro ver os pais de primeira viagem a dizerem vigorosos adeus até ficarem com dores no braço (mas que nunca confessam), atirando beijos, fazendo recomendações de última hora, entrando pela camioneta adentro porque o filho começou a chorar, desabafando os seus medos de que alguma coisa não corra bem. Não é que uma mãe de quatro ame menos o seu filho caçula, só que já viveu esse filme 3 vezes antes, e por isso tudo assume uma condição muito mais descontraída. 

O Mojito foi ontem e hoje levar o Mateus à camioneta. Quando o viu, entre os outros, fez questão de mostrar quem era o seu "irmão", cheirando-o, dando entusiasmados beijos, metendo a cabeça por debaixo do seu braço, para que ficassem encostadinhos. Os amigos ficaram em delírio, sobretudo porque o Mojito é grande, do tamanho deles, e por isso é assim uma espécie de bom gigante, mascote da turminha. Não foi sem inquietação que o Mojito viu o Mateus entrar no autocarro, parecia tão ralado como os pais de primeira viagem. Na verdade, para ele também é a primeira vez. 

Ter um cão foi das melhores decisões desta família. Não foi nada fácil, nada, nada, nada (obrigada Ricardo Oliveira, nunca poderei agradecer o suficiente). Mas depois de ultrapassadas as dificuldades... é só "amor para a vida toda".

Fecha-se uma porta...

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Foto: Anders Petersen

 

O Manel termina hoje o 12º ano. Já fez o exame de Português, hoje faz o exame mais importante na admissão à universidade: o de Matemática. Quando penso nisso, não consigo deixar de sentir um nó na garganta. O meu primeiro filho está a caminho da universidade e, se tudo correr bem, em Setembro lá vai ele iniciar uma nova etapa. Não vou fazer as exclamações costumeiras sobre a voraz passagem do tempo ("comooooooo é que isto aconteceu, comooooo?"), mas não há dúvida de que, olhando para mim, é esquisto, tudo isto. Eu sou mãe de um quase-universitário. Sim, senhor. Está bonito. Tem coisas boas, claro. Conversamos imenso, ele ajuda a tomar conta dos irmãos (e até a educá-los), é delicioso ouvir o modo como ele pensa o mundo (se bem que por vezes perturbador, por ter um modo de pensar substancialmente diferente do meu). Hoje o Manel fecha definitivamente a porta ao Secundário e começa a abrir (esperamos) uma nova porta. Que tenha lá dentro um mundo inteiro de possibilidades e de caminhos e de novas portas. Nós cá estaremos para o que for preciso (nem que seja a olear as dobradiças).

Há por aí quem queira ser monitor de um campo de férias diferente? Será, sem dúvida, uma experiência para a vida toda

Há associações que fazem trabalhos tão notáveis que até me comovem, pelo tão extraordinárias que são. É o caso da AAMA - Associação de Atividade Motora Adaptada. Trata-se de uma associação sem fins lucrativos, com estatudo de IPSS, que apoia as populações com deficiência e outras necessidades especiais, no âmbito desportivo, terapêutico, recreativo, educacional e formativo. Além do campo de férias para crianças cegas (que têm como monitores crianças que vêem) de que já aqui falei (Camp Abilities), a AAMA tem vários outras colónias de férias desportivas para crianças, jovens e adultos com necessidades especiais autismo, trissomia 21 e dificuldade intelectual e de desenvolvimento). O modelo de colónias pressupõe um trabalho lúdico e recreativo, mas também terapêutico, pelo que, para para garantir um acompanhamento direto e efetivo, é indispensável que tenham um monitor para cada participante. 

Neste momento, a colónia de férias precisa de monitores! Acho que pode ser uma experiência espectacular para os jovens que agora vão estar de férias, muitas vezes sem saber bem o que fazer.

Assim: se têm mais de 18 anos, gostam de desporto e de ajudar o outro, não podesm perder esta experiência única a nível pessoal e profissional!

Juntem-se aos campos de férias da AAMA se:

- Têm interesse ou motivação em lidar/trabalhar com crianças com NEE;

- Querem ter mais de 26 horas gratuitas de formação prática e teórica em: intervenção em meio aquático, atividades de vida diária, atividade motora adaptada, estimulação e intervenção precoce, entre outras;

- Querem ter uma experiência única e gratificante a nível profissional e pessoal, ao veres as evoluções de cada participante!

 

Próximas colónias:

Colónia Interna Lisboa (13 de Julho a 19 de Julho) - Colégio Militar, Lisboa

Colónia Interna (regime 24h/por dia) com crianças e jovens com NEE

Colónia Interna Montemor o Novo (13 a 20 de Julho) - Herdade Agriculta Biológica de Montemor o Novo, Évora

Colónia Interna (regime 24h/por dia) com jovens e adultos com Dificuldades Intelectuais

Colónia Externa Odivelas (14 de Julho a 27 de Julho) - Externato Flor do Campo, Ramada

Colónia Externa (9h-18h) com crianças dos 3 aos 8 anos com NEE 

Colónia Externa Cascais (28 de Julho a 10 de Agosto) - Colégio Amor de Deus, Cascais

Colónia Externa (9h-18h) com crianças dos 5 aos 12 anos com NEE

Colónia Interna Algarve (4 de Agosto a 10 de Agosto) - Jardim de Infância Amigos dos Pequeninos, Silves

Colónia Interna com crianças e Jovens com NEE

 

Se tiverem interesse... vão AQUI

Voltar do Paraíso não é fácil

Captura de ecrã 2019-06-17, às 16.29.18.pngCaptura de ecrã 2019-06-17, às 16.29.30.pngCaptura de ecrã 2019-06-17, às 16.30.23.pngCaptura de ecrã 2019-06-17, às 16.30.42.pngFotos retiradas do site do Club Med Kani

 

Fomos de carro até Madrid e foi lá que apanhámos o avião. Porquê? Porque poupámos qualquer coisa como 600 euros com esta manobra e, ainda por cima, temos em Madrid um casal muito amigo que é sempre bom rever (e que nos guardou o carro no seu condomínio durante a nossa estadia pelas Maldivas). Fomos num voo da Qatar (aviões óptimos e, ao nível da Executiva são mesmo assim do além - nós fomos em Económica e já foi excelente). Fomos de Madrid até Doha (Catar) e depois de Doha até Malé (Maldivas). Ou seja: 5 horas e tal de carro + 7 horas + 5 horas. A seguir, apanhámos um barco (o transfer do Club Med ficava mais barato do que outras empresas que contactámos) até ao resort (Club Med Kani). Quando chegámos estávamos um bocado atordoados mas a visão do Paraíso permitiu logo sossegar-nos os espíritos. Logo no avião, olhar para as ilhas verdejantes no meio de um oceano azul clarinho fez com que qualquer cansaço se sumisse como que por magia.

Foi uma semana de sonho. Água quente e turquesa, areia tão branca que parecia ter sido alvo do "teste do algodão", coqueiros, palmeiras, silêncio, boa comida. Mas também animação, caso o sossego começasse a bolir-nos com os nervos (o que dificilmente aconteceria). O Club Med, uma vez mais, não desiludiu. Às vezes perguntam-me se os animadores não são do tipo chato, sempre a animarem mesmo quem não quer ser animado. E a verdade é que não. Quem quiser nem botar os olhos e os ouvidos na equipa que anda aos saltos... é perfeitamente possível (mas fica a perder seguramente porque eles são mesmo bons). Mas, além do mais, a equipa sabe com um rigor quase científico quem são as pessoas que querem estar em paz, e quem são os que adoram uma zumba, não dispensam uma participação no espectáculo da noite, não dizem que não a um jogo de volei.

Nós não somos nem eremitas nem frenéticos. Bom, se tivesse de nos classificar aproximava-nos mais dos eremitas do que dos frenéticos. Afinal, a idade já vai sendo mais amiga de sopas e descanso do que farra da grossa. Mas não é só isso. O facto é que vivemos durante todo o ano com quatro miúdos, o barulho e o caos são permanentes e, apanhando-nos num sítio paradisíaco como este, só queremos mesmo é desfrutar do silêncio apenas quebrado pelo leve quebrar das ondas na areia. Ainda assim, fomos sempre ver o espectáculo que eles têm depois do jantar e que nos proporcionou bons momentos (às vezes, quando vão buscar pessoas à plateia, proporcionam momentos verdadeiramente hilariantes).

Se há quem pense ir até às Maldivas com os filhos

 

Paraíso

Nos próximos dias vou estar aqui, mais ou menos do outro lado do mundo. Há 11 anos fomos às Maldivas e o Ricardo sempre disse que não queria morrer sem voltar. Como nunca se sabe o dia de amanhã decidimos despachar já o assunto (se bem que quer-me parecer que ele vai repetir a ladainha quando sairmos daqui, o que nos vai obrigar a um eterno retorno). 

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Club Med Kani, Maldivas

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