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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Half IronMan

Não cheguei a contar-vos mas acabei por desistir de participar do Half IronMan, que acontece já este domingo, em Cascais. Tudo começou muito bem, comigo acabadinha de sair do meu primeiro triatlo toda contente (Challenge Lisboa - 1500m a nadar, 45km de bicicleta e 10km a correr), a achar que afinal não tinha sido assim tão difícil e que queria continuar a nadar, pedalar e correr, desafiando-me ao mais alto nível. Tudo isto, claro, rodeada de gente chanfrada que mal termina um colosso já quer enfiar-se numa cena titânica, e assim, para aí um dia ou dois depois de terminado o Challenge Lisboa estava a inscrever-me no Half IronMan. Parvalhona do caraças. 

Bom, iniciei os treinos com ânimo, 60Km de bicicleta, mais 50km, com subidas demoníacas e tal. Mas faltava-me tempo para tudo. E disponibilidade (sobretudo essa, que conseguindo essa o resto vem por arrasto - acreditem). Comecei a imaginar as minhas férias com treinos diários intensíssimos e um regime alimentar cuidado, os meus dias a dois com o meu marido sem poder beber e obrigada a trabalhos forçados e... desmoralizei. Não me apeteceu. E fui-me convencendo de que não queria fazer realmente aquilo. E, devagarinho, fui informando o grupo de malucos das minhas intenções (digo devagarinho porque aquilo é gente incrivelmente persuasiva, não podem imaginar). E posso dizer-vos: foi a melhor decisão que podia ter tomado. Passei umas férias estupendas, sem fazer nada, nicles, niente. E foi tãoooooooo bom! 

Quando o Zé percebeu que eu estava mesmo dedicida a não ir, convenceu-me (sacana) a fazer uma estafeta. "Ao menos participas", "vá lá", "tu nadas tão bem, não vai custar nada", "vou-te inscrever e não se fala mais nisso", "não tens hipótese" e mimimimimimi. E pronto, mais ou menos enrolada, aceitei. Estupida do caraças. 

É certo que não treinei nada (só nadei no mar uma vez 750 metros e outra 1500 metros) mas agora estou a dois dias da prova e tenho a barriga às voltas. Basicamente, terei de nadar 1900 metros em Cascais, o Zé vai pedalar 90km e o Ricardo vai correr 21km. Acho que, entre todos, sou a que está melhor (leia-se: a que vai ter menos dores de cabeça porque nadar custa muuuuito menos que pedalar e correr). Mas mesmo assim, dispensava esta gracinha. 

Lá estarei, este domingo, a tentar não lixar a minha equipa, tão bem denominada "Iron Mice".🐭

 

 

De qualquer maneira, não sentindo uma pontinha de pena ou remorso por ter posto o corpinho fora do Half IronMan, acho que talvez volte a sentir vontade de me meter numa maluquice dessas. Ou voltar a uma maratona. Logo se vê. O importante é escutar o corpo e a alma. Perceber quando queremos mesmo pôr-nos à prova ou quanto estamos a forçar a barra. E, desta vez, foi sem dúvida a melhor decisão de todas (mas estarei a torcer por todos os meus amigos campeões).

We're back

Voltámos.

Há muito, muito tempo que não me sentia tão feliz por voltar a casa. Geralmente fico triste, a suspirar pelos cantos, relembrando os dias maravilhosos no sotavento algarvio, como se a vida por cá fosse ruim (e não é).

Poder-se-ia pensar que esta felicidade no regresso teria que ver com umas más férias, mas foi exactamente o contrário. Há muito tempo que não tinhas umas férias tão retemperadoras, tão boas, tão felizes. São sempre, na verdade, mas estas... estas tiveram algumas nuances que as tornaram mesmo especiais. Talvez justamente por isso, o regresso foi de alegria e não de angústia ou nostalgia. A máquina de lavar roupa já está a bombar, ainda há malas abertas no corredor, mas a alegria dos miúdos por chegarem à sua casa conseguiu ser quase comovente. Afinal, já não vinham a casa há quase 2 meses! O mais enternecedor foi o Mateus, que há quase 2 meses dorme numa cama de viagem (primeiro em casa da avó, depois em casa dos avós, depois no Algarve). Quando chegou à sua caminha, esticou as pernas, abraçou a almofada e sorriu de olhinhos fechados. Que amoooooor!