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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Aniversário

Na sexta, a seguir ao Clube de Leitura, voei para o jantar de aniversário de uma amiga. 

Gosto muito dela e de toda a grupeta de Pannacottas. Sempre que estamos juntas é impossível não rir. Muito. Às vezes até às lágrimas. Na foto em baixo só falta uma para estar composto o ramalhete. 

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Clube de Leitura: obrigada! Voltou a ser tão bom!

Foi na sexta e eu esperava que viesse pouca gente, até porque em finais de Julho e com tantos já de férias... era o mais certo. 

Afinal... surpresa! Éramos 15. Ok, no último éramos 20 mas para 28 de Julho, acho que ter 15 pessoas reunidas à volta de livros é assim uma delícia. Havia bolinhos, como sempre, e o inefável Miguel Neves (responsável de comunicação da Fnac do Colombo) sempre por ali a assegurar-se que tudo estava bem (fica tudo mais fácil quando se contacta com gente que sabe fazer-nos sentir confortáveis).

 

Eis os livros lidos e comentados:

Cátia - O Centenário Que Saiu Pela Janela e Desapareceu - Jonas Jonasson; E a Louca sou Eu - Tati Bernardi

Nuno - Retrato De Uma Espia - Daniel Silva; Um Universo Vindo do Nada - Lawrence M. Krauss

Eu - Nada A Temer - Julian Barnes

Ricardo - As Três Vidas - João Tordo

Luísa - Quem Me Dera Ser Onda - Manuel Rui; Nada a Temer - Julian Barnes (ainda não terminado)

Fátima - Instruções Para Salvar O Mundo - Rosa Mantero

Rosa - Mataram A Cotovia - Harper Lee.

Diana - The Heart Is A Lonely Hunter - Carson McCullers; 1984 - George Orwell

Susana - Envelhenescer - Pedro Chagas Freitas

Didi - A Casa Do Pó - Fernando Campos

Mafalda - Os Interessantes - Meg Wolitzer; A Amiga Genial - Elena Ferrante

Ana - Quando Lisboa Tremeu - Domingos Amaral; 10 Hábitos das Mães Felizes - Meg Meeker

Patrícia - Pai Nosso - Clara Ferreira Alves

Catarina - Escrito Na Água - Paula Hawkins

Beatriz - Nem Todas As Baleias Voam - Afonso Cruz

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Gostei tanto. Foi tão bom. Estivemos duas horas sem olhar para os telemóveis, só a ouvir falar sobre livros e a conversar. Fiquei cheia de vontade de ler "Mataram a Cotovia", de Harper Lee. Quem tinha aconselhado a Rosa a ler tinha sido a Diana, sua sobrinha. Disse a Rosa: "A minha sobrinha já me tinha dito há imenso tempo que eu tinha de ler este livro. E eu fui adiando, nem sei porquê. E tornou-se o meu livro preferido. Vou passar a acatar todas as sugestões da minha sobrinha." A Diana ria-se. E também a mãe de Diana (irmã de Rosa) está já a ler o livro. 

Logo depois de Rosa explicar tudo isto, Cátia pediu para falar: "Queria só dizer que esse é o livro da minha vida".  Ehhhhh lá! Tenho mesmo de ler!

Pensava-se que a autora só teria escrito este mas, depois da sua morte, foi encontrado um manuscrito que virou livro póstumo. Chama-se "Vai e Põe Uma Sentinela" e chegou a Portugal em 2015.

Obrigada às três meninas (Fátima, Rosa e Diana), que vieram de novo de Alenquer para esta tertúlia. A Diana conquista-me sempre. Tão novinha e tão eloquente e divertida.

Também a Ana veio num saltinho. Vive na Alemanha, ia no dia seguinte para o Porto, mas não quis deixar de estar presente. Em princípio não tornamos a contar com ela tão cedo, que não dá para vir da Alemanha todos os meses, mas sempre que for possível será um gosto recebê-la! 

A Didi levou a filha Mafalda, mesmo na véspera de irem de férias (o que não é nada fácil - toda a gente sabe que no dia antes de seguirmos viagem só temos cabeça para malas e pouco mais). Um grande beijo para as duas e muuuuuito boa sorte para a Mafalda, que em Setembro começa a sua vida profissional, depois de ter terminado o curso de Gestão na Universidade Nova de Lisboa (espertíssima - vê-se à légua).

 

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Beijos gigantes a todos os participantes, que fazem com que esta ideia seja uma das mais gratificantes que já tive. 

Obrigada à Fnac por nos acolher tão bem, deixando-nos mudar a sala toda para ficarmos em círculo, voltados uns de frente para os outros, num ambiente muito descontraído e intimista. 

Em Agosto não há tertúlia mas já está marcada a data do próximo encontro: 29 de Setembro!!! Conto convosco!

 

 

Wow!

João Cajuda... era já!

Que grande, grande filme. 

Estou há dois dias fechada numa sala a fazer uma formação intensiva em edição de vídeo e nunca como agora sei valorizar a trabalheira que dá. Olhando para isto... compreendo que nunca sairei da mediocridade. 😂

Prision Break Rato - Parte II

Chegámos a casa, depois do jantar no JNcQUO, e já dormíamos quando um brinquedo do Mateus começou a tocar sozinho.

Epáaaaaaa. Queres ver que é alguma visita de algum espírito? Será a minha querida avó, hoje que é dia dos avós? Mas por que raio ia ela brincar com aquilo? Não teria outra forma de comunicar connosco?

Fomos ver. O que era? 

O rato. 

É verdade. A criatura voltou a escapar-se da gaiola e estava no corredor, onde subiu para uma das prateleiras mais baixa de uma estante, onde há alguns brinquedos do Mateus. E o que fazia ela? Passava alegremente em cima do brinquedo da Chicco, fazendo repetir a música e a voz do senhor a insistir para que ela carregasse num botão. E ela, obediente, ia carregando.

Se isto fosse uma publicidde à Chicco, era perfeito. "Até os ratos gostam dos brinquedos da Chicco". Lindo. Não sendo uma publicidade à marca, é só mais uma característica deste rato espertíssimo: gosta de brincar.

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A seguir, não contente com esta graça, ainda se montou num Porsche descapotável, imagino que para se pôr na alheta de vez.

Este bicho não pára de me surpreender.

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JNcQUOI

Fomos ontem e ficámos rendidos. O JNcQUOI (lê-se Je ne sais quoi) é tanta coisa ao mesmo tempo que podia falhar em alguma delas. Mas se falha, não nos apercebemos (ah, por acaso falhou na pontualidade, como se verá mais adiante). Tem três andares: a loja Fashion Clinic, o bar, o restaurante. Mas também tem mercearia e um balcão que nos envia directamente para Paris: o primeiro balcão da Ladurée em Portugal.

Chegámos à hora marcada (21.30) mas a nossa mesa ainda não estava pronta. Convidaram-nos a descer até ao bar. E que bar! Com 43 lugares ao balcão tem uma carta imensa de vinhos ou cocktails. Mas também se pode jantar, num género mais descontraído. Pessoalmente, vi passar ostras bem acondicionadas em gelo que me fizeram ponderar ficar por ali.

Às 22.30 já estávamos um bocado irritados. Tínhamos feito a reserva para uma hora antes! Mas a simpatia de todas as pessoas que nos foram pedindo sucessivas desculpas e o ambiente absolutamente envolvente fez atenuar a fome e a espera.

Sentámo-nos já passava das 22.30. Mas valeu a pena. O restaurante é lindo, com um dinossauro velociraptor à escala real no meio da sala, e o encanto daqueles tectos altos quase centenários. Podia ser só um espaço com muita pinta. Mas ainda por cima comemos divinamente. Para entrada uma burrata que julgo ter ganho o campeonato das burratas (creio que nem em Itália comi uma tão boa). Seguiram-se umas gambas em molho de caril vermelho para mim e um risoto de cogumelos com "nozes" de porco ibérico para o Ricardo. Divinal.

Aposta ganha, em todos os aspectos. Lisboa está, de facto, com uma oferta de se lhe tirar o chapéu.

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Colecção FW Zippy

Na semana passada fui convidada pela Zippy para ir ao Porto conhecer a nova colecção Outono-Inverno. E além de estar tudo giríssimo, gostei imenso do novo conceito, que pretende dar autonomia aos mais pequeinos, através da linha BIG ME. Como todos sabemos, a miudagem gosta sempre de se fazer de "grande". Ah, eu já me sei calçar! (e a gente cheia de pressa e os sapatos ao contrário - sapato esquerdo no pé direito; sapato direito no pé esquerdo). Ah, eu já sei apertar os sapatos! (e nós com tanto para fazer e eles ali embrulhados em atacadores). Ah, deixa-me ser eu a fechar a camisa! (e uma pessoa a querer sair de casa e a camisa ponta abaixo, ponta acima, toda abotoada nas casas erradas). Quem nunca, minha gente? Quem nunca?

Pois bem, a Zippy decidiu ajudar os pais na sua pressa costumeira, e sobretudo os miúdos na sua não menos habitual vontade de crescer depressa, estimulando-lhes a aprendizagem e a autoestima.

Assim, há camisas fáceis de abotoar, com uma linha colorida no botão e na casa correspondente, para que não haja enganos.

Há calças com mola até ao tamanho 5/6 e com elásticos funcionais no interior das calças.

palmilhas com desenhos para permitir a identificação do sapato correcto (imaginem: sapato direito tem o lado direito de uma estrela, sapato esquerdo tem o lado esquerdo da estrela; juntos forma a estrela completa e, assim, a criança já sabe qual é um e qual é o outro). Os sapatos também têm velcros e cordões elásticos para facilitar a tarefa diária.

Além desta linha especial, para que os que já podem ter alguma autonomia se sintam efectivamente mais autónomos, depois há as peças amorosas e giras do costume. Tudo isto aos preços de sempre da Zippy, com uma relação qualidade-preço praticamente imbatível.

Vejam lá se não tem coisas lindas? Difícil é escolher.

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Obrigada, Zippy, pelo convite. Ainda por cima ia uma grupeta simpática e foi divertido do princípio ao fim.

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Ops! Desculpem lá o chapão de luz! 😅

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Eu, Sísifo?

Um dia, aquando da apresentação de um dos meus livros, o João Miguel Tavares, que já me conhece há uns anos valentes, definiu-me da melhor forma que alguém já me tinha definido. Dizia ele que eu era insaciável. Que ou as coisas me apaixonavam visceralmente ou então perdia o entusiasmo e esmorecia. Até brincou dizendo que o Ricardo devia ser um tipo incrivelmente multifacetado e apaixonante, para conseguir estar sempre à altura das minhas exigências frenéticas. O João Miguel tinha toda a razão. Não sei qual o motivo, mas a verdade é nada parece chegar-me. Estou sempre a inventar. Não consigo simplesmente viver uma vidinha assim-assim. Invento, crio, agora um livro, agora uma nova rubrica, agora outra, agora vou propor isto a não sei quem, agora uma conferência, agora uma maratona, agora mudo de casa, agora um curso, agora o triatlo, agora um novo desafio. Nada é suficiente. Quando atinjo um objectivo, fico contente por pouco tempo. Logo se instala a vontade de abraçar um novo projecto. Não largo o anterior, não o deixo cair. Mas rapidamente deixa de me apaixonar, de me fazer vibrar. Preciso de mais. E mais. E mais. Digamos que vivo para os meios, não para os fins. O que me move é o tentar alcançar o objectivo. Não tanto a meta em si. 

Mal comparado (porque não existe, do meu lado, a carga de sofrimento que há na história que se segue), faz lembrar a história de Sísifo, figura da mitologia grega que carregava diariamente uma enorme pedra até ao cimo de uma montanha e, uma vez lá chegado, deixava que ela se soltasse das suas mãos e rolasse pelo desfiladeiro abaixo para, de seguida, voltar a carregá-la para o cimo da montanha, num movimento perpétuo e inacabado.

Às vezes fico extenuada e, de seguida, frustrada com esse cansaço que não entendo de imediato. Porque é que eu estou cansada, que diabo? Depois lembro-me da razão. Pareço-me com os malabaristas, que não contentes de rodopiarem 3 maçãs no ar, lhes juntam mais uma, e depois outra, e outra, acelerando o ritmo, juntando uns passos de dança, tentando nunca deixar cair nenhuma das maçãs. 

Como sempre fui assim, se acaso tivesse nascido uns anos mais tarde, era quase certo que não me escapava a umas boas doses de Ritalina. Livrei-me da Ritalina em criança, mantenho a inquietação. Se é bom ser assim? Por um lado é. Porque nunca se pára. Nunca há lugar para a monotonia. Há sempre ideias, criação, fervilhar. Também é bom porque, como nunca há uma excessiva valorização dos sucessos, nunca se perde o pé. Mas... por outro lado... é uma vida inacabada. Permanentemente. Como a de Sísifo. Mas sem calhaus.

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