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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

O joelho dói? É ver isso!

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Como muitos sabem, há um ano fracturei o menisco enquanto me preparava para a Maratona de Barcelona. Estava no último treino longo, tinha-me fartado de correr, tinha cumprido todos os treinos, estava em forma, e foi aborrecido. Fui operada, a recuperação foi rápida e voltei a correr. Até ver, tudo bem.

Mas os joelhos são bichos complexos. Vira não volta há alguém a queixar-se de dores nos joelhos, há lesões, há complicações, há chatices. 

Pois bem, há agora uma plataforma única em Portugal (da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas - LPCDR), que reúne toda a informação genérica sobre a dor no joelho, permite avaliar se a pessoa reúne os fatores de risco associados, colocar dúvidas a profissionais de saúde e descobrir dicas para prevenir e facilitar a vida de quem vive com dor no joelho. A plataforma é www.ojoelhodoi.pt e pode ajudar a, por um lado, não desvalorizar a dor no joelho e, por outro, a percebermos o que se passa para não sermos forçados a parar.

 

O diagnóstico precoce da dor no joelho é fundamental. Há cada vez mais desportistas (e ainda bem), mas por vezes este início súbito na prática desportiva, não devidamente acompanhado, e por vezes muito intenso, pode trazer alguns dissabores. Para prevenir males maiores, nada como não deixar arrastar a dor e tentar descobrir o que se passa, o mais depressa possível.

 

www.ojoelhodoi.pt

Portugal muito bem vendido

A campanha do Turismo de Portugal para promover o país fora de portas está muitíssimo bem conseguida. Bem pensada, bem filmada, bem realizada. Dá uma vontade doida de ir conhecer este país, de lés a lés. E tem mensagens em que todos pensamos mas que, ditas assim e neste contexto de apreciar a vida, fazem ainda mais sentido.

Obrigada por me dares estes tesouros a descobrir, homem.

"Envelhecer é a única forma de se viver muito tempo."

"A vida tem o tamanho perfeito para não nos deixar esquecer o passado."

"Quando algo de bom acontece, faz uma viagem para comemorar. Quando algo de mau acontece, faz uma viagem para esquecer. E quando nada acontece, faça uma viagem para que aconteça"

 

Dia da Criança: se não gostar da sua, devolva!

Num ano, 43 crianças que já viviam em casa dos candidatos à adopção (e que, portanto, estavam naquele período de 6 meses de pré-adopção) foram devolvidas.

Ainda mais perturbador: dessas 43, 20 tinham até dois anos de idade. E eu digo "mais perturbador" porquê? Porque até aos dois anos de idade não me parece que as crianças possam revelar traços de personalidade e/ou educação assim tão insuportáveis que os candidatos não as aguentassem. Digo eu! Quer dizer... o Mateus às vezes faz birras do demónio mas quando temos filhos, seja biologicamente ou por via da adopção, temos de contar com o seu encantador lado lunar.

Poderíamos pensar: se calhar tinham doenças terríveis e os candidatos, apanhados de surpresa, não foram capazes de lidar com o assunto. Mas nem isso. Das 43, apenas duas tinham problemas sérios de saúde.

 

E ainda há quem desmereça o factor sorte.

Caneco! Até para nascer, senhores... até para nascer é preciso ter sorte.

Feliz Dia da Criança. 

E já sabe: se não gostar da sua... devolva.

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Não tostemos

A minha mãe foi hoje, pela enésima vez, tirar sinais do corpo. 

Teve um melanoma há 10 anos e, de tempos a tempos, lá vai ela arrancar sinais manhosos, pré-cancerígenos ou com ar de poderem vir a dar asneira. Qualquer dia, a minha mãe é uma manta de retalhos. Uma mãe-patchwork.

Depois de removidos, os sinais vão para análise e lá ficamos nós à espera do veredicto.

Estamos confiantes que serão só sinais manhosos, e nada mais além disso. Mas não é animado ir tirá-los. Dói, mói, chateia.

Tudo isto porque, quando era miúda, a minha mãe passava meses ao sol, apanhando escaldões sucessivos sem qualquer cuidado, porque naquele tempo o sol era apenas um elemento da natureza, agradável nos dias de praia.

Hoje sabemos dos seus perigos (que são, ainda para mais, muito maiores do que quando a minha mãe era criança) e, ainda assim, continuamos a expor-nos demasiado, esquecendo que a nossa pele é quem sofre. Pode não ser de imediato mas mais tarde, quando já nem nos lembrarmos dos excessos que cometemos no passado.

O cancro é uma merda. É aleatório, é arbitrário, é traiçoeiro. Aparece muitas vezes sem que se possa estabelecer uma relação causal, como uma surpresa maldita. Mas, em tantos outros casos, podemos diminuir os riscos. Como com o sol e a nossa pele.

Hoje, que arrancou a época balnear, vamos todos tentar não esquecer isto.

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As categorias em que nos dividimos

"Dividimo-nos (...) em quatro categorias e vemos logo quais as duas que se consideram superiores: as que não receiam a morte porque têm fé e as que não receiam a morte apesar de não terem fé. Estes grupos ocupam a mais alta posição moral. Em terceiro lugar vêm os que, apesar de terem fé, não conseguem livrar-se do velho medo visceral, racional. E depois, já longe das medalhas, abaixo de tudo, na miséria, vêm aqueles de nós que temem a morte e que não têm fé."

Julian Barnes - Nada a Temer. Quetzal, 2011.

 

Estou abaixo de tudo. Na miséria. 

Raios.

Ainda a escola de hoje

Hoje conversei com a professora da Madalena sobre os 2% que ela retirou ao resultado do teste surpresa de Matemática dela. Achei que, apesar de me ser completamente indiferente ela ter 98% ou 100%, aquele corte não me fazia sentido e resolvi perguntar. E foi então que ela explicou que, infelizmente, tem de treinar os miúdos para os exames do IAVE (Instituto de Avaliação Educativa) que têm critérios tão apertados, tão apertados que, se não os cumprem, os miúdos perdem pontos que é um disparate. "Eu compreendo a sua questão, e é óbvio que a resposta da Madalena indicava que ela sabia, estava implícito na resposta, mas eu tenho mesmo de os preparar para os critérios apertadíssimos das provas globais que eles vão ter."

Eu acho a professora da Madalena muito boa professora, acho que explica bem, sabe motivar, faz jogos para ajudar os miúdos a compreender. Por isso mesmo, estranhei aquilo. E ali ficámos as duas à conversa sobre a crueldade deste sistema de ensino, pautado por critérios absurdos, metas curriculares demoníacas, totalmente desajustadas à maturidade dos miúdos. Disse-me ela que, neste momento, há alunos do 2º ano que já estão completamente perdidos a Matemática. Completamente. E não é por serem burros, inaptos ou por terem um cérebro incapaz de pensamento lógico. É simplesmente por serem imaturos. E a Matemática, pelo seu nível de abstracção, implica maturidade. Ora, se ao 2º ano (em que já dão fracções) já perderam o comboio, tendo em conta o exagero das metas curriculares será muito difícil, senão impossível, que alguma vez consigam voltar a apanhá-lo. Serão, tal como no filme do post anterior, peixes obrigados a subir às árvores, ou seja, miúdos que se sentirão estúpidos para o resto da vida, sem que, na verdade, o sejam.

É nisto que todos devíamos reflectir. No que estamos a fazer aos nossos filhos. No que estamos a permitir que lhes façam.

Deixo o exercício da Madalena, só para que percebam o tipo de critério de que estamos a falar.

Ser aluno nos dias de hoje é tramado.

Ser professor e levar com isto também não deve ser fácil.

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