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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Isto promete

Amanhã vamos todos de viagem. Vamos de carro, sem nada marcado. Temos uma ideia de percurso, alguns sítios que queremos conhecer (ou relembrar), mas com margem para desvios ao programa inicial. Não sabemos onde vamos dormir amanhã, no dia seguinte, daqui a 4 dias. 

Hoje, quando vinha de levar o Mojito à sua outra casa, o Mateus vomitou-se todo. O jacto (ou melhor, sequência de jactos) banhou boa parte do meu carro, deixando-o com aquele odor catita que indispõe o mais rijo de entranhas.

O trajecto teve apenas meia hora, pelo que se esperam momentos do demónio nos próximos dias de viagem de automóvel pelo país. Já estou a guardar sacos de plástico com fartura nas malas. E toalhitas. E ansiolíticos (para mim, não conto drogar o puto, não se enervem).

Hot hot hot

A Galp convidou-me a experimentar o aquecedor Hotspot e eu, que sou assim das criaturas mais friorentas à face da Terra, disse logo que sim. Ainda por cima, o aquecedor veio mesmo em plenos dias de frio a sério, daqueles em que a lareira está sempre acesa e em que lastimo não ter aquecimento central (mas depois lembro-me do tempo que demorou a obra simples que fiz cá em casa e perco logo qualquer vontade de me pôr a esburacar paredes - sou friorenta mas não tanto!). 

Ora bem, chegou o aquecedor e eu não esperei nem um minuto para o ligar. Gostei logo que fosse fácil. Às vezes estas coisas são tão complexas que requerem todo um doutoramento em montagem de aquecedores, mas não foi o caso. Coloca-se a mangueira na garrafa, liga-se uma patilha, toca-se em 2 botões ao mesmo tempo (o que liga o gás e o que faz de isqueiro), aquilo acende e depois é só regular se se quer mais quente ou menos quente. Simples, simples. 

Bom... e o que tenho eu a dizer do Hotspot? Que foi uma enorme surpresa. Achei que aquecia, claro, mas nunca pensei que tivesse o poder de aquecimento que tem. Meti-o no corredor, perto da sala, e não foi só a sala a ficar quente. Foi a sala, o corredor, a cozinha e o quarto dos miúdos mais pequenos. O meu quarto e o dos rapazes mais crescidos não chegou a aquecer porque ficam mais longe. Mas a situação resolveu-se num ápice. O Hotspot tem rodas, é leve, de maneira que quando já andávamos todos de t-shirt pela casa, levámos o bichinho para os nossos quartos e em minutos ficou um forno.

Ainda por cima, o Hotspot é giro e está disponível em quatro cores. E dizem que é mesmo seguro: no caso da chama se apagar ou de haver elevadas concentrações de CO2, o duplo sistema de segurança assegura um corte total da alimentação do gás. Isso tranquiliza a maluquinha que há em mim, confesso. 

Agora estou curiosa - confesso - de saber quanto tempo vai durar a garrafa de gás. Tenho-o ligado todas as noites, no fim-de-semana liguei logo à tarde, e já dura há duas semanas. Vamos ver até quando continua a bombar. 

 

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Só lhe vejo um problema: cá em casa, os rapazes são todos os encalorados. Só eu e a Mada é que nos queixamos de frio. De maneira que, agora, é vê-los a transpirar e a queixarem-se de que a casa é um "forno". Eu e a Mada estamos mais felizes que nunca. Andar de t-shirt em casa? Não estar o tempo todo a bater o dente ou com 4 camadas de roupa por cima? Uepaaaaaa!!!!!! 

 

Este post foi escrito em parceria com a Galp

 

 

E lá se passou mais um Natal

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Fico sempre com esta ideia de voragem. Tanta preparação, tanto preceito, tanto entusiasmo, e depois acaba-se tudo num instante. O Natal foi bom, adoro ter tantas pessoas à mesa, gosto mesmo de reunir a família, gosto que seja cá em casa, apesar de depois ficar semanas a descobrir coisas fora do sítio. Gosto de ter a cozinha cheia, o fogão sem espaço para nem mais um púcaro, o cheiro a bacalhau e couves a espalhar-se pelas assoalhadas. Gosto das conversas, das surpresas, das emoções. Gosto dos fritos, apesar de depois ficar meses a lutar contra os seus efeitos nefastos. Gosto da alegria dos miúdos quando chega o pai Natal, à meia-noite, e de me encolher toda a pensar se é desta que algum deles vai topar que o pai Natal tem um nariz curiosamente tão parecido com o tio Filipe. Gosto de ver a felicidade com que desembrulham presentes mas este ano confesso que senti o excesso como uma obscenidade. 

No dia seguinte, o dia de Natal propriamente dito, gosto do ritual do almoço na casa da minha mãe, gosto do silêncio das ruas e de ver passar famílias bem vestidas e com sacos nas mãos. Durante o dia, piso dezenas de brinquedos espalhados por várias assoalhadas, e dou por mim a mirar para alguns brinquedos demasiado sonoros com expressão assassina. Estou enjoada mas passo por mais uma rabanada e não lhe resisto, sinto o óleo no esófago e porém continuo a engolir sonhos, ignorando as ondas de choque subsequentes.

À noite, quando ouvi a notícia da morte de George Michael tive um baque. A ironia da morte do cantor de Last Christmas no dia de Natal parece-me irreal, as músicas começam a passar em loop bem como as minhas (tantas) memórias, e não consigo deixar de sentir que envelhecer é uma merda. Vemos amigos, família e ídolos partir, adoecer, entristecer. As nossas listas de contactos têm demasiados números para os quais, se ligarmos, ninguém vai atender. E a ideia de que isto tudo termina mesmo deixa de ser uma ideia distante, quase mítica. É mesmo verdade e está cada vez mais à nossa beira. 

Eu sei, eu sei. Para post pós-natalício isto está um tanto pesado. Vou ali comer mais uma rabanada, a ver se adoço (e engrosso) mais um bocado.