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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Um peru na cabeça

Hoje protagonizei uma daquelas cenas patéticas que nos fazem sentir uma espécie de Mr. Bean. 

Fui levar 3 sacos de livros à escola da Madalena (que se vai encarregar de os entregar a quem precisa). Tirei os sacos do carro e fechei a bagageira... na minha cabeça. A dor foi violenta mas disfarcei, não fosse estar alguém a ver. Dei dois passos como se nada fosse, olhei para um lado e para o outro, não vi ninguém agarrado à barriga a rir, e então agarrei-me ao carro com uma mão e à cabeça com a outra e disse um f*d*-se bem graúdo. Fiquei ali alguns momentos, a observar passarinhos e estrelas a rodopiar. Tenho estado todo o dia zonza e aparvalhada (hei-de ter matado para aí os 3 neurónios que ainda me restavam), dói-me a cabeça no sítio da pancada mas toda ela, de forma geral, e tenho um peru na cabeça. Não é um galo. É um peru de Natal, daqueles que alimentam uma família inteira. 

Arre, que é preciso ser estúpida.

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Amizade

Gosto de ser a amiga com quem se conta. Para mim não há outro modo de se ser amigo. Ou melhor, há. Só que não é o meu. Gosto de ser aquela que está lá para o que der e vier. Nos momentos bons e nos momentos maus. Gosto de cuidar dos meus amigos. De me lembrar das datas importantes (e quando me esqueço fico danada). Gosto de surpreender, de mostrar que os conheço e que sei do que precisam. Gosto que contem comigo e que saibam que podem contar 24 horas por dia porque quando um amigo precisa eu quero estar por perto.

Durante muito tempo, ficava frequentemente magoada quando os meus amigos não tinham para comigo o mesmo tipo de cuidado. Sentia que havia um desequilíbrio na balança da amizade e isso deixava-me triste. Depois percebi que não há balanças na amizade. Não há um deve e um haver; um crédito e um débito. Há formas diferentes de ser. E não posso medir os outros pela minha forma de ser. Não posso medir a amizade que têm por mim tendo como bitola o meu jeito particular de ser amiga. É óbvio que tem de haver uma espécie de "serviços mínimos", que não pode ser sempre o mesmo a estar lá e o contrário nunca acontecer, sob pena de se tornar uma relação unilateral, ou seja, uma não-relação. Mas querer nivelar a amizade pelos meus parâmetros é só estúpido. E frustrante. E intolerante. Somos diferentes, ponto. E eu, no que à amizade diz respeito, gosto muito de ser assim (até porque não sei mesmo ser de outra forma).