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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Glup

Ontem, na vida de final de dia, fui ao supermercado fazer compras para o jantar. O Mateus ficou em casa com a D. Emília e com os irmãos. Quando cheguei, recebi a notícia:

- O Mateus caiu e abriu o lábio.

Peguei-lhe, olhei para a sua boca e vi o típico "bico de pato". Levantei o lábio, vi sangue à volta do dente, inchaço por dentro, negro.

O Mateus caiu do triciclo e foi de boca ao chão. A D. Emília estava alvoroçada, "foi tão rápido". Coisas que acontecem às crianças, quando exploram o mundo que as rodeia.

Abracei-o, dei-lhe muitos beijinhos e intimamente agradeci por viver em Portugal, onde se presume a inocência em vez de se assumir rapidamente a culpa. O meu filho caiu, como caem as crianças. Felizmente não me vão acusar de lhe ter rebentado a boca à pancada, coisa que jamais (em meu juízo perfeito) seria capaz de fazer. 

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Eu acredito que as crianças têm o direito de se magoar e que nós, pais, temos o direito a deixá-las magoarem-se, porque é intrínseco ao crescimento. Crescer implica cair e levantarmo-nos e magoarmo-nos algumas vezes. Sem culpas. Apenas porque é mesmo assim.