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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Quem és tu, Mateus? Ou de como isto de ser mãe é uma aprendizagem constante

É impressionante como ao 4º filho uma pessoa ainda se pode surpreender, ainda pode dar por si num desespero, à toa, a reler os livros do Dr. Mário Cordeiro, buscando respostas e uma lógica qualquer. Ser mãe é, de facto, extraordinário nessa surpresa constante, nesse espanto que nunca cessa. Não é por acaso que existem tantos livros, tantos grupos, revistas, blogues, programas de televisão dedicados ao tema. Há mães e pais e filhos desde que o mundo é mundo e cá nos temos safado todos, melhor ou pior. Ainda assim, continuamos sempre em busca de respostas, de apoio, de alguém que se sinta tão perdido como nós. Mesmo que já tenhamos 4 filhos ou 5 ou 10. Só pode querer dizer que a parentalidade é das tarefas mais duras que o ser humano toma a seu cargo. 

Isto para dizer que o Mateus passou, quase de um dia para o outro, de miúdo amoroso para criaturinha insuportável, daquelas que guincha e se atira para o chão perante o meu olhar estarrecido. Nunca tive disto e confesso que tenho muito baixa tolerância a que me gritem, seja um cotomiço de 2 anos seja um adulto de 30. Quando aos gritos se junta um ondular de corpo semelhante ao de uma enguia que o faz sair do carrinho no imediato segundo após ter lá sido posto, e pontapés quando lhe mudo a fralda, e arremesso de objectos (só por sorte não rachou ainda a cabeça a nenhum de nós), posso dizer-vos que a minha disposição não anda famosa. Nunca dei uma palmada a um miúdo tão pequeno, até agora. Ontem ficou uma hora deitado na cama aos guinchos. Resolveu não jantar e exigia o biberão, como se isto fosse assim, à vontade do freguês. Hoje já me brindou com uma birra épica na escada do prédio, quando estava atrasada para levar a Mada à escola. Quanto tempo demorará até que ele compreenda que não cedo a terroristas?

Talvez tudo isto tenha que ver com a mudança de rotinas. Na verdade, sempre que tem havido alterações à rotina ele reage mal. Desta vez pior. Ou então é apenas a proximidade dos "terrible two". Mas não deixa de ser curioso que ao 4º filho ainda dê por mim inundada de assombro, titubeante, abalada por uma mais novidade filial. 

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