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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Causas: partilhar ou não

No outro dia falava com um amigo sobre a partilha das causas em que nos envolvemos. Ele defende que devemos envolver-nos sem dizer nada ao mundo, eu acho que nem tanto ao mar nem tanto à terra. Vejamos: estou metida em várias ações solidárias, faço voluntariado com regularidade, faço donativos, tenho pessoas que acompanho de perto. E, no entanto, só em casos pontuais me vêem partilhar aqui uma ou outra acção. Porquê? Bom, porque também acho que estarmos sempre a dizer que fizemos isto ou aquilo soa a bazófia e a show off. E, quando me envolvo, não é esse o meu propósito. Por isso, nesse ponto concordo com o meu amigo. Acho que há momentos que devem ficar só para nós e para as pessoas que ajudámos. Essa intimidade, desses momentos que temos juntos, deve permanecer assim. Íntima. 

Mas... e há sempre um mas... eu acredito no contágio da solidariedade. Isto é: acredito que se partilharmos alguns momentos podemos contagiar outras pessoas a também quererm dar um pouco de si. Por exemplo: no outro dia fui dar sangue. Banal. Nada digno de registo. Houve até alguém que comentou qualquer coisa como "tanta gente que dá sangue e não precisa partilhar nas redes sociais". Absolutamente verdade. Mas - e lá vem o mas - e se o facto de ter partilhado isso levar mais gente a ir dar sangue? Não é para me imitar, isso seria só parvo, mas é simplesmente porque muitas vezes andamos tão distraídos com as nossas vidinhas que nos esquecemo desse gesto tão simples e que pode salvar vidas. Ao ver no blogue que se segue pode fazer uma espécie de clique mental: "Olha, hoje à hora do almoço tenho um tempinho, também vou, bem lembrado!"

O mesmo com o voluntariado. Ninguém tem de saber que acompanho uma idosa para não se sentir só, ou que distribuo comida, ou que doei determinado valor em dinheiro, ou que estou envolvida com a Make-a-Wish. Mas... e se de vez em quando, ao referir determinado momento especial, isso fizer com que mais pessoas se envolvam? E se disser que recebo infinitamente mais do que dou, quando dou, porque nada se compara ao prazer de fazer alguém feliz? Será que isso não vai tocar uma única pessoa? Será que não pode levar mais gente a querer fazer parte de um qualquer movimento que ajude quem precisa? Eu acredito que o amor se espalha. Que há por aí mais gente com vontade de se dar mas que ainda não encontrou a instituição certa, o horário mais conveniente, o modo que melhor lhe sirva. E que os testemunhos de quem contribui para que este mundo não seja tão injusto podem levar mais pessoas a quererem envolver-se também. 

Posto isto... deixo-vos com as imagens amorosas de um dos milhares de desejos realizados pela Make-a-Wish, que tive a felicidade de acompanhar.

O Pedro tinha o sonho de conhecer o chef Henrique Sá Pessoa e de ter um piano. No dia 27 de Julho veio a Lisboa conhecê-lo, comeram panquecas no restaurante do chef (Alma), e quando chegou a casa... estava lá o piano à espera dele. 

desejo 1.png

desejo 2.jpg

Obrigada à Make-a-Wish pelo trabalho tão bonito.

A felicidade salva. 

 

Primeiro treino em grupo do Coco Fit!

Ontem foi o primeiro treino em grupo do Coco Fit. 

Infelizmente, fiquei presa numas filmagens e não pude marcar presença.

Mas o Pedro fez um FaceTime e eu pude ver as "minhas" meninas a treinar, todas contentes, o que me deixou muito feliz.

Na próxima quinta-feira há mais e eu espero poder lá estar.

Se quiserem juntar-se a nós (esta opção só está disponível, para já, em Lisboa), já sabem: é só inscreverem-se AQUI.

 

Às Cocofits que já foram ao primeiro treino: um beijinho de boas-vindas! E as melhoras dos músculos! 😂

Queridos, vou mudar de escritório #3

Finalmente, o terceiro vídeo. Quem também é cliente do blogue da Pipoca já o deve ter visto, mas pronto. Atrasei-me cá nas minhas vidas e só o mostro agora.

Está mesmo tudo ao nível da remodelação (obrigada 3Ponto Engenharia e Leroy Merlin ) e da decoração (obrigada Ana Rita SoaresLa Redoute). Agora só falta mostrar-vos o resto... isso fica para uma próxima. 

Para já... o terceiro vídeo (da incrível Luneta )

 

Do amor e da dor (e de como, ligados, podem criar algo para o qual não há ainda nome)

Ontem estive quase 12 horas numas filmagens, à espera da minha vez de intervir. 

Levei o computador e aproveitei para trabalhar como uma moura.

Era suposto que a minha intervenção fosse às 13h mas a coisa derrapou e só aconteceu às 20.30.

Às 19h, estava eu em brasa, quando se sentou ao meu lado um homem. Começámos a falar. E, de repente, o meu final de dia transformou-se. Comecei por sentir o corpo tenso descontrair. A crispação virar embevecimento. Toda a minha postura deixou de ter ângulos e vértices, para se arredondar. Aquele homem contou-me uma história de amor. E dor. De uma dor tão funda e tão repetida que fez com que o amor se tornasse ainda maior do que o amor pode ser. Como se aquele homem tivesse descoberto uma nova forma de amor para a qual não existe, ainda, uma palavra. Aquele homem passou pelo inferno mas a forma como o descreveu fez com que o inferno se tornasse belo. Poesia pura. Emocionou-se, emocionou-me. 

Às vezes até eu, que tenho tanta dificuldade em acreditar que os acasos possam ser mais do que isso, sou levada a crer que há encontros que talvez estejam destinados. Talvez eu tivesse de passar por aquelas horas de seca para conhecer aquela história. Para ser brindada com aquela beleza toda.

Acho que lhe vou pedir autorização para a contar aqui. Se bem que não creio que tenha a habilidade para a partilhar com a mesma emoção e candura. Seguramente não com o mesmo amor.