Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Férias: quando o começo não é perfeito (ou seja quase sempre)

O início das férias nem sempre é bom. Na verdade, aqui em casa é quase sempre mau. Este ano foi dos piores de sempre. Estávamos há 3 semanas sem crianças. O silêncio dessas três semanas não teve preço. Creio que só é possível apreciar devidamente algo que não temos ou não tivemos durante muito tempo. E o silêncio é algo que, numa casa com 4 miúdos, não acontece muitas vezes. Além do silêncio, tivemos tempo para nós os dois. Para ler, jantar fora, passear, namorar. Tempo precioso. Quando as férias começaram, recomeçou o barulho. Os gritos, as discussões, o "ó mãe, ele bateu-me!", "Não fui eu, foi ela!", as argumentações parvas, as discórdias. O Mateus esteve três dias verdadeiramente insuportável. Sempre a chorar, sempre a fazer birras, aos guinchos, a espernear sempre que era contrariado. Em suma, o começo das férias trouxe stress, chinfrim e trabalho. Nós, que estávamos com os níveis de adrenalina sossegadinhos tivemos um pico frenético que nos deixou atordoados e a pensar que as férias iam ser um desastre.

É todos os anos isto. Mesmo quando não estamos 3 semanas sem eles antes das férias, o embate com as novas rotinas não é fácil. E também porque acho mesmo que passamos o ano a sonhar com um ideal de férias que não existe. Ou seja: quando sonhamos com férias imaginamo-nos a baloiçar numa rede, a dormir até às tantas, a sentir o sossego amolecer-nos o corpo. Às vezes até escolhemos para o desktop do nosso computador uma imagem das Maldivas ou de Bora Bora ou destino paradisíaco equivalente, e sorrimos ao imaginar o que nos espera. Burrice. Qualquer semelhança entre esse Paraíso e as férias das pessoas em geral é mera coincidência. Há gritos, há apitos, há sandes para preparar, roupa para lavar, gente para mandar calar, protector solar para espalhar em metros de pele, jantares para fazer, fraldas para trocar, brincadeiras que temos de fazer mesmo quando só nos apetecia ficar deitados ao sol. Descanso? Só no desktop do nosso computador, que continua a exibir coqueiros e água transparente.

O embate dura geralmente dois dias ou três. Depois eles acalmam (ou nós acostumamo-nos) e vem a felicidade. Dar valor ao comboio vagaroso que nos leva até à praia onde vamos há 20 anos, aos mergulhos no mar morno, ao sol que nos aquece a pele e a alma, ao livro que devoramos, aos amigos que se reunem na praia, os nossos e os deles, aos jantares tardios nos lugares de sempre onde já nos conhecem pelo nome, ao sono deles, exaustos de tanta diversão.

Chegámos à nossa casa de Tavira no sábado. As nossas férias começaram ontem. 

 

Juntámo-nos à tribo

Na semana passada fui com as minhas companheiras do The Woffice até ao MEO Sudoeste. Uma teve a ideia, desafiou as outras, e em menos de nada estávamos todas a fazer a viagem para a Zambujeira. Uma das coisas que ficou logo decidida foi que não íamos acampar. Epá... nada contra quem acampa mas montar a tenda no meio de todo aquele arraial de miudagem a chamar pela Elsa pela noite dentro já não é para mim. Aliás, para dizer a verdade, a única vez que gostei de acampar foi na praia então deserta do Brejo Largo, há uma vida inteira, com os meus amigos de infância e adolescência, sem confusões, só nós e a natureza e polvos caçados para o jantar. 

Assim sendo, ficámos nas Casas da Lupa, um turismo rural muito querido mesmo ali ao lado. Assim que chegámos, e como era cedo, fomos piscinar alegremente, depois almoçámos, a seguir fomos para o quarto trabalhar um bocadinho, cada uma no seu computador. Ao final da tarde, lá fomos para a nossa aventura sudoestiana.

Meo SW 2016 - 007.jpg 

Meo SW 2016 - 005.jpg

Meo SW 2016 - 094.jpg

 Esta coisa de uma de nós ser fotógrafa tem a enorme desvantagem de ficarem as fotos sem ela. Ora... sem ela não é a mesma coisa

Meo SW 2016 - 055.jpg

 

Tivemos a sorte de conseguir um tour pela herdade da Casa Branca, que é gigantesca. Andámos numa espécie de safari pelo campismo, vimos o canal onde a malta toda toma banho, fomos à zona da cozinha e à lavandaria. Fiquei muito impressionada, tenho de dizer, com as novidades. A cozinha comunitária TEKA muito bem equipada, debaixo de um telheiro, com micro-ondas, placas vitrocerâmicas; o espaço para lavar a loiça gigante... as mesas para a malta fazer as refeições. A zona da lavandaria, da LG, tem agora cinema, para o pessoal ver uns filmes enquanto espera que a roupa fique lavada. Muito giro, muito bem organizado, até deu vontade de experimentar um regresso ao campismo (uma vontade ligeira, vá).

Meo SW 2016 - 012.jpg 

Meo SW 2016 - 057.jpg

Meo SW 2016 - 034.jpg

Meo SW 2016 - 028.jpg 

Meo SW 2016 - 024.jpg

Meo SW 2016 - 026.jpg

Meo SW 2016 - 025.jpg

Meo SW 2016 - 022.jpg

 

Acho a maior graça aos cartazes das várias tribos, espalhados pela zona das tendas. Este ano grande destaque para a febre do momento: o Pokemon Go.

Meo SW 2016 - 041_Fotor_Collage.jpg 

Meo SW 2016 - 040_Fotor_Collage.jpg

Depois de tudo explorado, e para fazer tempo para a hora dos concertos, fomos comer, andámos na roda gigante, encontrámos os Minions, fomos até à zona VIP e ao espaço da Caixa, onde podíamos fazer pinturas fluorescentes e depois aproveitar a luz negra para tirar fotos.

Meo SW 2016 - 095.jpg

Meo SW 2016 - 104.jpg

Meo SW 2016 - 102.jpg

Cocó quase a fazer jus ao nome (eu sou aquela pessoa que tem medo até de uma simples roda gigante) 

Meo SW 2016 - 073.jpg

Meo SW 2016 - 060.jpg

 Aqui com a nossa menina Inês, finalmente arrancada de trás da sua máquina

 

Meo SW 2016 - 086.jpg

Meo SW 2016 - 113.jpg  

Meo SW 2016 - 108.jpg

Meo SW 2016 - 107.jpg

Meo SW 2016 - 106.jpg

 A noite não foi assim a mais espectacular em termos de concertos mas era a única em que conseguíamos ir as quatro. Tivemos DI Darcy, DJ Callas, Club Banditz, Yellow Claw e DVBBS. 

Teria gramado estar ouvir Martin Garrix, Seu Jorge, C4 Pedro, James Morrison ou Steve Aoki mas pronto, não se pode ter tudo, e ter ido com as 3 meninas do The Woffice ao MEO Sudoeste foi mesmo bom, divertido e tudo e tudo. Nem vos conto a nossa noite mas posso garantir que não me ria assim há muito, muito tempo. Para o ano acho que o Manel já é menino para ir com os amigos. Acho mesmo que é uma daquelas experiências que toda a miudagem devia ter, pelo menos uma vez na vida. 

Férias variadas

A minha mãe é do caraças. Marramos muito uma com a outra, embirramos, temos feitios muito diferentes. Mas ela é do caraças. Ficou uma semana com o Mateus na casa de férias, enquanto os outros estavam no campo de férias (e nós no Algarve), e a seguir ficou uma semana com todos. Quatro. É verdade que todos ajudam, que três já estão suficientemente crescidos para colaborarem muito. Mas também não deixa de ser verdade que todos juntos fazem muito barulho. Dão trabalho. É preciso fazer refeições, lembrar-lhes de lavarem os dentes, acordar de noite porque o bebé chorou, passar protector solar, ter a certeza que ninguém se afoga na piscina, mandar largar o telemóvel, pedir para falarem mais baixo, mediar conflitos. A minha mãe, sozinha, faz tudo isto com genuína satisfação. E os miúdos gostam muito da semana que passam com ela. Pelo caminho, ainda convidou o avô materno e a boadrasta para almoçar, pelo que o convívio foi mesmo supimpa.

Obrigada, mãe!

No domingo fomos buscá-los para os levar para a quinta dos meus sogros. Lá estão, com os primos. Apanham fruta das árvores, vão para a piscina, jogam às escondidas, à bola, pinguepongue, basquet. Andam soltos e cheios de mimo. Animação não lhes falta com avós, primos e dois pares de tios. 

Todos os anos acontece esta mesma rotina e eu sei que este tempo longe de casa faz bem a todos. A eles, aos avós, primos e tios que rejuvenescem nestes dias, a nós, que usufruímos do silêncio e da total liberdade para fazer o que nos dá na bolha. Não queremos jantar? Tudo bem! Queremos sair para dançar? Perfeito. Queremos correr juntos logo de manhã? Ok. Queremos ir ao cinema, beber um copo com amigos? Certíssimo. Queremos simplesmente ficar em casa sem ouvir um pio? Impecável.

Não tarda vamos de férias todos juntos. Estamos a contar os dias.

primos.jpg

A foto deste ano 

 

primos 1.jpg

 

A foto do ano passado 

 

 

Mais uma festa dos 40

Ela é gira (uma brasa!), espertíssima, inteligente, divertida. Médica, mais concretamente pediatra. E fez 40 anos. 

Nós fomos e dançámos e rimos e fizemos o espalhafato que nos competia. Afinal, festa dos 40 sem espalhafato... não é festa dos 40. E pannacottas sem chinfrim... não são pannacottas. Felizes 40, Muxy!

muxy 2.jpg

 

 

Festival ao Largo

Fomos na quinta. Foi maravilhoso. Uma noite quente, três bailados lindíssimos da Companhia Nacional de Bailado. Muita, muita gente na rua. E foi então que um calafrio me percorreu as costas. E se? E se de repente alguém resolvesse explodir-se aqui? Sem querer, a minha cabeça divagou para um cenário de horror, absolutamente contrastante com o cenário lindo que tinha diante de mim.

Deve ser este o objectivo desta gente que não é bem gente. Semear este medo, este desconforto, esta sensação de que o terror pode acontecer em qualquer lugar, a qualquer hora. A páginas tantas tive de sacudir os pensamentos e concentrar-me apenas na beleza do momento. Felizmente consegui. Espero que consigamos sempre, mesmo que continuem a tentar acabar com a nossa liberdade. 

ballet.jpg

 

Pág. 2/2