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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Mergulho seguro

Há uns anos entrevistei um homem doce e inesquecível chamado Bento Amaral.

O Bento é um atleta, campeão do mundo de vela adaptada, um homem muito bonito por fora e por dentro, uma alegria de viver, enólogo, professor, uma pessoa muito interessante.

Aos 25 anos, a apanhar uma "carreirinha" no mar (uma daquelas ondas baixinhas, que nos projectam até ao areal), bateu com a cabeça num banco de areia e ficou tetraplégico. Isso não o fez parar, não lhe travou os sonhos nem a vida mas, convenhamos, não foi (nem é) pêra doce. Ou seja: por muito que ele tenha sabido (como sabem tantos outros, felizmente) lidar com a contrariedade, não deixou de ser uma contrariedade. Uma bela merda. 

A campanha "Mergulho Seguro" é uma dura chamada de atenção para aquelas parvoíces que todos já fizemos, pelo menos uma vez na vida. Tivemos sorte. Mas nem sempre as nossas parvoíces acabam bem. Por favor, tenham cuidado. E juízo nessas cabeças.

 

E não foram felizes para sempre

No último ano, separaram-se dois casais que achava inseparáveis. Não sei bem dizer em que momento passaram a existir, na minha cabeça, casais inseparáveis, já que fui mais ou menos programada para nunca esperar pelo "e viveram felizes para sempre". Não foi por mal que essa programação ocorreu, nem tão pouco de forma deliberada, foi antes uma defesa que a minha mãe me quis incutir, não fosse eu estatelar-me ao comprido com essa ideia romântica das histórias infantis. Por isso - é verdade - não sei bem dizer em que momento passei a acreditar que determinados casais estavam destinados a ficar juntos até ao último suspiro mas sim, aconteceu. E, por isso, foi com choque que soube da notícia de um desses casais, há um ano, choque esse que se mantém nos dias de hoje, já eles vivem em casas distintas, com vidas apartadas, aparentemente bem resolvidos com a questão. Ou seja, dá-se o ridículo de eu ainda não ter ultrapassado o que os meus amigos já parecem ter transposto, sendo que o assunto é deles, não meu. 

Há dias, nova notícia de casal separado. Um daqueles que se afigurava sólido como uma rocha, feliz como o final de uma novela, sereno como um lago numa tarde de verão. 

O final dos casamentos, pelo menos destes de longa duração e cujos elementos nos pareciam "feitos um para o outro" (seja lá isto o que for), deixa-me sempre triste. O que é parvo. Porque muito mais triste é viver infeliz e não ir buscar a felicidade a outro sítio. Pois com certeza que sim, não é daí que vem a minha angústia. É mais esta sensação de que a magia de uma relação acaba quase sempre por se perder, algures no caminho. Talvez seja a monotonia dos dias, poderá ser o crescimento de um na direcção oposta ao crescimento do outro, quem sabe um terceiro elemento, o cansaço das piadas gastas, do sexo enfadonho, a estafa da educação dos filhos, talvez seja uma necessidade de voltar a sentir borboletas na barriga, aquele friozinho no coração, o frémito de um beijo e de um toque a alguém que se acabou de conhecer. Ou então tudo junto e mais coisas que não enumerei, para não cansar quem já chegou até aqui.

Compreendo todos os motivos e aplaudo quem não se deixa morrer à sombra de um casamento cómodo mas que já não satisfaz. Ainda assim, fica-me sempre aquela mágoa, aquele desgosto. Talvez seja uma espécie de síndrome das histórias infantis. Uma melancolia pelo "e foram felizes para sempre" que não aconteceu. Na verdade, continuo sem saber bem em que momento voltei a acreditar nestes finais, eu que fui programada para não ir em cantigas. Ora bolas.

Feliz Dia dos Avós!*

Lembro-me muitas vezes da minha avó Isá. Do seu carrapito grisalho laboriosamente enrolado na parte de trás da cabeça e preso com uns ganchos em forma de u. A minha avó não era de muitos mimos. A vida não foi propriamente meiga para com ela, de modo que a meiguice não lhe estava na massa do sangue como está com naturalidade naquelas que só conheceram a suavidade dos dias. Ainda assim, eu sentia que ela era mais terna para comigo do que alguma vez terá sido para qualquer outro ser humano. Gostava de mim e era quanto me bastava. Defendia-me das fúrias da minha mãe, pouco tolerante para com as minhas travessuras, ria-se das minhas parvoíces, fazia-me bifes com batatas fritas. Muitas batatas fritas, que continuavam a chegar ao prato quentinhas e estaladiças, mesmo depois de terminado o bife, e cujo sabor nunca mais encontrei, nem em casas de família, nem em festejos de amigos, restaurantes finos, tascos grossos ou qualquer outro lugar onde se coma. 

Também me lembro do meu avô, mas menos. Lembro-me dos seus olhos caídos, como se estivessem tristes, e do andar pausado, como se cada passada revelasse um certo cansaço de viver. Tratava-me por "a menina". Deixa a menina comer. Não ralhes com a menina. Cuidado, que a menina ainda cai. Amava a sua horta e ensinava-me a distinguir, pela aparência das ramas, o que eram couves, o que eram grelos, batatas, tomates, cebolas. Estava sempre de olho em mim, quando íamos juntos à horta, não fosse cair no poço. E o que eu gostava de ver as suas mãos ásperas puxarem a corda, que chiava na roldana, até se assomar à superfície o balde com água fresquíssima em equlíbrio instável a cada novo puxão da corda. Quando lhe tiraram a horta, para construir uma estrada, senti pela primeira vez o sabor da revolta. E tive medo de o perder porque, apesar de criança, já compreendia que há prazeres que não são supérfluos. São o próprio sentido da vida.

Os avós não são bem pessoas. São entidades. São património. Quando sabem sê-lo (porque é preciso vocação e talento, não se nasce a saber ser avó ou avô), são preciosidades na vida de todos nós. Amparam-nos, dão colo, brincam, têm paciência e tempo para nós. Tempo, sobretudo, que é algo que parece faltar a toda a gente. 

No momento em que escrevo este texto, um dos meus filhos está a passar uma semana com a avó. Oiço os relatos dela ao telefone e, de repente, a minha mãe tem uns 40 anos outra vez. Rejuvenesceu. A novidade que é a vida, para o pequeno Mateus, contagiou a minha mãe, e de repente tudo é engraçado outra vez, uma frase, uma cantiga, a água fria nos pés, o sono, o apetite voraz. É a magia da infância que os avós bebem com sofreguidão e retribuem com amor e bolos.

Tenho muita pena de quem não sabe dar valor aos avós. E ainda mais pena dos avós que não sabem dar valor ao estatuto a que chegaram, patamar único, pódio, prémio que a vida lhes dá. 

E para celebrar este Dia dos Avós, a Multiopticas tem um passatempo a decorrer na sua página de facebook, em que pede aos fãs que partilhem uma história (através de vídeo, imagem ou texto) que inclua os seus avós. As 10 histórias mais emocionantes ganham 1 bilhete duplo para o Jardim Zoológico de Lisboa. Podem ver todo o regulamento AQUI.

Alé disso, está a decorrer uma campanha promocional em loja, de 26 a 31 de Julho, que consiste numa oferta Leve 3 Pague 1. Óculos para toda a família.

De aproveitar, sem dúvida.

Feliz Dia dos Avós!

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*Post escrito em parceria com a Multiopticas

Mapfre - Netvida: mais vale prevenir*

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A minha mãe toda a vida me foi dizendo onde tinha os papéis do banco, do seguro, o que eu teria de fazer se ela morresse de repente. Na altura, confesso, ficava tão preocupada com aquela conversa que tudo o que ela dizia me passava um bocado ao lado e ficava ali bloqueada na parte do "se a mãe morrer". Sabem aquele anúncio do "blablabla Whiskas saquetas" quando o gato está a ouvir a dona a falar? Era mais ou menos isso. "blablabla se a mãe morrer". Éramos só as duas e a perspetiva de ela se ir embora de repente deixava-me sem capacidade para mais. Tolhia-me o raciocínio.

A minha mãe não queria assustar-me, claro. Queria apenas prevenir o imprevisto, justamente porque éramos só as duas e, no caso de ela partir, eu ia ficar muito desprotegida. Lembro-me sempre da frase que se seguia: "Isto é só a gente a falar! Porque se acontece alguma coisa... a seguir não dá para falar. Mais vale prevenir...“

É exatamente da mesma maneira que vejo os seguros de vida. A gente não quer falar, não quer pensar, não quer nem cogitar os imprevistos. Mas a verdade é que eles acontecem. Não queremos nada que aconteçam. Mas nem sempre os conseguimos evitar. E é aqui que entram os seguros de vida, mais concretamente o seguro de vida de que agora se fala: o NETVIDA. Este seguro garante a proteção dos beneficiários caso aconteça, justamente, algum imprevisto. E tem uma característica que a mim me chamou a atenção: o pagamento fracionado adicional, que permite definir um valor mensal por um determinado período, que ajuda a fazer face às despesas fixas mensais (contas da água, luz, gás, colégios, universidade, etc.) em caso de - lá está - algum imprevisto.

Eu sei que ninguém gosta de pensar que eles podem acontecer. Mas se não nos acautelamos antes, não podemos fazer nada depois. Já dizia (e continua a dizer) a minha mãezinha.

 

 *Post escrito em parceria com a MAPFRE

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Matar saudades

De todos, claro. Dos mais crescidos e do mais bebé. Mas o mais bebé tem aquela doçura dos mais bebés. Além de que, enquanto os outros no campo de férias nem se lembraram de nós (e ainda bem, é sinal que estiveram super felizes), este pequenino fartou-se de cantar os parabéns a você "para a mamã querida". A avó diz que se portou maravilhosamente, sempre contente, mas que cantava várias vezes ao dia "para a mamã querida"... Coisinha mais boa de sua mãe.

Tivemos, pois, muita conversa para pôr em dia...

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 Apaixonada por estas calças da Xicalarica 

 

Crowne Plaza Porto*

Há lugares que, de tão bem nos receberem e de os repetirmos justamente por esse bom acolhimento, se tornam um bocadinho nossos. O Crowne Plaza, no Porto, já é um desses lugares. O vinho do Porto à chegada, um dos directores do hotel que teve a amabilidade e a simpatia de nos vir cumprimentar, aquele quarto maravilhoso com uma vista soberba, a cama, as almofadas, aqueles lençóis... tem graça que quando pus a foto no Instagram logo vieram elogiar os lençóis e perguntaram se eu saberia de onde vinham. Eu não sabia, que eu sei pouca coisa, como já tiveram a oportunidade de, ao longo destes 8 anos de blogue, perceber. Mas logo veio alguém que disse achar que os lençóis seriam de percale. Falta a confirmação do próprio hotel mas uma coisa é já certa: são bons. Mesmo bons. E as almofadas. Tudo aquilo é um ninho de onde é difícil sair. De resto, deixámos os miúdos em Aveiro para ir à tal festa de 40 anos do nosso amigo e chegámos ao Porto por volta das 18h. Pois que nos estendemos um bocadinho, ah e tal que ainda é cedo, adormecemos profundamente e foi uma sorte termos acordado para ir à festa. 

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O facto de os produtos de higiene serem Castelbel, também já o disse aqui, é logo coisinha para me conquistarem o coração. Sou fã da Castelbel.

Quando descemos, vestidos como se fôssemos duas stars dos anos 70, foi amoroso o modo contido como nos olharam na recepção, com um daqueles sorrisos que querem rebentar a rir mas que não o fazem para não ofender. 

Depois da festa, dormimos como duas rochas e, no dia seguinte, tivemos um pequeno almoço de reis, com direito a tudo e mais alguma coisa: fruta, iogurtes, sumos, cereais, pão, doces, queijos, bolinhos e depois todas aquelas coisas cozinhadas de que alguns gostam mas eu menos, que sou pouco de inventar na primeira refeição da manhã.

Obrigada, Crowne Plaza Porto por mais esta recepção fantástica.  É sempe bom voltar onde somos bem tratados. E é por isso que o vosso hotel é já um bocadinho nosso (pena ser só um bocadinho, que ser hoteleira era uma cena que apreciava bastante).

 

*post escrito em parceria com o Crowne Plaza Porto

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