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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Back on track

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O médico autorizou: exercício sem impacto, reforço muscular, natação, bicicleta.

Hoje o Pedro voltou. Treinei com muito cuidado, sempre atenta ao joelho. Agachamentos, flexões, pranchas, abdominais, exercícios para as coxas, gémeos, rabo, braços. 

Estava a precisar tanto disto. E não era só o meu corpo (que bem precisa). Era a minha cabeça.

O exercício faz bem à alma, é só o que vos digo.

Quando morre um de nós fica difícil não cair num poço de pensamentos negativos, "porquê?", "que sentido é que isto faz?", "tinha tanto ainda para fazer", "qualquer dia somos nós", "o tempo passa tão depressa", e por aí fora, numa espiral de tristeza e, sobretudo, de perguntas sem resposta.

Gostava de ter fé. Já o disse mais do que uma vez. Ter fé deve ajudar muito mas eu, quando ouvia o padre falar no funeral do meu amigo, dizendo que não devemos ficar tristes nem revoltados com a morte do Tiago porque o Senhor decidiu chamá-lo e o Senhor sabe o que faz, só tinha vontade de chorar ainda mais. Com todo o respeito (e é um respeito verdadeiro - tive um tio padre, tenho amigos padres e muitos amigos católicos), porque é que o Senhor não leva a escumalha para o Céu e a enche de sabedoria e bondade, livrando-nos a nós, comuns mortais, de a aturar cá na Terra? Por que leva boas pessoas, jovens, crianças, deixando famílias e amigos numa tristeza difícil de reparar? Poderão dizer que é uma pergunta infantil, básica, que as coisas não são assim, e eu retorno "mas por que é que não são assim?", e respondem-me sempre "Deus sabe o que faz" ou "é tudo uma questão de fé". Caneco. Porque é que não nasci com esse dispositivo de compreensão?

Aquela mãe... enfim. Conseguirá aquela mãe não ficar triste, consolando-se no privilégio de o Senhor ter chamado o seu filho? Eu não conseguiria, se fosse comigo. De resto, espero sinceramente que o Senhor não se lembre de chamar nenhum dos meus filhos. Chame-me a mim primeiro, que tenho aqui muitas imperfeições para corrigir. 

 

(Desculpem-me os crentes. Estas questões não são para vos ofender. São apenas questões, que me assolam muito mas ainda mais nestes momentos tristes.) 

Tiago

Morreu hoje um dos meus amigos mais antigos. Morámos mais de 20 anos no mesmo prédio, ele no 1º andar, eu no 6º. Brincámos muito. Crescemos e fizemos muitas maluquices juntos, na adolescência. Passámos férias numa praia deserta, ele caçou polvos para o jantar e temos fotos na "Pensão Estrelinha". Foi em casa dele que vivi muitas coisas, algumas delas pela primeira vez. Travámos algumas lutas juntos, nomeadamente a construção de um half-pipe nas traseiras do prédio. 
A vida levou-nos para caminhos diferentes mas seguíamo-nos pelos facebooks da vida e há tempos tivemos um jantar de recordação desses anos dourados. Foi fácil perceber que há pessoas com as quais temos uma história tão forte no passado que nem precisa de presente. Estivemos juntos como se nos tivéssemos visto apenas há dias. 
Quando soube que tinha cancro no pâncreas, juntei-me com duas amigas desses tempos e fomos vê-lo. Estava combativo, com aquela graça e garra dele. "Vou saltar para cima do cavalo e dar luta a este gajo". 
O filho da puta do cancro levou um dos meus amigos mais antigos. Tinha a minha idade. Uma filha pequena. Uma mãe querida que não merecia perder um filho.

Odeio-te cancro miserável. 

Quanto ao Tiago... ele não morre dentro de nós, que tivemos o prazer de o conhecer. 

São Miguel, dia 5*

Só houve tempo para o pequeno-almoço e para apreciar mais uma vez as decorações da Páscoa que o hotel fez por todo o lado (amorosos, os coelhinhos de chocolate deixados nas nossas almofadas) e principalmente ficar a fazer um "oooooooooooooooh" perante a cerca com patos, pintos e uma galinha a chocar ovos que o hotel instalou mesmo na recepção. Os miúdos nunca tinham visto um pinto a romper o ovo para nascer, de maneira que foi uma emoção assistir a um nascimento, bem como ver pintos e patos bebés. Esta é malta que leva a Páscoa muito a sério!

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Adorei o Hotel Royal Garden e recomendo vivamente. A nossa suite era enorme, os quartos da minha mãe e dos meus sogros eram óptimos. Acho que tem uma excelente qualidade/preço (os quartos duplos são a partir de 79€). Nunca fizemos refeições no restaurante mas comemos 2 vezes no bar do hotel, por estarmos demasiado cheios do almoço e querermos apenas uma refeição frugal. Óptimas sopas, hambúrgueres, sandes e saladas. Acho excelente para famílias porque tem piscina exterior e interior (e a interior não está apenas indicada para adultos ou para os utilizadores do Spa, como acontece em muitos hotéis).

Obrigada pela dica, amigos! Foi realmente excelente.

(clicar na seta da direita para ver as fotos)

 

 

No regresso, mais uma vez de destacar a SATA. Foram incansáveis com a minha sogra, com o elevador que a levou até à entrada do avião, a cadeira de rodas especial que a levou até ao lugar, sempre simpáticos, disponíveis para o que fosse preciso. E de novo os livrinhos de colorir para entreter a criançada, e os menus especiais para os mais pequeninos. 

Adorámos tudo. Os miúdos nem sabem do que gostaram mais.

Havemos de voltar!!!! 

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*Esta viagem teve o apoio do Turismo dos Açores

 

 

 

São Miguel, dia 4*

Na noite do 3º dia, os nossos amigos micaelenses levaram-nos a jantar ao Museu. Comemos maravilhosamente, como sempre. Destaco as lapas, lindas e boas - gosto tantooooo. Havia imensas iguarias óptimas mas estávamos todos tão cheios do almoço que acabámos por nos ficar uns por uma sopa, outros por un bifinhos grelhados...São uns amigos muito queridos e foi pena não termos estado mais tempo juntos mas com os nossos pais era complicado. Fica para a próxima, prometemos! :)

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 No dia seguinte, que foi o último, fomos à Ribeira dos Caldeirões que é assim um verdadeiro espectáculo.

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O almoço... havia tanto por onde escolher... Tentámos o Restaurante da Associação Agrícola de São Miguel, em Rabo de Peixe, que tantos leitores do Cocó recomendaram vivamente, mas tinha 1 hora de fila de espera. Então fomos ao Cais 20, que terá sido dos mais recomendados por vocês também. E muito bem recomendado, deixem que vos diga. Comemos ma-ra-vi-lho-sa-mente. A minha mãe escolheu enguias, os meus sogros e o Ricardo pediram a feijoada de marisco (que tinha muito mais marisco que feijão - muito impressionante) e eu comi uma espetada de polvo divinal (acho que nunca comi um polvo tão tenro e macio)! Os miúdos ficaram-se por pratos mais consensuais e sem história. O dono era muito atencioso, sempre a perguntar se estava tudo bem e muito contente com os nossos elogios. Quando ele recomendou o gelado de canela feito na casa, o Martim torceu logo o nariz: "E se eu não gostar? Não vou gostar de certeza! Não me vão obrigar a comer, pois não? Depois posso escolher outra coisa?" O Manel a mesma coisa. Quando provaram... abriram muito os olhos e já não quiseram mais nada. Ou seja, fica a recomendação: gelado de canela da casa!!!!

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 Para terminar, fomos para Ponta Delgada, ao Jardim António Borges, ver a figueira australiana que é tão espectacular.

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Raízes e frutos. 

 

Estávamos tão cansados que fomos cedo para o hotel Royal Garden. Ainda não tínhamos aproveitado a piscina interior (infelizmente não estava propriamente tempo para aproveitar a exterior que era enorme) e os miúdos andavam a chatear para irem para lá. Assim foi. Os rapazes ainda foram jogar ténis (o hotel tem um court) e depois seguimos todos para a piscina. Estava tudo tão animado que pequeno Mateus nem se atreveu a boiar. Havia demasiada "ondulação". 

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 *Esta viagem teve o apoio do Turismo dos Açores

 

São Miguel, dia 3*

Acordar com este pequeno-almoço do Royal Garden Hotel é a certeza de começar bem o dia. Ao nível de um hotel 5 estrelas: vários tipos de pão, bolo lêvedo, bolos de chocolate, de banana, maçã, croiassants. Iogurtes vários, caseiros também (aquele com ameixa e amêndoa laminada... hummmmm). Vários tipos de queijo, vários tipos de doce. Manteigas e sumos e frutas e moooooontes de comidas para malta que gosta de verdadeira substância matinal, tipo cogumelos, ovos mexidos, bacon, tomate, salsichas e outras cenas que tais. 

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O pequeno-almoço termina às 10h mas ninguém nos apressa nem começa a levantar as coisas mal soam as 10 badaladas. Há hotéis onde uma pessoa parece que tem de engolir o papo-seco depressa antes que desapareça o bolinho para comer com o café. Nada disso. Mais: todos os dias tenho visto virem colocar, muito perto das 10h, mais pratos e mais pão ou bolos ou coisas que faltavam. Ou seja, quem chega perto do final da hora não sente que chegou no final da batalha, e que só já tem direito a ficar com os despojos. 

A primeira paragem do dia foi nas Furnas. Sempre tão impressionante ver a terra a borbulhar e o fumo a sair do chão. Saber que pisamos terreno instável, fervilhante, como uma panela de pressão. Sentir o cheiro a enxofre e pensar no que terão pensado os nossos antepassados, antes das explicações científicas. De certeza que era o demónio, uma maldição, um castigo pelos pecados. Hoje continua a impor respeito e a ser de admirável beleza. 

Há 15 anos, quando cá estivemos, os nossos amigos micaelenses fizeram uma panela de cozido e foram metê-la num dos buracos que se destinam a particulares (os outros são dos restaurantes da zona). Adorei a experiência. Desta vez não vimos nem a colocação (tem de se ir muito cedo) nem a recolha, mas fomos comer o cozido ao Tony's, até porque de outra vez já tínhamos ido ao Miroma.

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São Miguel, Dia 2*

Isto é tão lindo, realmente. Tão lindo. 

Ontem  acordámos muito cedo para irmos ver golfinhos e baleias. A Picos de Aventura aconselhou a que não levássemos a minha sogra, por causa do pé partido. Viemos só os filhos e os netos. Muito divertido o barco aos saltos e nós a levar com água por todo o lado. Ri-me como há muito não ria. 

Só vimos alguns golfinhos. Quando nos preparávamos para ir ver a baleia ao sítio onde tinha sido avistada na véspera, a bióloga que nos acompanhava caiu e bateu com a cabeça. Foi preciso ir muito depressa até terra onde uma ambulância a levou para o hospital... :(

Hoje já liguei para saber como ela está e felizmente acabou por não ser tão grave como parecia. Não houve fractura nem traumatismos e acabou por sair do hospital ontem, sem necessidade de maiores cuidados. 

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Seguimos para a Caldeira Velha. Empurrar a cadeira de rodas por aqueles caminhos íngremes e escorregadios acabou por ser uma aventura. O banho na caldeira foi a cereja no topo do bolo. Que maravilha! 

(Para ver as fotos, clicar na seta da direita, em cima da foto)

 

Bom ver tudo tão bem tratado, tão limpo e cuidado, com vestiários de madeira para trocar de roupa, cestos para colocar os pertences... tudo muito civilizado mas sem perder a beleza natural e selvagem. Muito bom. 

Almoço recomendado por amigos no Cantinho do Cais, em São Brás. E que bela recomendação (obrigada, Carol)! Adorámos tudo, tudo, tudo! Perfeita a Sopa de Peixe. Sublime o Polvo Assado. Delicioso o Polvo Guisado. E os Filetes de Abrótea. E o Arroz de Lapas que o amoroso Sr. Jorge insistiu que provássemos. E, para terminar... a incomparável Queijada. Estou em crer que saí do local com mais 3 kg. Estou desgraçada.

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São Miguel, Dia 1*

Sete Cidades. A lagoa verde e a lagoa azul, vistas de cima e também vistas de baixo. E muitas estradas e miradouros e voltas de reconhecimento. E a habituação do olhar ao verde. Tanto verde. E ao silêncio. Tanto silêncio.

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*Esta viagem teve o apoio do Turismo dos Açores 

 

 

 

 

 

São Miguel, Açores - A partida

A minha mãe veio ter a nossa casa. Os meus sogros foram para o aeroporto. Encontrámo-nos lá todos.

Alguma tensão porque calhou viajarmos precisamente no dia dos hediondos atentados de Bruxelas. Passar a manhã a ver aquelas imagens horríveis e pensar "que mundo é este em que pessoas vazias de tudo se explodem ao nosso lado, sem que nada o faça prever?" não deixa ninguém indiferente (a não ser essas pessoas vazias de tudo). Claro que não estávamos propriamente à espera de réplicas no aeroporto de Lisboa ou num voo para a pacata Ponta Delgada, mas acho que ninguém viaja serenamente num dia tão triste como o de ontem. 

Estávamos já a entrar para o autocarro que nos ia levar ao avião quando, de repente, a minha sogra se esbardalha ao comprido. Quando digo ao comprido é mesmo ao comprido, toda deitadinha no chão, as coisas da carteira todas espalhadas, pessoas a saírem do autocarro para ajudar, eu entalada entre vários passageiros, a segurar no carrinho do Mateus, todo um filme. 

Entrou muito combalida, muito coxa, e eu não gostei nada do aspecto daquele pé, que duplicou de tamanho instantaneamente. Mas não quis dar muita importância nem estimular o drama, de maneira que fiz de conta que estava tudo bem. Enquanto os avós subiam para o avião, ainda tirámos a clássica foto com o avião da SATA por trás (ficou uma treta mas enfim).SATA.jpg

Uma nota ultra positiva para a SATA, companhia em que voei sempre que vim aos Açores (e esta é a quarta vez para São Miguel (fora a Terceira e o Faial), pela extrema simpatia e profissionalismo. Trouxeram logo um saco com gelo para a minha sogra, durante a viagem perguntaram várias vezes como se sentia, entregaram livrinhos e lápis para colorir às crianças do voo, foram incansáveis com uma senhora que ia atrás de mim com dores de cabeça, surpreenderam muito a menina que ia ao meu lado e que nem queria acreditar quando perguntou se havia sandes vegetariana e... havia (apesar de, nestes casos de pedidos especiais, ser preciso marcar previamente). Nota 10! 

Bom... o pior foi quando aterrámos. O pé da minha sogra tinha quadriplicado e nada de conseguir pousá-lo no chão. Descer as escadas até terra foi um cabo dos trabalhos. O meu sogro já dizia que queria voltar para Lisboa no próximo voo. A minha sogra chorava copiosamente sentada numa cadeira do aeroporto de Ponta Delgada.

Fomos ter com a senhora do rent-a-car (Micauto) e lá estava a carrinha de 9 lugares à nossa espera. Enooooooorme! Afinal, somos muitos. Mais precisamente... nove!

Eram 21.15. Decidimos que tínhamos de ir pôr as malas ao hotel e ir com ela ao hospital. E assim foi. 

Conclusão? Pé partido. Gesso. A minha sogra inconsolável.

Os funcionários do hotel Royal Garden foram incríveis, descobriram uma cadeira de rodas no armazém, disponibilizaram-na de imediato, e só não aceitámos a oferta para a usar mesmo fora do hotel durante estes dias porque é uma cadeira com um buraco no meio (é para usar na casa-de-banho) e que não se dobra para meter no carro.

Como a cadeira não era de facto funcional, os nossos queridos amigos micaelenses puseram-se rapidamente em acção (obrigada, queridos Chico e Gorete!), e hoje às 9h da manhã já cá tínhamos a cadeira de rodas.

Hoje fizemos um passeio que incluiu a maravilhosa Lagoa das Sete Cidades e temos já a foto icónica destas mini-férias.

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Sem stress. Há incidentes que não são mais que isso: incidentes, azares, cenas que acontecem. Temos estado a dizer-lhe e a repetir que aquilo que lhe aconteceu a ela podia ter acontecido a qualquer um de nós (a mim principalmente, que sou pessoa dada a esbardalhanços). E que uma cadeira de rodas não tem de nos impedir de fazer nada. Certo, Mafi do meu coração e luminosa Marta Canário

E o dia lindo que esteve?

São Miguel, prepara-te que ainda agora começámos! 

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São Miguel, Açores - A partida

A minha mãe veio ter a nossa casa. Os meus sogros foram para o aeroporto. Encontrámo-nos lá todos.

Alguma tensão porque calhou viajarmos precisamente no dia dos hediondos atentados de Bruxelas. Passar a manhã a ver aquelas imagens horríveis e pensar "que mundo é este em que pessoas vazias de tudo se explodem ao nosso lado, sem que nada o faça prever?" não deixa ninguém indiferente (a não ser essas pessoas vazias de tudo). Claro que não estávamos propriamente à espera de réplicas no aeroporto de Lisboa ou num voo para a pacata Ponta Delgada, mas acho que ninguém viaja serenamente num dia tão triste como o de ontem. 

Estávamos já a entrar para o autocarro que nos ia levar ao avião quando, de repente, a minha sogra se esbardalha ao comprido. Quando digo ao comprido é mesmo ao comprido, toda deitadinha no chão, as coisas da carteira todas espalhadas, pessoas a saírem do autocarro para ajudar, eu entalada entre vários passageiros, a segurar no carrinho do Mateus, todo um filme. 

Entrou muito combalida, muito coxa, e eu não gostei nada do aspecto daquele pé, que duplicou de tamanho instantaneamente. Mas não quis dar muita importância nem estimular o drama, de maneira que fiz de conta que estava tudo bem. Enquanto os avós subiam para o avião, ainda tirámos a clássica foto com o avião da SATA por trás (ficou uma treta mas enfim).SATA.jpg

Uma nota ultra positiva para a SATA, companhia em que voei sempre que vim aos Açores (e esta é a quarta vez para São Miguel (fora a Terceira e o Faial), pela extrema simpatia e profissionalismo. Trouxeram logo um saco com gelo para a minha sogra, durante a viagem perguntaram várias vezes como se sentia, entregaram livrinhos e lápis para colorir às crianças do voo, foram incansáveis com uma senhora que ia atrás de mim com dores de cabeça, surpreenderam muito a menina que ia ao meu lado e que nem queria acreditar quando perguntou se havia sandes vegetariana e... havia (apesar de, nestes casos de pedidos especiais, ser preciso marcar previamente). Nota 10! 

Bom... o pior foi quando aterrámos. O pé da minha sogra tinha quadriplicado e nada de conseguir pousá-lo no chão. Descer as escadas até terra foi um cabo dos trabalhos. O meu sogro já dizia que queria voltar para Lisboa no próximo voo. A minha sogra chorava copiosamente sentada numa cadeira do aeroporto de Ponta Delgada.

Fomos ter com a senhora do rent-a-car (Micauto) e lá estava a carrinha de 9 lugares à nossa espera. Enooooooorme! Afinal, somos muitos. Mais precisamente... nove!

Eram 21.15. Decidimos que tínhamos de ir pôr as malas ao hotel e ir com ela ao hospital. E assim foi. 

Conclusão? Pé partido. Gesso. A minha sogra inconsolável.

Os funcionários do hotel Royal Garden foram incríveis, descobriram uma cadeira de rodas no armazém, disponibilizaram-na de imediato, e só não aceitámos a oferta para a usar mesmo fora do hotel durante estes dias porque é uma cadeira com um buraco no meio (é para usar na casa-de-banho) e que não se dobra para meter no carro.

Como a cadeira não era de facto funcional, os nossos queridos amigos micaelenses puseram-se rapidamente em acção (obrigada, queridos Chico e Gorete!), e hoje às 9h da manhã já cá tínhamos a cadeira de rodas.

Hoje fizemos um passeio que incluiu a maravilhosa Lagoa das Sete Cidades e temos já a foto icónica destas mini-férias.

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Sem stress. Há incidentes que não são mais que isso: incidentes, azares, cenas que acontecem. Temos estado a dizer-lhe e a repetir que aquilo que lhe aconteceu a ela podia ter acontecido a qualquer um de nós (a mim principalmente, que sou pessoa dada a esbardalhanços). E que uma cadeira de rodas não tem de nos impedir de fazer nada. Certo, Mafi do meu coração e luminosa Marta Canário

E o dia lindo que esteve?

São Miguel, prepara-te que ainda agora começámos! 

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