Cocó na Fralda

Fomos ver na quarta-feira, ao Corte Inglés.

Gostei. O filme passa-se na década de 1960, em plena Guerra Fria, e conta a história verídica das negociações para trocar Rudolf Abel (Mark Rylance), um espião soviético preso nos EUA por um piloto americano apanhado em espionagem em solo soviético. James Donovan (Tom Hanks) é o habilidoso advogado que, mesmo sem experiência, é convidado a moderar as negociações. Adorei ver Mark Rylance neste papel. Que actor do caraças. Calmo, quase enervantemente calmo, impassível, imperturbável. À pergunta "nunca se enerva?", responde sempre um tão enigmático como verdadeiro "isso ajudaria?". 

Spielberg consegue recriar o clima da época e transportar-nos para aqueles tempos, apesar de tudo nos parecer tão impossível, tão rocambolesco, tão distante. O erguer do muro de Berlim é tão, tão irreal. E no entanto... foi há tão pouco tempo.

O tema é bom para os pais que se angustiam na hora de entregar a sua cria nas mãos de alguém.

Sim, depois da licença, geralmente é preciso voltar ao trabalho. E aí o coração dos pais vira ervilha. Onde deixar aquele ser indefeso, que não se sabe queixar, e que é simplesmente o nosso amor maior de sempre? Há avós por perto ou estão longe ou ainda a trabalhar? Escolhe-se uma boa ama ou uma boa creche? E que critérios deve preencher uma creche para ser considerada suficientemente boa?

É de tudo isto que os meus convidados vão falar, no programa de amanhã. E são excelentes convidados: Maria do Carmo Valem, pediatra, especialista em neurodesenvolvimento, e Nuno Cristiano de Sousa, psicólogo.

Pais & Filhos, TVI24: amanhã às 15.30. Domingo às 10.30 e às 16.30.

Ontem, quando estava a arranjar as unhas, ouvi alguém marcar uma massagem. E eu suspirei que também devia marcar uma, que andava toda empenada. E vai daí e a Carla, que me estava a tratar das mãos, disse: "estamos com uma promoção. Meia hora de massagem às costas custa apenas 12 euros". Doze euros? Uepa, vamos lá a isso, então. Marquei para hoje às 10.30, porque achei que depois da maratona de ontem havia de me saber bem. Há bocado, estava aqui no meio de trabalhos vários, pensei que realmente não me dava jeito nenhum, mas como estava marcado... lá fui.

E o que tenho a dizer sobre isto?

Bom.

Cheguei e a sala estava escurinha, com música zen a tocar baixinho. A marquesa (daquelas com o buraquinho para enfiar a cara) estava cuidadosamente forrada com toalhões, um deles em forma de flor. Uau. De repente parecia que estava no Spa do Ritz. Deitei-me e entreguei-me às mãos da Carla. E as mãos da Carla são assim umas mãos de fada. Já fui a muito spa de luxo onde a massagem não foi tão perfeita como a de hoje. Meia hora levou-me ao paraíso. Quando terminou, fez como fazem nos spas xpto. Tapou-me bem tapadinha e segredou baixinho que levasse o tempo que quisesse. Não levei muito, porque tenho mil coisas para fazer, mas saí com a cara inchada e a voz adormecida, do prazer que aquela meia hora me deu. Foram os 12 euros mais bem gastos de sempre. E vou voltar mais vezes. 

A Carla trabalha na Del Esthétique, que é um centro de estética low cost aqui no Parque das Nações.

Adoro todas as meninas que lá trabalham, a começar pela própria Dell, que é um amor e uma guerreira e uma profissional de mão cheia, que criou o seu espaço, que dá emprego a uma série de gente com muito valor, e que é mesmo boa gente, com um coração do tamanho do mundo. 

Não, este não é um post publicitário. É um post de reconhecimento profundo a quem faz bem, com eficiência, com alegria, com garra. Sim, paguei as unhas, paguei a massagem, pago a depilação, como é natural e lógico. Mas não é por isso que não posso dizer bem, elogiar, enaltecer. 

Muito obrigada à Carla por me ter consertado as costas e reposto a energia (e as unhas ontem também ficaram lindas - raça da mulher tem mesmo umas mãos de anjo!)

Del Esthétique: Alameda dos Oceanos, Lote 3.15, Loja 03F - Expo Sul (no edifício ecrã, em frente à Torre da Galp)

Nota: A promoção da massagem dura até 15 de Fevereiro. Mas quando não está em promoção, a mesma massagem custa apenas 15 euros.

O jantar correu lindamente, tirando o arroz, que ficou próprio para construir edifícios. O meu sogro, que adora comida muuuuuito cozida, levou um tupperware com o arroz-argamassa que sobrou. Acabámos por ser 21 à mesa, porque o meu querido Paulo Duarte, o amigo padre que o blogue me deu, veio juntar-se à festa. O Martim adorou tudo mas, antes de adormecer, desabafou a sua tristeza por ter tudo passado tão depressa. "Estive tanto tempo a contar os dias para fazer anos e agora... já foi. Como é que é possível?" Pois é, querido Martim. Passa tudo a voar. Mas hoje vamos para o norte, passar o fim-de-semana, e havemos de cantar os parabéns outra vez, com os tios. E para a semana fazemos a festa com os amigos e, por isso, prolongamos este dia por mais dias, para que não doa tanto a voragem do tempo.