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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Amamentar em público?

Uma leitora perguntava-me o que é que eu achava de amamentar em público. Se o fazia, como é que o fazia, se despudoradamente ou com recato. E eu respondo: faço-o em qualquer lado, no parque de estacionamento, no centro comercial, no café, no restaurante, onde for. Se meto a mama de fora e cá vai disto? Não exactamente assim. Pego numa fralda e ponho por cima, não tanto por vergonha, mas porque acho que ninguém tem de ver o que não quer, ou sentir-se incomodado com o meu desembaraço. Mas não fico obcecada com a possibilidade de se vislumbrar alguma coisa, se acontecer paciência. Basicamente, lido com o assunto da mesma maneira que lido com todos os assuntos: sou prática e desenrascada, sem stresses ou filmes. E gosto. Gosto mesmo de bastar aos meus filhos. Acho bonito, animal, perfeito. Mas atenção: sem fundamentalismos. Se houver dor que não passa ou que é insuportável, desconforto, se for uma tortura (física ou psicológica) para a mãe, se não estiver a resultar por qualquer razão… há biberões excelentes no mercado. E leite em pó. Tudo menos mães deprimidas só porque meteram na cabeça que TÊM de amamentar. Essa ditadura, como todas as outras, não faz bem a ninguém.

Mateus, o portátil

Desde a segunda semana de vida que o Mateus anda a levar e a ir buscar os manos. Que remédio. É preciso, nem sempre há quem o possa fazer por mim e nem sempre há quem possa ficar com ele. A solução é mesmo levá-lo. Hoje foi comigo almoçar com o Martim, foi comigo ao Vasco da Gama trocar algumas coisas, e foi a sua estreia na natação da Madalena. Foi encostadinho a mim, num Wrap que me ofereceram, e foi com ele ao peito que despi a Madalena e lhe pus a touca e os óculos, e foi com ele ali que a levei até ao chuveiro para o duche antes da natação, e foi com ele junto ao meu coração que fiquei a ver a irmã a nadar, e foi ainda com ele aí que voltei ao balneário, que a limpei e a vesti, com a ajuda da querida Carla, mãe de uma coleguinha da Mada, que me viu um bocado à toa com o overacting dela, claramente a querer chamar a atenção.
Às vezes tenho alguma pena dele, que anda sempre de bolandas, desde que nasceu, como um nómada desatinado. Outras vezes acho que isto só pode fazer com que seja um desenrascado como a irmã, que andava comigo pelo país em reportagem desde os dois ou três meses. Seja como for, é o que temos. Logo se vê no que é que vai dar.

DFU

Hoje foi Dia de Filho Único (DFU) com o Martim. Fui buscá-lo à escola para almoçar, o pai foi lá ter. Não foi bem DFU porque o Mateus também esteve presente, mas foi como se fosse porque - para não variar - o bebé passou o tempo todo a dormir e, por isso, deu para dar toda a atenção a este filho sensível que precisa tanto de nós. Fomos ao Luca, ele e o pai comeram pizza (eu fiquei-me por um carpaccio com rúcula e parmesão), conversámos e demos-lhe mimos. No final do almoço, levei-o à escola. A professora Helena tinha pedido para ele levar o irmão mais novo, para o conhecer, de modo que lá fomos. Que maravilha. A Helena derretida com o Mateus ao colo, os amiguinhos todos à volta dela, como um enxame de abelhas em redor da colmeia, e o Martim deliciado, com um sorriso do tamanho do mundo, tão orgulhoso do seu mano bebé. Mais um bocadinho e acho que o Martim levantava voo, de tão inchado que estava.
É tão fácil fazê-los felizes. E, assim, é tão fácil sermos felizes também.