A Consoada, este ano, foi cá em casa.
Sempre fomos 24, entre adultos e crianças.
Há cada vez mais crianças por aqui, felizmente.
Este ano tivemos cá a minha irmã, cunhado e sobrinho. Tão bom.
Houve bacalhau, pois claro, e arroz doce e mousse de chocolate e torta e rabanadas e sonhos simples e de cenoura.
E conversas. E gargalhadas. E bebés a chorar. E adultos a embalar bebés. E agitação na cozinha.
Depois, foi o número musical. Nós os cinco a cantar uma versão adaptada do Jingle Bells, em que cada membro da família presente no Natal aparecia na letra. Os rapazes, além de cantarem, também tocaram a música nas suas guitarras. Não partilho a canção, por ser muito cá de casa, apenas a quadra final:
"É Natal, é Natal/ Para o ano há mais/ Vamos lá abrir presentes/ Como uns anormais".
Foi uma galhofa pegada. Adorámos preparar este número e criar a letra, que estava mesmo divertida.
À meia noite o Pai Natal tocou à campainha, como sempre.
Sim, o nosso não desce pela chaminé.
O Manel e o Martim entreolharam-se, com ar de gozo, cúmplices e superiores, por já não acreditarem "nessas tretas". Tive de lhes relembrar que, durante anos, foram tão "totós" como a irmã e os primos, fascinados pelo velho das barbas ali em casa, a distribuir presentes. "Então não se vê logo que é o tio Luís?" Não. O tio Luís continua a ser um excelente Pai Natal, com um disfarce a sério, barbas enormes, o fato completo e até uns óculos pequeninos.
E sim. As crianças abriram presentes demais.
A noite acabou lá pelas duas.
Ainda me sinto cansada.
Mas de barriga cheia.
No sentido literal e metafórico.
Espero que o vosso Natal também tenha sido perfeito.