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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Um convite que eu não recebi

Porque não fazia a mínima ideia que, nas minhas costas, havia toda uma conspiração a ser montada há mais de um mês. Congeminada por uma prima e grande amiga e pelo meu marido, em parceria com várias outras pessoas, e com a cumplicidade de todos os convidados. A coisa meteu muitos emails, sms,  telefonemas, almoços, reuniões. E eu a leste. Completa, profunda e totalmente a leste.
Ontem tive uma das surpresas da minha vida. 

Hoje foi isto

Vi-a em Maio do ano passado numa galeria de arte no Colombo. Lembro-me bem da minha reacção: ia a caminhar, olhei, abrandei o passo, fiquei imóvel colada à montra e foi amor à primeira vista. Até pus um post AQUI, dizendo que se tivesse mais um filho levava aquela escultura mas que, assim sendo, ia ficar apenas a olhar para ela até alguém a levar.
Entretanto, estamos a dias de ter mais um filho. E, como sou pessoa de ideias fixas e que não esquece um grande amor, contactei o artista, Leonel dos Santos. E, porque há coisas que nos parecem destinadas, ele ainda tinha a peça (e falo em destino porque, geralmente, as obras deste escultor não ficam muito tempo nas suas mãos). E eis que, há pouco, ele veio cá a casa entregá-la. Eu, que não a via ao vivo há um ano, fiquei surpreendida com o seu tamanho (55x35x21), maior do que me lembrava, e com a sua beleza. Uma família de 6 esculpida num bloco de mármore. Seis vidas unidas, feitas da mesma massa, pedra que no fundo é terra, chão, seres únicos e no entanto unos, como um só, juntos para sempre. Depois de conversar um bocadinho com o escultor, paguei, despedi-me dele, sentei-me a contemplá-la e comovi-me com a sua beleza. Não exagero. Emocionei-me mesmo. Quando o Ricardo chegou, tapei-lhe os olhos, sentei-o em frente, e fiquei a apreciar também a sua comoção. Tão bom quando a arte mexe assim connosco. Tão bom quando parece feita para nós.

Hoje foi isto.
Sobre a surpresa de ontem ainda faltam as palavras que têm de ser bem medidas e pesadas, para poderem fazer jus a tudo o que senti (e para agradecer convenientemente).

E hoje...

Nova comoção.
Estes dias são de alegria e lágrimas fáceis.
Dias de coisas bonitas.
Dias de gestos inesquecíveis.
Estou de coração cheio.

Antes de falar nas minhas alegrias...

… quero ainda falar da história da Mariana e sugerir-vos o seguinte:
Na conta que criei e cujo NIB disponibilizei aqui durante apenas umas horas, acumularam-se 370 euros de donativos queridos de pessoas que se sensibilizaram com a história da Mariana e que quiseram contribuir para lhe arranjarmos a cadeira de rodas a motor. Um valor muito simpático para tão pouco tempo que o NIB esteve disponível, aqui no blogue. Como, entretanto, a Pólo Norte conseguiu a cadeira, retirei o post com o NIB e fiquei com a batata quente nas mãos: o que fazer com este dinheiro angariado?
Bom, como a Mariana está a estudar numa residência para estudantes em São Miguel, longe de casa (é da Terceira), e a mãe e o padrasto, por razões de saúde, estão ambos de baixa… eu ia sugerir que lhe entregássemos estes 370 euros para que ela possa viver, pelo menos, um mês mais desafogado.
Todos os que contribuíram estão de acordo?
Se houver alguém que queira a sua contribuição de volta, é só dizer que eu transfiro.
Se não… vou então fazer a transferência para a conta da Mariana, que assim leva a cadeira e uma pequenina ajuda (mas com uma grande boa-vontade).
O que me dizem?

Sem palavras

Ainda estou sem palavras com a surpresa que me fizeram ontem.
Não sabia o que era ficar em choque e soube ontem, pelos melhores motivos. Ficar parvinha, sem capacidade de reacção, a sentir o chão fugir dos pés, sem palavras.
Ontem foi um dia bom, tão bom.
Obrigada, pessoas, tantas pessoas, minhas pessoas.
Em breve, mal tenha de novo palavras disponíveis no meu léxico atordoado, conto-vos tudo.