Daquelas pessoas que prometem mundos e fundos: "vou fazer um projecto este fim-de-semana e entrego-te na segunda". Esperamos por segunda. Vem terça, quarta, quinta, sexta… passam mais três fins-de-semana e continuamos à espera do tal projecto que ia fazer com que tivéssemos uma belíssima parceria. A sério?
Das que acabam de chegar a um posto de chefia e nos revelam uma postura muito profissional e um desejo de nos conhecer e conversar sobre o futuro. Sim, senhor. Marcamos um encontro. Vamos para o café combinado e enviamos uma mensagem a dizer que já chegámos. "Ah, lamento, não vou poder ir, surgiu um imprevisto". Sorrimos, como se já adivinhássemos. Ficamos a aguardar nova marcação. Que… não chega, claro.
Das que têm ideias brutais para nos propor. Coisas que vão mudar a nossa vida. Prometem novidades em breve. Passam-se semanas e nem um piu. Fica-se com uma confiança louca em malta assim e em projectos megalómanos geridos por quem promete e… não cumpre. Repetidamente.
Das que garantem que o dinheiro que nos devem vai ser desbloqueado, que já descobriram o que estava a bloquear a situação. Ficamos esperançosos. Passam-se semanas e a massa continua do lado de lá. O salvador da pátria? Nem piu.
Há momentos na vida em que percebemos, com uma clarividência dolorosa, por que raio este país chegou onde chegou. A incompetência, o desleixo, o deixa andar, o promete-e-não-cumpre, o diz que faz mas não faz é pungente. Olho em redor e sinto falta, muita falta, de alguém com garra, com ganas de fazer, de ganhar, de cumprir, de chegar mais longe.