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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

E depois há o filho do meio

Vínhamos nós a sair da reunião com o Director de Turma do mais velho quando vimos que tínhamos ambos, cada um no seu telemóvel, uma chamada perdida do mesmo número. Olá? Quem é que nos terá tentado ligar, aos dois, que não esteja registado na nossa lista de contactos? Liguei de volta, ninguém atendeu, mas entretanto o Ricardo percebeu que tinha uma mensagem de voz. Fomos ouvir. Afinal não era uma mensagem, mas dava para ouvir a música que o colégio do Martim tem quando nos deixa em espera. Estava esclarecido o mistério: tinham-nos ligado do colégio. Oh, senhores! Acabados de sair de um problema, o que nos estaria reservado agora? Ligámos. Ah, a coordenadora não está aqui de momento para explicar. Já ligamos de volta. Ligaram. E então o que era? O Martim tinha começado a chorar na sala de aula, muito preocupado com a mãe. Porquê? Porque ontem a mãe teve um ataque da amiga ocitocina (hormona que, entre outras coisas, afrouxa a união entre os ossos e faz com que as grávidas, de vez em quando, sintam que os joelhos cedem, os tornozelos se deslocam ou as costas se desmontam) e ficou toda empanada, com dores na coluna, e sem conseguir dar um passo, em gritinhos histéricos, ai-ai-ai-ai-caneco-ai. Depois passou mas o Martim ficou ralado, com medo que a mãe tivesse outro daqueles acessos, estando sozinha em casa. E não descansou enquanto não ligaram, para se certificar que a mãe estava bem.
Este miúdo, cavalo bravo que é afinal tão doce, não para de me surpreender. 

Aaaaaaah, como eu aprecio a adolescência!

A vontade de pisar o risco, o questionar da autoridade, a rebelião perante as hierarquias, a argumentação incessante… tão bom. Tão bom.

O que adoro nesta escola? Adoro a atenção. O "estar em cima". Uma das coisas que mais temia, quando o Manel passou para o ensino público, era que não houvesse rédea curta. Que reinasse o "deixa andar". Sempre tinha ouvido falar de indisciplina, de miúdos que saíam pelas janelas e partiam portas e parecia sempre que não existia, no público, "nem rei nem roque". Não podia ter-me enganado mais, pelo menos no que diz respeito a esta escola em concreto: no dia da participação recebi logo um email do Director de Turma. Depois, um recado na caderneta a solicitar uma reunião para falarmos disto. Foi hoje. Não foi nada de muito grave, aparentemente o Manel gosta demasiado de conversar e tem dificuldade em controlar o tanto que tem para dizer ao mundo. A turma é toda de tal forma unida que, se não é controlada desde o início, descarrila. Hoje havia mais pais à espera da sua própria reunião, quando saí da minha. Porque, segundo o DT, é preciso dominar já estes pequenos fogos para evitar um incêndio. Concordo em absoluto. E cá por casa vamos ver de que modo usamos o extintor, para circunscrever as labaredas hormonais da criatura. Já disse o quanto aprecio a adolescência?

Hoje, às 17.30, no Mais Mulher (SIC Mulher)

Ana Rita Clara à conversa com bloggers, muitos bloggers.
Eu também fui. Revi conhecidos e amigos e gostei de ir, ainda que tivesse havido um pequeno problema com o banco em que me sentaram, que era alto e muito desconfortável para uma pessoa na minha imensa condição. Passei boa parte do tempo concentrada em não cair e em não abrir as pernas para me equilibrar e, por isso, não sei sequer se disse alguma coisa com sentido (provavelmente não, mas isso também não surpreende ninguém). Basicamente, foi como porem uma galinha cheia de ovos em cima de um poleiro alto. Mas no final até um email recebi com um pedido de desculpas pelo mau jeito, o que foi fofinho.

A segurar a barriga, não fosse ela cair, que as barrigas são muito traiçoeiras.

Um post que parece um anúncio e que no entanto não é um anúncio

Como é que eu hei-de vos falar disto sem parecer que recebi um contentor de dinheiro, uma casa de praia e um veleiro para falar disto? Pois que não sei. Às vezes, em conversa com o meu excelentíssimo marido, quando estou a enaltecer um produto qualquer que uso e adoro, ele diz: "Parece mesmo que estás a fazer um anúncio." E não estou. Mas entusiasmo-me, pronto. Se calhar devia dedicar-me a fazer anúncios para ganhar a vida, mas só podia ser de coisas de que gostasse, o que ia reduzir um bocado a margem. Adiante.
Tal como disse, aqui há uns tempos a Mitosyl enviou-me uns cremes. Eu já conhecia, de nome, mas nunca tinha experimentado. Comecei imediatamente a receber comentários tão elogiosos ao produto que pareciam todos postos pelos seus fabricantes. "Não há melhor para os rabinhos assados!", "Curei as minhas próprias borbulhas com isso!", "É o ideal para a pele do bebé!". Confesso que fiquei espantada com a profusão de fãs Mitosyl e senti-me até um bocado excluída, afinal tenho três filhos e parecia estar a passar ao lado de uma verdadeira mezinha milagrosa, shame on me!

Vai daí que, mesmo ainda sem ter o baby M, decidi experimentar a pomada protectora na cabeça da Madalena, onde tinha nascido uma ferida que teimava em não sarar. Pus numa noite e, dois dias depois, estava impecável. Experimentei também numas pequenas feridas que tinha entre os dedos, e que já andavam a desesperar-me, e eis que... sumiram. E agora é o Manel, que tem posto nas borbulhas típicas da idade, e que tem visto muitas melhorias.
Pronto. A esta altura já estão todos a achar que em breve vou mostrar uma casa de praia, certamente oferecida pela Mitosyl, mas infelizmente não é verdade. Estou realmente rendida à pomada que supostamente é para rabinhos de bebés mas parece ter inúmeras aplicações.
E por falar em aplicações, depois de pesquisar mais sobre a marca que desconhecia até agora, encontrei uma App chamada "Bebé Mitosyl" que é ideal para os pais que se esquecem das vacinas (conheço várioooos) porque tem um calendário de vacinação, mas também permite anotar informações sobre as crianças (palavras que disseram, dentes que caíram, historial médico, etc). Descarreguei-a (é gratuita) e achei muito útil.
E pronto. Agora que já teci estes rasgados elogios à marca, vou mostrar-vos a minha nova casa de praia. Gira, não é?

Nah... desgraçadamente estou só a reinar.

Uma noite especial

Ontem foi o aniversário de uma grande, grande amiga. Estive à beirinha de não ir porque estou muito grande e pesada e cansada e tudo implica um esforço hercúleo que nem sempre estou capaz de suportar. Mas depois de lhe ouvir a voz, ao telefone, quando liguei para dar os parabéns, soube que não podia deixar de lhe ir dar um beijo e um abraço. Perguntei à minha mãe se ficava com os miúdos, ela disse que sim, deixámo-los a jantar e fomos. E que bom que foi. Ela estava linda, radiante, luminosa, com os amigos de todos os anos à mesa, naquele terraço com a vista mais perfeita sobre Lisboa e o Tejo. E depois tive a sorte de ficar mesmo perto do professor Eduardo Lourenço, o que significou uma noite de gargalhadas ininterruptas. Que homem maravilhoso. De uma simplicidade, de uma simpatia… com a clarividência que já conhecia da obra mas que, em contexto social, se transforma num prazer imenso da conversa, regado com um sentido de humor imbatível, um banho permanente de cultura e uma acutilância genial. Que delícia, palavra de honra. E que noite tão boa.
Parabéns, querida manabela.

(e já tenho saudades da tua aletria)