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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Ajudar o Mateus

O Mateus nasceu prematuro e tem sequelas várias.
No domingo, dia 19 de Outubro, vai haver uma festa solidária cujas receitas revertem na íntegra para os gastos de saúde do Mateus com medicação, fisioterapia e alimentação especial.
Quando: Domingo, 19 de Outubro, pelas 13 horas
Onde: No Pavilhão Multiusos da Atalaia (junto à igreja)
Programa: Petiscos, workshop de costura, aula de zumba, pinturas faciais e insufláveis, animação musical, quermesse e feira de artesanato.

Podem conhecer mais sobre o Mateus e este evento AQUI.
Podem ajudar o Mateus também por aqui:
NIB: 003506720069997300087

Quando...

… a nossa dentista nos diz que estamos com péssima cara, pedindo desculpa pelo mau jeito da observação, e nos pergunta, no fim da consulta, se precisamos de ajuda na partilha de tarefas - "à quinta-feira estou mais ou menos liberta, se precisar…" -, quando isto acontece é sinal de que estamos mesmo, mesmo, mesmo em modo traste e já não há meio de disfarçar.

Casas onde a cocó não se importava de morar #57

Não me importava mesmo nada, nadinha.
Ia sem esforço e - para que compreendam bem como são genuínas e puras as minhas intenções - podia ir já, ainda que isso implicasse empacotar toda a minha casa com esta barriga de dois metros.
Fica no Chiado, suponho que na rua Vítor Cordon porque o empreendimento se chama Cordon 31, tem 5 quartos, 4 casas de banho, 213 m2, um terraço de 11 m2, dois lugares de garagem.
Custa 1.685.000 euros.










Já assinaram?

A petição que clama pela exoneração do ministro Crato já vai com mais de 5 mil assinaturas.
O drama na vida de muitos professores continua.
Muitos alunos continuam a ser prejudicados pela incompetência deste ministro.
O meu filho Manel, por exemplo, continua sem ter professor de Físico-Química. As aulas dele começaram há um mês. UM MÊS.
Já assinaram?
Não?
Pelo amor da santa. Até quando temos de levar com esta desresponsabilização e impunidade? Eu, pela parte que me toca, estou mesmo pelos cabelos.

Petição AQUI.

Prima, madrinha, afilhada e uma grande, grande amiga

Quando a conheci não foi propriamente amor à primeira vista. Eu e o primo dela tínhamos acabado de começar a namorar e ela perscrutava-me com um olhar analítico que me dava alguns calafrios. Além disso, acho que sentia uma ciumeira própria das namoradinhas recém-chegadas e inseguras. Afinal, tinha bem presente aquele ditado do "quanto mais prima mais se lhe arrima". Pensei: todos os príncipes têm uma bruxa anexa, esta deve ser a minha.
Não podia estar mais enganada. A impressão, de resto, durou pouco tempo. Acho que a Cristina estava só a assegurar-se que o seu primo-quase-irmão não era caçado por uma parvalhona qualquer. Em pouco tempo, aprendi a conhecê-la, a digerir a sua frontalidade, e a gostar dela. A gostar mesmo muito dela.
Quando casámos, ela foi a madrinha dele. Quando ela casou, fomos padrinhos. Mais tarde, tornou-se também madrinha do Manel. Nunca mais nos largámos. Moramos na mesma rua, prédios vizinhos. Ela já foi muito importante em momentos difíceis da nossa vida a dois. Acho que nós já tentámos amenizar um ou outro momento da vida dela. Somos família mas não naquele sentido da família que herdamos e temos de "aturar", a bem ou a mal. Somos família no melhor dos sentidos, de nos termos escolhido, de estarmos lá uns para os outros, de nos querermos bem, de não descansarmos enquanto a fase má do outro não vai embora, ou de estarmos aos pulos de alegria enquanto a fase boa do outro perdura. Estamos juntos. Nos bons e maus momentos. Mesmo.
Nos últimos meses, esta ligação tem sido ainda mais importante. Quando fui internada, a Cristina apareceu logo no hospital, claro. Foi ela quem correu com o berço do quarto, danada por estar ali como que à espera de um bebé que, evidentemente, ninguém queria que nascesse tão cedo. Com aquela brusquidão que estranhei no início e de que aprendi a gostar, pegou no berço e empurrou-o dali para fora, explicando à enfermeira que aquilo não era coisa que fizesse bem a quem estava em risco de ter um parto prematuro. Não a vi falar com a enfermeira mas sei exactamente o tom com que o fez, a assertividade, a "cara 33" que não deixa margem para dúvidas de que não está ali para falinhas mansas. Ela é o cão de fila da família quando tem de ser. Aparece e resolve e acabou-se.
Quando saí do internamento mas fiquei obrigada a repouso, continuou sem desarmar. Vinha ver-me todos os dias, fazia-me companhia porque sabia que passava o tempo sozinha, trouxe-me coisas boas para comer, levou-me roupa à costureira, fez-me rir. Quando tive ordem do médico para ir para o Algarve, recebeu-me na praia quase comovida, tão feliz pela nossa felicidade, e por tudo estar a ir no bom caminho. Feliz por mim, por nós, tal como estaríamos se o caso fosse ao contrário. Porque somos família, mas família a sério, pilares uns dos outros, alicerces, raízes.
Quando, na semana passada, senti aquele pico de cansaço que nem me deixava escovar o cabelo sem sentir que esmorecia, quando dormi 20 horas por pura exaustão, ela voltou a entrar em campo. Ligou a dizer que pura e simplesmente me intimava a delegar tarefas. Não foi a oferecer ajuda assim em termos vagos, tipo "se precisares de ajuda pede", porque ela sabia que eu não ia pedir. Não quero incomodar e, como sou do tipo control freak, acabo sempre a fazer tudo sozinha. O que ela disse foi: "dou-vos dois dias para olharem para a vossa agenda tresloucada e dizerem-me em que dia ou dias vos posso ser útil. E não vale a pena dizerem que não é preciso."
Assim, desde ontem que a Cristina, além de prima, além de madrinha, além de afilhada, além de amiga, é também a motorista particular que leva o Manel aos treinos, duas vezes por semana, para que eu não tenha de deixar a Madalena sozinha na natação enquanto saio a correr para o levar a alta velocidade aos treinos, para voltar a tempo de ainda a ver dar duas braçadas (quando não apanho trânsito) e ir de novo a correr para o balneário para a vestir, isto tudo com uma barriga de praticamente 9 meses.
Ter uma pessoa assim na vida é uma preciosidade. É um bem raro. É um aconchego no coração. Sou uma afortunada: na minha história, o príncipe encantado não vinha com uma bruxa apensa, como é costume. Na minha história, o príncipe ainda trazia uma fada pela mão. E eu agradeço todos os dias por essa sorte e farei tudo para retribuir tanta amizade, tanto carinho, tanto amor.
Obrigada, querida Cris.