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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Ainda nem tinha aquecido o assento da cadeira...

… quando o Manel me ligou. Que tinham trocado a hora do teste com outra a que tinham furo (ainda não têm Físico-Química graças à competência do ministro Crato) e já estavam despachados. Se o podia ir buscar. Como está a chover a cântaros e o rapaz não levou chapéu ou sequer casaco fui. Quando cheguei perguntou-me por que estava a falar tão baixinho ao telefone, quando me ligou.
- Ah, porque a tua irmã estava a dormir. Está doente.
- Então? O que é que ela tem?
- Febre, tosse e dores de cabeça.
- Ai, caraças! Isso é Ébola!!!
...



E, com as primeiras chuvas, começou também a saga das doenças

Ligaram da escola. Madalena cheia de febre. Cheguei e lá estava ela, ao colo de uma das monitoras. Diz que não comeu nadinha o dia inteiro. E que esteve sempre muito murcha. Tão murcha que me mostrou o espaço onde antes estava o dente da frente, sem qualquer entusiasmo. Ela que estava tão excitada por ter um dente a abanar. Chegou, bebeu um leitinho e está a dormir. O Martim entretanto também chegou e, ao olhar para ela, assim doente, perguntou:
- O que é que ela tem?
- Febre, tosse e dores de cabeça.
- Ébola. Ela tem Ébola.

E é isto.

Assumir que o Outono chegou

Comecei a achar que se calhar a Madalena já arrumava as sandálias. Quer dizer, uma coisa é a gente estar em negação com a chegada do Outono, outra coisa é ter a miúda cheia de tosse por culpa da minha negação (e de ser uma mãe-forno, sempre cheia de calor graças às hormonas). Fui experimentar os sapatos de Inverno e… claro, não serviam.
Este fim-de-semana tive então de me render às evidências e comprar alguns sapatos fechados para a nova estação.

Galochas amarelas (parece o ursinho Paddington) e botas castanhas: Zippy
Carneiras: Paulo Sapatarias

Deixei uns sapatinhos azuis encomendados na Paulo Sapatarias e fiquei com umas galochas e uns botins da Zara atravessadíssimos. Acho que não lhes vou conseguir resistir, ainda que depois já saiba que vou ter o homem a perguntar se a miúda é uma centopeia ou quê.

Odeio, com todas as forças do meu ser...

… pessoas que deixam as poias dos seus belos animais plantadas nos passeios, nas estradas, nos jardins. Eu sei que há quem ame os seus bichos a ponto de considerar os seus dejectos arte pública, mas acontece que é o género de arte que se nos agarra aos sapatos e às calças e à roupa inteira quando são os miúdos a rebolar na relva, ou seja, é o género de arte demasiado impositiva para o meu gosto.
Mas eu não odeio de forma visceral estas pessoas "apenas" pela nojeira (e ameaça à saúde pública) que deixam nas ruas e jardins. Eu odeio-as porque, ao fazerem-no, estão a lixar toda a reputação de todos os donos de cães que passeiam na rua. Ou seja: quem não tem cão, de tanta bosta já ter pisado ou fintado, passa a olhar TODOS os passeadores de cães com ódio no olhar, julgando que, provavelmente, também nós somos essa gente que larga lastro à passagem. Não, não exagero. Ando com uma caixinha com sacos de apanha-caca bem à vista e, ainda assim, há quem fique especado a certificar-se que, mal o cão se agacha, eu faço o que é suposto. Às vezes, de tanto sentir vontade de mostrar que NÃO, NÃO SOU UMA LARGADORA DE POIAS, ainda o bicho não acabou o serviço já eu estou de saco enfiado na mão, a postos para mais uma apanha.

Pessoas que gostam de enfeitar as cidades, vilas e aldeias com cocó dos vossos bichaninhos, a sério. Muito a sério. Vamos parar com isso? Vamos, vamos, vamos?
Muuuuito grata.

Deixo-vos uma imagem do Nuno Markl que, como eu, também já revelou pouca sensibilidade para este tipo de arte pública.

Ébola

Os putos cá de casa andam histéricos com o Ébola. Ai, mãe, e se apanhamos Ébola? Ai, e para onde fugimos? Ai, e eu só tenho 9 anos e não quero morrer… Ai, e agora?
Se alguém se queixa de dores de garganta e de cabeça, para eles não há dúvidas: é Ébola.
Estou fartinha de lhes tentar explicar que não há motivos para histerias mas está difícil convencê-los. Hoje de manhã, quando o Martim chegou à cozinha e viu na televisão que havia um português que podia estar infectado, começou aos gritos: «Vês, vês???? Já chegou a Portugal!!!» Quase lhe preguei dois estalos. Calmaaaaaaaaaa! Mais logo, quando lhe disser que o resultado das análises do doente português veio negativo, pode ser que acalme este pânico que começa a grassar aqui por casa.
Aaaaaah! Às vezes gostava que não fossem tão atentos às notícias...

Também têm criancinhas com medo por aí?