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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Sono, ciúmes e... quer-me parecer que serão meses complicados os que teremos pela frente

O Martim joga ténis duas vezes por semana e eu tenho sempre assistir a, pelo menos, um dos treinos semanais. Hoje fui e levei a Madalena, que passou o tempo a chamar a minha atenção, fazendo gracinhas, tapando-me os olhos, dançando à minha frente, distraindo-me do jogo do irmão. Às tantas passei-me:
- Mada! Eu estou aqui para ver o Martim no ténis! Tal como quando és tu na natação - estou lá só para ti, para te ver! Estás a ser má. O mano precisa que a mãe venha vê-lo de vez em quando, e tu não estás a deixar.
Ela, que já tinha sido advertida, amuou. Fez beiço. E, pior, continuou a tirar-me do sério, fazendo-me perder algumas bolas em que, por azar, o irmão se saiu mesmo bem. Passei-me de novo:
- Olha, está decidido! Quando estiveres na natação, deixo-te lá e vou-me embora. Só volto para te ir buscar e não vejo absolutamente nada da tua aula! 

Ela cruzou os braços e voltou-me as costas.
Depois, como se estivesse com medo que a ameaça fosse para levar a sério, murmurou:
- Tu não te vais lembrar de fazer isso. Quando tiver natação já não te vais lembrar.
- Então não vou? É já amanhã! Estou cansada mas não estou tola!
[silêncio]
- Mas não vais ter coragem de me deixar lá sozinha. Tu adoras-me!
[oooooooooh]
- É verdade, Mada. Eu adoro-te. Mas tu tens de perceber que não és o centro do mundo. Tens de perceber que há dias estou lá para te ver a ti e há outros dias em que estou lá para ver o Martim e o Manel. Tens de perceber isto até porque vais ter outro irmão, ainda por cima, que também vai precisar da minha atenção.
(furiosa) - Esse vai ser o pior de todos!
- O quê? Também já não gostas do mano bebé?
- Gosto. Mas vai chorar o tempo todo, estou mesmo a ver.
- Olha, tu tens é sono. Agora deixa-me sossegada a ver o Martim, que não quero mais conversas contigo.

Saiu de cena, sentou-se longe. 
Passado um bocado voltou. Aninhou-se no meu colo. E disse, segurando-me as duas mãos:
- Desculpa… Acho que tenho sono, sim. Vamos ficar aqui as duas a ver o Martim.

Uma massagem que valeu ouro

Marquei na semana passada. Andava mesmo a precisar de uma massagem para grávida, que isto de fabricar um ser humano quando já se tem três filhos e mais um cão madrugador e o trabalho e as actividades extra-curriculares dos miúdos (e agora até as aulas do cão!) mais as arrumações cá em casa e mais as insónias causadas por uma barriga XXL… puxa muito pelo cabedal de uma quarentona.
Cheguei ao Grande Real Villa Itália ao meio-dia, estava sol, e o mar ali mesmo em frente deu-me logo paz. A terapeuta Susana já me tinha tratado da saúde de outras vezes, mas nunca em estado de graça. Foi diferente, menos intenso, mas muuuuuuito relaxante. Baby M, que estava aos saltos, sossegou logo quando ela massajou muito levemente a barriga - acho que adormeceu. Eu também cheguei a passar pelas brasas, com aquele calor da marquesa e das mãos dela e embalada por aquela musiquinha a fazer lembrar a Tailândia. Às vezes esqueço-me de como vale ouro uma boa massagem. Saí de lá como nova. A sério. E o almoço frugal que se seguiu, com o mar como pano de fundo, foi a cereja em cima do bolo.




Mas porque é que o ministro não se demite?

Ou porque é que ninguém o demite?????
Agora basta pedir desculpa, quando a incompetência lixa a vida a milhares de crianças e professores? Basta pedir desculpa e fica tudo bem? Se o ministro Crato trabalhasse numa empresa privada e fizesse um merdelim destes, pedia desculpa e não era demitido? Está bem, abelha! Já tinha levado um belo de um processo disciplinar e saía de mansinho para engrossar as fileiras do desemprego.
Qualquer dia até basta pedir desculpa pela prática de genocídio, que fica tudo impecável.
Pela madrugada!


10 anos é muito tempo

A nossa dona Emília está connosco há 10 anos. Fez no sábado. Quando chegou éramos só três, um casal e um bebé de três anos chamado Manuel. Eu estava grávida. Depois veio o Martim. A seguir chegou à casa do Príncipe Real um porquinho da Índia. Entretanto, mudámos de casa e sempre achámos que a dona Emília se ia aguentar apenas um mês ou dois. Afinal, morava na mesma rua que nós e, com a mudança, teve de passar a apanhar dois autocarros para chegar ao trabalho. Mas ela foi dando provas de resistência, foi surpreendendo, foi ficando. E entretanto tivemos a Madalena. E uma coelha chamada Margarida (que morreu cinco anos depois). E agora um cão. E dentro de um mês o baby M.
Trabalhar nesta casa de malucos não é para meninos. E ela tem estado sempre à altura, com uma dedicação que lhe agradeço todos os dias. Se não fosse ela, suponho que já todos estaríamos doidos (ainda mais doidos).
Dez anos é muito tempo, já cantava o Paulo de Carvalho. E é. Mas por nós podem vir, à vontadinha, mais dez.


Banco do Bebé

Fui convidada a ir conhecer de perto o trabalho que o Banco do Bebé faz e confesso que fiquei deliciada com o amor que aquelas pessoas dedicam aos bebés que nascem em famílias carenciadas.
Criado em 1996, o Banco do Bebé funciona no edifício da Maternidade Alfredo da Costa (MAC) e tem, sobretudo, duas vertentes: a do apoio mais imediato e assistencial, que pretende responder às necessidades primeiras de quem se vê com um bebé nos braços e quase nada para lhe oferecer; e um apoio mais continuado no tempo (projecto domiciliário), que começou por se focar nas famílias a quem nasciam bebés prematuros, mas que hoje se estendeu a outras, fortemente desestruturadas, que precisam de recuperar pontes com a sociedade e/ou de criar laços com o bebé. Este projecto domiciliário pretende não apenas dar o peixe mas ensinar a pescar. Ou seja, pretende capacitar as famílias de modo a torná-las autónomas e seguras, para seguirem sozinhas e sem ajudas com as suas vidas.

Gostei muito de conhecer a Clara Cotrim, coordenadora do Banco do Bebé, bem como todas as voluntárias que por lá vi, cheias de carinho a dobrarem roupinhas e a prepararem enxovais para serem entregues, ou em trabalhos mais administrativos, num empenho e paixão inegáveis.

Quem quiser ajudar o Banco do Bebé pode fazê-lo de várias formas:
1 - Através de um donativo. Ou pelo NIB 0033 0000 00156389221 05. Ou clicando AQUI.
2 - Tornando-se voluntário. AQUI.
3 - Doando bens. Que bens?
- O Banco do Bebé precisa sempre de produtos de higiene, especificamente gel de banho.
- Produtos para completar os enxovais que são entregues às mamãs: xailes de lã, fraldas de pano, fraldas descartáveis, casaquinhos de lã, botinhas de lã, toalha turca para o banho, chuchas, toucas de lã, babygrows, biberões, bodys.
- Espreguiçadeiras
- Brinquedos didáticos para bebés: rocas, mobiles, etc. (para ajudar na estimulação).
- Cadeiras de transporte (passeio e automóvel=
- Berços, camas de grades e de viagem
- Leites em pó 0-6 meses; 6-12 meses
- Papas 4-6 meses; 6 meses em diante

Podem entregar na MAC, todos os dias úteis entre as 10h e as 13h, ou então pedir para recolherem (dependendo da disponibilidade da carrinha e do volume a entregar). Deverá contactar o Banco do Bebé antes, para agendar a entrega/recolha.
Maternidade Alfredo da Costa
Rua Latino Coelho
1050-135 Lisboa
T: 21 357 18 05/ 21 352 01 40
Tlm: 96 483 44 12
Site: www.bancodobebe.org