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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Vem aí a festa do ano!

A Time Out fez 7 anos e a festa, para não variar, promete ser de arromba. Eles conseguem sempre surpreender. E desta vez, a surpresa começa logo no local marcado para a rambóia. Então não é que vai ser no hospital? Para mim é perfeito: se me der para parir estou no sítio certo. :)
É já esta sexta-feira! Só espero ter pedalada (que é coisa que me falta, de dia para dia).



Yeaaaah!

Hoje fui buscar o berço do baby M, que já estava encomendado há uma vida (está esgotadíssimo, é preciso encomendar).
Na verdade, já tinha o berço que foi dos manos M, um daqueles em verga, todo branquinho, cheio de folhos, que sempre foi a minha perdição. Mas, para além de estar emprestado, a verdade é que mal bati os olhos neste pensei no jeito que me ia dar. Quem já fez cesariana sabe o quanto custa o movimento de levantar, nos primeiros tempos. Já não me lembro bem (é a chamada memória selectiva) mas tenho a ideia de que é coisa que ainda dura mais de um mês. Aquele movimento, de três em três horas (com sorte), de levantar, pegar no bebé, tornar a deitar para dar de mamar, voltar a levantar para tornar a deitar o bebé na cama… é penoso. Sempre que via aquelas caminhas encostadas à cama da mãe, ficava a babar. Ui, era mesmo isto! E, assim, quando vi este berço da Chicco chamado, tão a propósito, "Next to me" não resisti. Permite uma espécie de co-sleeping sem o ser, isto é, cada um dorme na sua cama mas, quando é preciso… basta esticar um braço e puxar o bebé para junto da mãe. É ou não é uma ideia peregrina?




Uma palavrinha de gratidão à gerente da loja Chicco da Avenida Guerra Junqueiro, a querida Ana Pires, que é sempre de uma eficiência, de uma atenção e de uma simpatia como já pouco se vê! Dá vontade de ir lá só para ser atendida por ela.

Celebrar

Ontem, na consulta, o médico ficou perplexo quando constatou que eu não havia engordado, no último mês. Manifestou o seu contentamento, boa, boa, fico muito contente!
A seguir, eu manifestei o meu. Como? Assim:

(estou em crer que podia viver apenas alimentada por estes queridos)

Madalena, a prepotente

Madalena a gritar com os seus bonecos:
- Ai, ai, ai, já te disse para te calares que eu estou a contar a história! Queres ir para a sala dos bebés???
Interrompo:
- Sabes, Mada, acho que esses meninos vão chegar a casa e dizer à mãe que a professora grita muito com eles.
Ela arqueia o sobrolho e riposta:
- Mas eu sou a mãe deles!
- Ah… Então acho que esses meninos vão chegar à escola e dizer à professora que a mãe grita muito com eles.
Para, sorri com aquela expressão de quem diz "se achas que me apanhaste na curva estás muito enganada" e esclarece:
- Não… eu sou mãe e professora deles!
- Ah!!! Assim eles não têm a quem se queixar…
- Pois!

(medo)

Criopreservar ou não criopreservar

Na semana passada, a convite da Cytothera, fui ao laboratório, ver como funciona todo o processo de criopreservação das células estaminais. Gostei imenso de ir e fiquei ainda mais contente quando percebi que qualquer pessoa pode fazer esta visita. Ou seja, não tive este acesso por ter um blogue com muitas visitas, ou por ser jornalista, ou por acumular as duas. O convite foi-me feito por isso, claro, mas o que importa é que qualquer pessoa, com ou sem blogue, pode (e deve!) lá ir, se for ter um bebé e se estiver a pensar fazer a criopreservação.

Eu sempre fiz. Do Manel não, que ainda nem se falava disso, mas do Martim e da Madalena fiz. Porquê? Vou ser muito franca: por descargo de consciência. Mesmo quando havia quem me dissesse: "ah, e tal, isso é uma parvoíce, são raríssimas as aplicações possíveis", sempre respondi a mesma coisa: "pois, talvez hoje seja, mas a Medicina e a Ciência em geral não param de evoluir. Em poucos anos as aplicações podem ser brutais, um dos meus filhos pode precisar (lagarto, lagarto, lagarto), e eu vou sentir-me esmagada pela culpa (essa minha velha amiga) se não tiver feito, podendo fazer."Poderá ter sido uma decisão mais baseada na emoção que na razão, admito. Mas continuo com a mesma opinião: em podendo prefiro fazer, desejar que NUNCA na vida deles precise de usar, e seguir em frente sem pensar mais no assunto.
A verdade é que, com os anos, a aplicabilidade das células estaminais tem vindo a aumentar significativamente. Hoje já são úteis no tratamento de cerca de 80 doenças e continuam a decorrer ensaios clínicos com o objectivo de encontrar soluções para várias doenças, nomeadamente a paralisia cerebral, os enfartes do miocárdio, esclerose múltipla, entre outros.

Adiante. Na minha visita à Cytothera, fiquei a perceber como das outras vezes, de facto, não quis aprofundar muito o assunto. Perguntaram-me se tinha preservado apenas as células do sangue do cordão umbilical ou se também tinha preservado as do tecido. Não soube responder. Perguntaram-me se tinha feito uma visita ao laboratório, para ficar esclarecida sobre como tudo se faz. Não… aliás acho que a empresa pela qual fiz nem sequer oferece essa possibilidade (mas posso estar enganada). A verdade é que todo o meu desconhecimento veio provar que esta é uma matéria em que, até agora, preferi não reflectir muito. Limitei-me a pensar: ok, isto existe, isto pode vir a ser útil para a vida dos meus filhos, então eu quero. Ponto final parágrafo.

Com esta visita, fiquei a saber muito mais. E gostei de saber mais. Partilho convosco, para o caso de vos interessar, mas reforço: marquem visita e deixem-se deslumbrar pelo universo laboratorial! É mesmo interessante. Ora então:
1 - O processo de criopreservação do tecido passa por três fases: descontaminação do cordão; corte do cordão e digestão do tecido (isolamento das células estaminais); e, por fim, a criopreservação propriamente dita (que é feita muito devagarinho, para não dar cabo das células: leva cerca de 1 hora e meia a chegar aos -150ºC).
2 - Fiquei a saber que é importante preservar também as células do tecido do cordão porque o risco de rejeição é muito reduzido e porque, depois de recolhidas, passam por um criterioso processo. Ali não se limitam a congelar e adeusinho, até qualquer dia. O método da Cytothera vai mais longe e o que faz é purificar as células e deixá-las a multiplicar-se até serem no mínimo 3 milhões, o que assegura a sua qualidade e capacidade de proliferação mesmo após descongelamento. Assim, permitem até 4 aplicações em 4 momentos diferentes (enquanto as do sangue só permitem uma aplicação).
3 - Fiquei impressionada com toda a purificação a que está sujeito o processo, desde o ar que se respira (que passa por filtros e mais filtros), às óbvias máscaras e batas e luvas, passando pela descontaminação do cordão umbilical (que é colocado numa solução de antibióticos para eliminar as bactérias). Isto faz com que as células sejam preservadas com elevados critérios de qualidade.
4 - Há análises e mais análises que são feitas, durante o processo, nomeadamente ao sangue periférico da mãe (no conceituado laboratório Joaquim Chaves), e amostras e mais amostras que são tiradas, nas várias fases. Tudo é rigorosamente testado e re-testado.
5 - Como a Cytothera está associada a uma farmacêutica (Medinfar) e tem como parceiro a ECBio, laboratório de investigação nas áreas de Biociência e Botecnologia, tudo faz mais sentido porque há uma constante preocupação em desenvolver novos métodos e novas soluções terapêuticas com células estaminais.

Armada em cientista, a ver ao microscópio células do tecido em pleno crescimento


Posto isto, dizer que desta vez vou voltar a fazer a criopreservação, desta vez já não de uma forma tão desinformada e sentimental, e que o meu kit já está prontinho para levar para o Dia D.
Ah, isto é uma dica muito importante! Não tratem deste assunto muito para o final da gravidez porque, às vezes, os bebés pregam partidas e decidem nascer antes do esperado. Outra dica: se fizerem viagens longas, levem o kit convosco. Nunca se sabe…