Estava a caminho da IKEA de Loures quando começaram a chover cães e gatos. Deixei de ver o caminho, as placas, o carro da frente. Com os nervos e a falta de visibilidade, perdi a saída certa e continuei numa CRIL ou CREL, nunca as distingo, a caminho não sei de onde. Os carros iam a 20 km/h, o meu incluído, e ainda assim sentia-se a iminência do aquaplaning. O Ricardo não me atendia o telefone, para lhe poder dizer que estava perdida, e pedir reorientações. O meu nervoso miudinho crescia e o baby M principiou manobras acrobáticas circenses, como que a dizer-me "vê lá se te acalmas que isto por aqui fica uma loucura quando ficas histérica". Nisto, o Ricardo ligou mas o barulho da chuva era de tal ordem que mal o conseguia ouvir. A estrada já não era de alcatrão, era feita de água e, mais adiante, de lama, muita lama. E eu, feita neurótica, a gritar que estava em nenhures e que jamais conseguiria chegar ao sítio combinado, ao leme do meu barco. Depois, a chuva abrandou, eu respirei fundo três vezes, tive a sorte de me aparecer uma placa perceptível, e consegui chegar ao destino, sã e salva.
Se isto é Setembro, o que nos reservará o Inverno?