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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

Big boy

Ontem o Manel foi com 10 amigos e amigas almoçar fora e ao cinema, ao Vasco da Gama. Dizia ele, com graça, que era um "mini-meet". Hoje, foi de autocarro com uma amiga para a escola, voltou para casa a pé, e agora voltou a sair para almoçar fora com um amigo.
Adoro vê-lo crescer, ganhar asas, ter esta relação saudável e livre com rapazes e raparigas das mesmas idades. Tirando raras excepções (que deitam tudo a perder porque me tiram mesmo do sério quando acontecem) estou a gostar mesmo desta coisa de ser mãe de um adolescente.

O meu cavalo bravo

É o filho sanduíche, com todos os dramas de ser o ensanduichado. Tem um irmão mais velho, que abre caminho e estreia tudo antes dele e, depois, tem uma irmã mais nova, que trouxe a novidade das meninas a esta casa. Ou seja: não é o mais velho, não é o mais novo, não é o único rapaz e também não é a princesa. Não é fácil. Durante muito tempo, o Martim usou a rebeldia para se destacar. A par com a rebeldia, parecia distante, pouco carinhoso, quase zangado connosco e com o mundo. Depois, foi compreendendo o seu lugar na família, percebeu que o nosso amor chegava e sobrava para todos, adaptou-se, encaixou-se, aprendeu a ter um lugar sem ser à bruta, sossegou. De quando em vez ainda tem as suas inseguranças, é dos três o que tem a auto-estima menos insuflada, e obriga-nos a cuidados extra porque, apesar de não parecer, é o mais sensível e o que mais sofre, ainda que para dentro.
O Martim não é de muitas palavras e carinhos (se bem que está infinitamente mais doce) mas, quando lhe dá para ser meigo, bate os outros aos pontos. Ontem pôs-me a chorar.
- Quando for grande quero ter uma mulher tão bonita como a mãe. E quero gostar da minha mulher como o pai gosta da mãe e que ela goste de mim como a mãe gosta do pai. E quero ter muitos filhos!
Às vezes temos dúvidas sobre o trabalho que vamos fazendo. Depois ouvimos estas coisas e achamos que, se calhar, estamos no caminho certo.
Este filho é o meu cavalo bravo, cada vez mais manso, cada vez mais querido.

Na banheira

Eram duas da manhã e eu sem dormir. O quarto abafado, eu a sufocar, mas nem pensar em abrir a janela porque as minhas amigas baratas gostam de entrar de noite (ainda há dias o Ricardo teve de ir a uma casa vizinha fazer de exterminador implacável - diz que a bicha era de quilo). Roda para um lado, vira para o outro, suspira, senta, deita, torna a virar. Calor, ar saturado, respiração ofegante. "Vou para a sala". Ah, não dá. Senão acordo o cão e ainda acabo a ter de ir à rua de madrugada.
Bom, sei que eram três da manhã e o Ricardo foi dar comigo dentro da banheira, deitada, com água fria suficiente para me tapar as pernas, os braços e parte da barriga. Se fosse mais fofinha era por lá que tinha dormido. Este bafo de Setembro está a complicar-me mesmo com os nervos.