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Cocó na fralda

Cocó na Fralda

Peripécias, pilhérias e parvoíces de meia dúzia de alminhas (e um cão).

E lá veio ela

Estava a andar de baloiço, quando cheguei. Sorriu e saltou para vir ter comigo. Depois, esteve a mostrar-me a sala, toda orgulhosa, e contou tudo o que fez. Gostou da educadora e da assistente, já tem uma amiga chamada Madalena, não comeu a sopa e odiou os filetes, mas ao lanche bebeu leite branco, sem chocolate, e até gostou. Está aos pulinhos, a cantar e a falar pelos cotovelos, de maneira que posso dizer que correu muito bem, este primeiro dia na escola nova. Até me sinto mais leve. Mas é só impressão…


Um desporto giro a valer

Há um desporto nacional muito interessante chamado o "Ignora a grávida". Não sei se conheciam mas consiste em estar numa fila para pagamento e ignorar estoicamente a grávida que está atrás. O desporto torna-se de alta competição quando a fila em questão é dedicada, justamente, a grávidas. Esta modalidade consiste, então, em olhar para todos os lados menos para a grávida, o que se torna muito difícil quando a mulher em questão tem uma protuberância abdominal gigantesca. Sempre que as pessoas atrás da grávida começam a empurrar e a mulher toca com a barriga, inadvertidamente, no desportista, ele ganha automaticamente vários pontos ao conseguir manter-se imperturbável. Quando o funcionário da caixa topa a grávida e a faz passar à frente, o desportista perde o jogo mas - mandam as regras do fair play - finge-se muito surpreendido por estar ali aquela criatura enorme, que disparate, e ele que nem sequer tinha reparado.
É um desporto muito divertido, barato, e que pode ser praticado de forma individual ou colectiva, sendo que em grupo ainda se torna mais desafiante.
Divirtam-se, desportistas! Que a nova temporada vos traga muitas alegrias!

E lá foi ela

Acordou sozinha com um grande sorriso, a pedir para ir para a escola nova. Enquanto me arranjava, senti que hiperventilava. Atenção, eu é que hiperventilava, não ela. Ela saltitava, contente. O pai foi levar o Martim à escola (já começou as aulas na semana passada) e depois voltou, para irmos juntos levar a Mada. Fomos a pé, cada um de seu lado, e ela toda orgulhosa com a sua mochila novinha em folha e a roupa que escolheu para vestir (coisa rara porque geralmente não lhe dou essa abébia). Chegámos em 5 minutos, a caminhar devagarinho, o que nos pareceu um excelente princípio de conversa. Entrámos na sala, ela deu beijinho à educadora, despediu-se de nós e foi sentar-se lá à frente, ao pé dos meninos que já estavam sentados. A sala era enorme, com janelas rasgadas para um terraço onde florescia uma horta. Fomos espreitar e constatámos que cada sala tem janelas rasgadas para esse terraço, e cada sala ostenta a sua própria horta. Sentimos que podíamos ter ido embora nesse preciso momento mas, como havia pais resistentes, ficámos mais um pouco. Começámos então a vê-la meter conversa à esquerda e à direita, a sorrir aqui e ali, a olhar espantada para uma menina que insistia em choramingar.
Amanhã pode correr tudo mal. Pode dizer que prefere a escola antiga, falar nas saudades dos amiguinhos, pode armar um berreiro. Sei bem que, muitas vezes, não é logo no primeiro dia que o caldo se entorna. É nos dias seguintes. Mas, para já, posso respirar de alívio. Amanhã logo se vê.